010. MOVE ON

                                    

                                          
thaila
Escutei uma gritaria assim que o carro com nós quatro, passou perto das filas. Acenamos para alguns torcedores mas o motorista rapidamente nos levou para a parte de trás, eu estava totalmente nervosa naquele momento e passar entre os torcedores havia aliviado um pouco a tensão. 
Os fãs do Gabriel sempre foram um pouco nosso também e eu amava aquilo. Aos poucos já estávamos dentro do estádio onde o jogo aconteceria, depois de mais algumas horas. 
— Eu estou muito nervosa. — Suspirei, enquanto acompanhava o meu irmão até o vestiário. 
— Relaxa, ele ainda não chegou. — Ele riu, provavelmente não me levando a sério mais uma vez. 
— Desisto de falar algo sério com você. 
— Eu entendo o seu nervosismo, não é todo dia que um astro do futebol está na sua frente mas eu sou super acessível, não se preocupe. — Ele piscou e então eu ri, inacreditável. 
— Você é muito bobo, nossa.
— Eu só estou tentando quebrar esse clima ruim. — Ele sorriu, as vezes ele conseguia ser fofo. — Você pode dar uma volta no lugar se quiser, os portões só abrem daqui uma hora. 
— Vou fazer isso. 
Ele murmurou um "se cuida" e então eu me separei dele, caminhando para um lugar que eu nem mesmo sabia. O estádio era enorme e eu jamais conseguiria olhar tudo em uma hora, por mais que eu me esforçasse. 
Depois de alguns minutos, finalmente consegui chegar até as arquibancadas e fiquei chocada com o tamanho do lugar. Meu irmão me enchia de orgulho, pensar que o time conseguiria lotar aquilo em questão de segundos, era totalmente incrível. 
— Terra chamando Thai. — Uma voz masculina apareceu atrás de mim, me virei imediatamente e então sorri animada. 
— Neymar! — Sorri e o abracei fortemente, fazia alguns meses desde que havíamos nos visto pela última vez. — Como você entrou? 
— O seu irmão me deu isso. — Ele apontou uma credencial pendurada em seu pescoço, como visitante. — Acho que ele gosta de mim. 
— Ele com certeza gosta. — Sorri animada, convidando Neymar para sentar em uma das cadeiras. — E como você está?
— Sou eu quem deveria te perguntar isso, não é? — Suspirei, eu sabia muito bem onde ele queria chegar. — O que houve com o Rodrygo? 
— Ele quis terminar, foi só isso. — Forcei um sorriso, eu jamais demonstraria a minha fraqueza. — Mas já está tudo bem, ele até já tem outra. 
— Oh Thai, eu sinto muito. — Ele sorriu solidário, me puxando para um abraço em seguida. — Você merece toda a felicidade do mundo, isso não é justo. 
— Eu estou feliz Ney, estou perto de você, da Alycia, dos meus pais e do meu irmão, eu não poderia estar melhor. 
Eu não sabia ao certo se eu parecia convincente mas eu dava o meu melhor para que as pessoas realmente acreditassem que eu estava bem, era melhor daquela forma. 
Afinal se Rodrygo havia seguido em frente, eu também poderia ser como ele.