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Era difícil despertar de mal humor quando se é acordado com lambidas de um baby golden e sonidos de um ganso que parecia se divertir ao andar sobre seu corpo esparramado pela cama.
A mente de Harry, no entanto, ainda estava fixa no momento onde ele correu para parabenizar Louis, no dia anterior e ele não o recebeu da maneira que esperava, meio abatido, distante.
Styles imediatamente questionou se algo havia acontecido, porém Louis apenas negou com a cabeça e gentilmente, pediu para deixar pra lá.
Todavia, adiante de um dia de pausa que tinha entre a 1º e 2º fase do Caoss, Harry propôs que eles retornassem a Ilha onde encontraram os vestígios de parte da vida de seus pais, recitados em rochas.
O percurso de barco até a Ilha foi silencioso, mas com o singelo toque de Louis acariciando quase imperceptivelmente sua mão. E agora que já encontravam-se a sós, Harry estava decidido a tentar.
Se tinha algo de errado, se havia feito algo de errado, queria poder entender e saber, pra concertar seu erro e adiante dele, evoluir. Contudo, para isso, Louis precisava colaborar, dialogando.
— Nós podemos, por favor, conversar sobre o que aconteceu ontem? — Pediu no tempo que o capitão ao seu lado, guiava o caminho da trilha até as pedras.
— Eu... — Uma inalada profunda foi retraída aos pulmões de Tomlinson e Harry segurou em sua mão ao vislumbrar que realmente tinha algo de errado. — Tudo bem, vamos conversar.
— Eu não quis te pressionar. — O cacheado foi rápido em ressaltar. — Eu só não quero que... você me deixe no escuro. Parece que você passou a me evitar depois da classificação ontem e eu queria ao menos, entender o porquê.
Abruptamente, Louis parou o percurso da trilha e segurou em seus ombros, indignado.
— Você não fez nada, Harry. — Suspirou. — Não pense em se sentir culpado, ok?
— Mas, então o-
— Eu fiquei com ciúmes. — O capitão o interrompeu, admitindo com lágrimas nos olhos. — E... inseguro, meio que decepcionado comigo mesmo.
— Ciúmes do quê, Nemo? — Harry passou os braços por sua cintura, apoiando a cabeça em seu ombro ao sentir-se desolado por vê-lo tão vulnerável.
— Eu te contei... sonhei que terminaríamos a 1º fase em primeiro lugar e você corria para me abraçar assim que anunciaram o resultado. — Louis murmurou, tocando em seu queixo cautelosamente. — E quando eu fui ver... você fez exatamente isso com o Liko e eu sei que não há razões para sentir ciúmes, sei que não foi proposital e sei que você não fez por mal, mas na hora eu...
— Louis. — Harry sussurrou, sentindo-se quebrar ao se dar conta do que fez, seu peito se açodou e seus olhos marejaram. — Eu me esqueci completamente disso na hora. Porra, me perdoa. Meu Deus, eu não acredito que fiz isso.
— Você não fez nada de errado. — Repetiu seus dizeres. — Eu que coloquei expectativas exageradas de que as coisas aconteceriam da exata forma que idealizei. E quando chegou a hora, não soube lidar com a frustração dessa quebra de expectativa. Você não fez nada de errado, porque pode abraçar quem quiser, e deve sim, comemorar com eles. Então, não ouse se culpar, por favor.
— Mesmo assim. — Harry suspirou fundo, frustado com si próprio. De alguma forma, ele sabia que ficaria se auto condenando por ter feito isso, por um longo tempo, independente do que Louis dissesse. — Eu não deveria... te esquecido.
— Ei, nós já estamos bem, sim? — Ele esfregou o nariz no de Harry, sorrindo leve enquanto este ainda mantinha os braços em torno de sua cintura feito um coala. — Podemos voltar a beijar, por favor?
— Sentiu falta da minha boca, capitão? — Styles provocou, arrastando seus lábios nos de Louis, quem assentiu, contendo o sorrisinho.
— Mais do que você poderia imaginar, Dory.
Harry sorriu e beijou sua boca a seguir, prestes a se afastar após o selinho quando Louis segurou em seu queixo, juntando seus lábios novamente.
Foi genuíno o pensamento em seguida, inundando a mente de Harry, desejando a felicidade daquele amor tranquilo para todo o sempre, um pouco daquela porção todos os dias, todas as manhãs, noites, estações, anos, décadas, vidas.
Poderia ter sido assustador e precipitado a percepção de que desejava, silenciosamente, passar o resto de sua vida ao lado de Louis. No entanto, não foi nem um pouco apavorante.
Tudo que Harry fez foi tentar transmitir naquele beijo, tudo que ainda não se sentia pronto para expressar em palavras.
E naquele instante, o trecho da música deles "talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida" pareceu um pouco incerto, e bastante equivocado.
— Ei, Louis. — Harry sussurrou após interromper o beijo. — Me desculpa, mas vai ser nessa vida, sim.
Havia um quê de hesitação no olhar de Styles, achando que Louis não o entenderia, todavia, o capitão sorriu grande ao ouvi-lo e assentiu afirmativamente.
— Eu sei que vai. — Murmurou contra os seus lábios. — Ou melhor, que já é.
Harry não foi competente para se segurar quando o escutou e novamente, o beijou com lentidão no meio da praia vazia.
Uma verdade que ele aprendeu com Louis é a de que o amor é simples, muito simples, tão simples e belo por si só, que não há como enfeitá-lo demais.
Ele brilha sozinho e nutre um poder imenso sobre os corações em que habita. Ele é tranquilo, ele proporciona paz, leveza, felicidade e apenas desperta sentimentos bons naqueles que permite-o se manifestar com ampla liberdade.
Com as mãos atadas, eles voltaram a percorrer a trilha para chegarem nas pedras e deste modo, poderiam desfrutar da vista maravilhosa que a altura ofertava.
Os dois se pegaram ponderando em silêncio, em todas as memórias que seus pais já devem ter feito naquele mesmo local, nas próprias rochas havia uma frase que mencionava o fato deles considerarem aquele lugar deles, e definitivamente, não era atoa.
— Não dá um imenso alívio de pensar que mesmo com um fim trágico, eles com certeza viveram e aproveitaram das aventuras dessa vida como mais ninguém? — Indagou Louis, como se roubasse seus pensamentos.
Harry abriu um sorriso absorto.
— É reconfortante. Acredito que mesmo se soubessem como terminariam, ainda assim eles teriam feito tudo de novo.
Louis retribuiu o sorriso, como quem concordasse ao tempo que chegaram no topo da Ilha e já podiam vislumbrar o mais fascinante ângulo do oceano visto de cima.
No entanto, a última coisa que Harry imaginava encontrar ao olhar para as rochas, era Nalu, em vida, enquanto lia as declarações escritas nas pedras com lágrimas percorrendo seu rosto.
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latente de verão
FanfictionSendo o ilustre novo morador da Ilha da Goiaba, Harry Styles finge saber surfar, fazendo graça com os surfistas locais, logo após sua chegada. É lá onde ele conhece Louis Tomlinson, o surfista mais agradável, cauteloso e conhecido da região, quem o...