Capítulo 16

                                    

                                          
Ele subiu e subiu e subiu as escadas até o quarto de Severus. Sem precisar confrontar seus medos, ele sabia em seu espírito o que encontraria.
— Severus? — ele disse, batendo e empurrando a porta.
O quarto estava vazio.
Não havia evidências de que alguém já tivesse vivido aqui.
— Monstro? — Harry sussurrou horrorizado. Ele apareceu com um estalo. — O-onde está Severus?
Monstro estreitou os olhos. 
— Foi embora.
Assentindo, ele disse: 
— Deixe-me, por favor.
Harry se enrolou na cama no quarto escuro. Ele tremeu. Poucos minutos depois, ele ouviu o som de quatro pés. Suas lágrimas encharcaram o pelo de Hades. 
— Ele deixou você para trás — ele soluçou. — Por quê? Por que ele deixaria você?
Os lençóis cheiravam a Severus. Ele não conseguia suportar. Ele não conseguia suportar ir embora.
.
Ele desceu a escada do porão na manhã seguinte, embalando Hades em seus braços. Não mais inundado de lágrimas, seu rosto estava pálido e úmido. Monstro estalou os dedos e passou uma tigela de mingau para a mesa, e foi até a despensa.
Phineas examinou distraidamente os dedos de sua luva de seda e disse: 
— Vejo que você decidiu ficar, então.
— O que?
— Parece que você tomou a decisão de ficar — ele disse devagar e em voz alta.
— Eu moro aqui!
— Perdoe-me, imaginei que você gostaria de seguir o Diretor.
— Eu o seguiria para qualquer lugar. Ele simplesmente - foi. E - eu não entendo... — ele parou, sua garganta engasgando de tristeza.
— Ele pretendia levar você com ele para aquele lugar esquecido por Deus. As habilidades de compreensão de leitura dos graduados de Hogwarts deixam muito a desejar.
— Habilidades de leitura?
— Habilidades de leitura. Um requisito para a compreensão da palavra escrita.
Harry apontou sua varinha para Phineas com uma mão trêmula. 
— Eu juro. Eu farei isso. Diga-me... diga-me o que você quer dizer.
Phineas parecia imperturbável e levantou uma fina sobrancelha preta. 
— O Professor Snape deixou uma mensagem para você, e claramente pretendia que você e aquele gato infernal o acompanhassem até aquele maldito país. Como estou sendo ameaçado, vou me retirar.
Sua voz falhou quando ele disse:
— Por favor. — Talvez fosse o quão quebrado ele soava, mas Phineas não foi. — Por favor, me diga. — Ele balançou a cabeça em consternação. — Eu não recebi minha carta.
Phineas o encarou com olhos brilhantes. 
— Chame o elfo. — Ele saiu de seu quadro.
— Monstro! — ele rugiu. O elfo doméstico apareceu. — O que está acontecendo?
— Mestre Harry não deve ficar bravo com Monstro. Monstro fez isso para o melhor... — ele resmungou.
— Você tem impedido minhas cartas? — ele disse, horrorizado.