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O ar faltava em seus pulmões. 
Notou seus olhos se encherem, mas se recusava a deixar qualquer lágrima cair perante esse homem, jamais voltaria a fazer aquilo, ou então ele teria certeza que ainda abala suas estruturas, mas da pior forma possível.
Tentou analisar as opções que tinha, se poderia correr até que um carro lhe acertasse, só assim teria certeza de que tudo era real ou estava apenas tendo um pesadelo horrível. Queria fazer alguma coisa, porém seus pés estavam travados no chão, a garganta doía por segurar o choro, viu as pessoas passarem por si com os olhos esbugalhados com a presença dela naquele lugar, levando em consideração a forma que estava. 
Por outro lado, o homem sorria de forma cínica. Sua certeza de que causou grande comoção na Hyuuga aumentou seu ego, afinal, poderiam ter se passado anos, mesmo assim a história deles era…um tanto dramática para ser esquecida da noite para o dia. 
Ambos viveram muito, e talvez essa tenha sido a única pior escolha na vida de Hinata. Permitir que justo ele entrasse em sua vida num momento delicado. 
Apesar disso, não via a culpa inicialmente apenas em si. Era adolescente, estava descobrindo sobre a vida, de certa forma ainda era inocente, então permitiu-se fazer amizade com várias pessoas. Pena que a sociedade é composta de maçãs podres, que podem infectar outras. Esse ciclo era em sua mera opinião fazia com que cada vez mais sua reclusa na interação de indicação para trabalhar com outros artistas fosse menor. 
Se surpreendia até hoje como permitiu Kiba seguir em frente na parceria com Naruto.
Entretanto, todos os seus medos voltaram mais arrebatadores do que nunca quando aquela voz lhe chamou, minutos atrás. 
Droga, Hinata, se mexa logo. 
Olhou para a entrada do prédio, pessoas entravam e saíam dali aos montes. Era sua deixa, a passos largos e apressados, saiu do lugar deixando algumas pessoas confusas por não receberem o cumprimento que deram de volta. 
Quando sentiu o ar da cidade e a claridade alçou sua visão, ficou atordoada. Virou a cabeça para ambos os lados, tentando buscar uma direção. Estava sem seu carro, teria de ir a pé para cara o mais rápido possível, além do mais, dirigir na condição atual seria total imprudência.
— É falta de educação sair sem cumprimentar as pessoas, você sabe disso, princesa.
Merda. 
Gostaria de poder soltar qualquer represália para impedi-lo de segui-la. Infelizmente, a insistência era a maior característica dele. 
— O que você tá fazendo aqui? – sua pergunta soou num murmúrio. Ela tinha ciência de que ele estava bem atrás de si, por isso não se importou com o tom de voz. 
— Só estava com saudade – parou ao seu lado, olhando fixamente para a rua, como ela fazia – Não esperava te encontrar aqui.
— Mentiroso – alegou – Você sabe muito bem que aqui é o prédio da gravadora que venho – a cada palavra proferida, sentia seu peito diminuir, a vontade de sumir se tornou uma necessidade.
— Quanta convicção – sorriu ladino – Acha mesmo que vim aqui na intenção de te ver?
— Você é obcecado por mim desde que a gente se conheceu, Ashura, não me venha com esse papo fajuto – restando toda convicção que ainda tinha, retrucou – Peço, de uma vez por todas, me deixa em paz.
— Isso não será possível, sabe disso mais do que ninguém – sentiu a mão dele pegar uma mecha do seu cabelo e colocar atrás de sua orelha. Ainda teve a audácia de cheirar seu pescoço.