Um tempo se passou e nós finalmente chegamos no restaurante. Costumava ir almoçar lá com a Maiara todos os dias, e hoje não seria diferente, exceto que minha companheira hoje seria a senhorita Mendonça. Um lugar nada muito chique, mas com uma vista linda da janela em que costumávamos ficar.
Era perto do prédio da nossa empresa, então não demoramos muito para chegar. Marília estacionou o carro no estacionamento e logo nós descemos; entramos, nos sentamos e logo fizemos nossos pedidos. Disse ainda para ela não se preocupar que eu iria pagar tudo hoje, era o mínimo que eu poderia fazer.
- Tenho certeza que irá adorar a comida daqui. - digo após o garçom se retirar.
- Tudo parece muito bom mesmo. - ela respondeu ainda meio tímida. Era nítido que ela ainda estava meio sem graça pelo o que aconteceu mais cedo, e não podia culpá-la por isso.
- Olha, senhorita Mendonça, queria aproveitar para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje mais cedo.
- Não precisa se desculpar, eu...
- Preciso, sim. Eu fiquei... digamos que um pouco chocada com a mensagem que havia recebido. Acabei me irritando depois de quase quebrar o salto e o celular, e acabei puxando o celular quando você só queria me ajudar. Peço desculpas por isso.
- Não se preocupe, eu entendo. Eu não estou chateada com o que aconteceu. - ela sorri. - Todos nós temos dias bons e ruins. É normal às vezes recebermos uma mensagem, uma ligação, ou passar por alguma coisa que acaba nos deixando um pouco mal.
Não consegui pensar em nada para responder, apenas sorri em resposta. Achei incrível que, mesmo depois do que eu fiz, ela consegue ser gentil e dizer essas coisas. Mesmo eu tendo ficado brava com a Maiara, uma coisa ela tinha razão: Marília realmente é diferente.
Acabamos ficando novamente em silêncio, só que dessa vez não tão desconfortável. Mas pouco tempo depois o garçom voltou com nossos pedidos e logo se retirou.
- Então... - digo tentando puxar assunto. - O que costuma fazer no tempo livre?
- Bem, eu... - ela diz pensativa bebericando o suco. - Eu costumo ler, assistir um filme ou, de vez em quando, eu toco violão e canto.
- Ah, Sim. E você toca muito bem - Quase me engasguei com o suco quando percebi o que havia dito. - Não, digo, você... bom, você deve tocar muito bem, não é?
- Bom, não sou nenhuma profissional, mas costumo ouvir que canto e toco muito bem. Posso tocar um dia para você, se você quiser... - Marília ficou envergonhada com o que disse e desviou seu olhar para seu prato. - Desculpe, não sei porque disse isso.
Sorri discretamente enquanto ela estava distraída, e bebi um gole de meu suco antes de voltar a falar.
- Eu adoraria ouvir você. - Senti seu olhar voltar para mim, mas permaneci olhando para meu prato. - Bom, se ainda quiser cantar para mim. - Disse finalmente olhando em seus olhos. Seus belos olhos castanhos.
- Claro, eu... Será um prazer. - Disse com um sorriso tímido.
[...]
A loira e eu continuamos conversando por mais alguns minutos, enquanto isso nós terminamos de comer. Conversar com ela, por alguns minutos, fez eu esquecer de tudo. Fiquei tão concentrada conversando com ela que nem vi as horas passando. Até perceber que já deveria ter voltado ao trabalho, então, paguei a conta e pegamos o caminho de volta.
- Bom, até mais tarde - digo antes de abrir a porta do carro. - E, obrigada, pela companhia no almoço hoje.
- Imagina, eu que agradeço pelo convite. - Diz sorrindo.
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A Motorista
FanfictionAs irmãs Maiara e Maraisa são donas de uma importante empresa em Nova York e, por conta de um imprevisto, Maraisa estava atrás de outro motorista para ela e uma para a irmã. Conversou com algumas pessoas, mas não gostou muito delas para esse trabalh...