— Bromélias são plantas ornamentais e são naturais do Brasil. Elas só florescem uma única flor em toda sua vida. Elas se tornaram raras justamente por sua beleza, as pessoas não se importam se elas já estão prontas para ser trocadas de lugar ou não, simplesmente as tiram de seu habitat sem nenhum preparo. A maioria morre nesse processo. Deve ter sido uma viagem e tanto para essa aqui chegar aqui.  
                          
— Como entende tanto sobre uma planta que não é da nossa flora? — O questionamento escapou de meus lábios, porque eu estava realmente surpreso com a quantidade de informação que ele sabia. 
                          
Edward deu um passo à frente, ficando a trinta centímetros de mim. 
                          
— Minha mãe gosta de cultivar plantas, acho que você já deve ter notado isso — sussurrou ele.
                          
É claro, eu havia notado isso, Esme Cullen carregava metade da flora dos Estados Unidos em sua estufa, que por sinal, era maior que minha casa, e sim, eu estava contando com minha garagem. Às vezes, era fácil esquecer de como haviam pessoas ricas de verdade. Os Cullen certamente eram umas dessas pessoas.
                          
— Eu conheço todas as plantas aqui — cerrei os olhos. — Nenhuma delas é tropical. Sua mãe não parece ser o tipo de pessoa que perderia tempo estudando como cuidar de uma planta que ela não poderia ter, quando poderia estudar sobre as que ela tem. O que me leva a um questionamento, como você sabe cuidar tão bem de uma planta que não deveria conhecer?
                          
— Desde quando você entende tanto de plantas, Jacob? Até algumas horas atrás você estava insistindo que deveríamos cuidar cada um, uma semana da Bromélia — Edward franziu a testa, e ignorou Como minha pergunta. Aquele não foi um detalhe que deixei passar. Havia algo nessa história, e eu iria descobrir. 
                          
— Eu entendo sobre plantas — revirei os olhos, porque isso era óbvio demais. Plantas eram conhecimento para meu povo. — Só não queria estar perto de você. 
                          
— Porque estar perto de mim te incomoda? — Sua pergunta era claramente uma afirmação.
                          
— Para me incomodar, primeiro eu teria que me importar — sorri — e não há nada que poderia ser mais desinteressante que você. 
                          
Os olhos de Edward eram penetrantes, como se ele pudesse ver além de mim, mas, e ao mesmo tempo, havia certa interrogação neles, como se ele soubesse exatamente no que eu estava pensando, mas não conseguisse decifrar isso. Como se as peças de um quebra cabeça estivessem em sua frente e ele não conseguisse montá-lo. 
                          
— Sua amiga, Bella, não compartilha do mesmo pensamento que você… — O tom de provocação era gritante em sua voz. 
                          
— Claro, porque Bella é um parâmetro muito bom, você a conheceu hoje — falei tentando segurar uma risada. 
                          
Edward não se importou em fazer o mesmo. Que estranho! Edward Cullen riu de uma piada medíocre minha, e isso o fazia parecer tão genuíno e inofensivo, completamente diferente do que meu pai costumava dizer de Edward e sua família, mas meu pai podia ser bem supersticioso se quisesse, e acredite, ele queria. 
                          
Nossas lendas não eram exatamente lendas para meu pai, ou para qualquer pessoa acima de cinquenta anos. Nossos anciãos realmente acreditavam nessas histórias, para eles, elas eram a verdade. As histórias eram assustadoras na minha infância, eu precisava admitir, agora, não passavam de histórias para se contar em uma noite de fogueira. 
                          
Mas era isso que eram, histórias, e certamente não passavam de lendas. 
                          
— Vem — ele pediu apressado, dando um passo para trás, ainda de frente para mim.
                          
— Para onde? — Franzi a testa. 
                          
— Você é mecânico, não é? — Edward perguntou se afastando.