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Jade
- Por que eu? 
- Oi? - a professora Solange me olhou confusa enquanto dava um gole no café.
- Por que você me escolheu pra ser estilista da sua prima? Você mesma poderia ter desenhado aquele vestido, talvez ter iniciado uma carreira como estilista, mas você pediu pra uma adolescente sedentária que já tinha ido pra diretoria por dormir na aula.
- Primeiro, eu não nasci pra ser estilista, segundo, eu vi talento em você, já te disse isso, também eu via você muito desanimada a uns meses atrás, você me parecia uma pessoa que não tinha rumo, nem sonhos, nem objetivos na vida, parecia que só existia no planeta, mais nada, eu não gostava de te ver assim, e quando eu vi que você tinha talento eu quis te colocar nesse ramo na primeira oportunidade que eu tive, normalmente é isso que uma professora faz quando realmente ama seu trabalho, elas tentam influenciar o melhor caminho possível para os alunos, e cá entre nós, a aula daquela professora era chata demais. - sussurrou a última parte me fazendo sorrir.
- Então você está me dizendo que você só fez isso pra me animar?
- Bom, eu como professora amo ver jovens evoluir, ter sonhos e objetivos, e amo ajudar eles com isso, por isso sou uma professora, e ver alguém com talento do jeito que você estava me destruía, parecia que algo tinha te machucado profundamente e sua luz tinha apagado completamente. - engoli em seco.
Eu não via as coisas dessa forma.
- E se alguém ou algo realmente tinha te destruído eu queria te ajudar a se reconstruir, então te ajudei a entrar numa profissão que eu sentia que você ia gostar. - sorriu fraco.
- Muito obrigada. - falei com sinceridade. - Acho que você é umas das pessoas mais incríveis que eu já cruzei, e você sempre vai estar marcada na minha história. - sorri pra ela que parecia genuinamente feliz. - normalmente as pessoas não se importam comigo e nem insistem em mim... Exceto meu namorado. 
- O jogador de basquete? - perguntou curiosa e eu confirmei. - sabia que vocês tinham algo, vocês combinam muito. - sorri e ela pegou na minha mão. - eu espero que você seja muito feliz na sua vida e tenha uma carreira incrível. - apertou minha mão. - e eu ouvi dizer que você tá com uma demanda grande de trabalhos falou animada. - Talvez você tenha que arranjar um agente pra te ajudar.
- A Aurora arranjou um pra mim a um tempo. - ela sorriu satisfeita. - Você queria ser minha agente por acaso? - perguntei desconfiada e ela negou.
- Não. - falou. - pode não parecer, mas minha vida é ocupada. Mas eu te desejo sorte na sua carreira, vai dar tudo certo. - sorriu. - agora eu já vou indo porque eu tenho coisas a resolver, até mais. - levantou com um sorriso genuíno e saiu andando da lanchonete.
Alex
- Mas tipo, você sempre fingiu normalidade? Por que? Pra que? - perguntei pra minha mãe que estava digitando no celular e me olhou. - sabia que eu achava que você amava ele? Achava que ele amava você também, vocês atuaram muito bem.
- Bom, tinha que atuar Alex, eu não queria prejudicar seu psicológico, agora você já é quase maior de idade, achei que você teria mais maturidade pra ouvir isso.
- Mas você não pretende fazer nada mãe? Absolutamente nada? - ela deu de ombros voltando a digitar no celular. 
- Já me conformei com essa vida, você deveria focar na sua carreira de jogador de basquete, ouvir dizer que você já tem vaga na faculdade garantida. - sorri.