Capítulo 12

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◇◇

PoV. Louis

Honestamente, se alguém tivesse me avisado que Cachinhos Dourados vinha acompanhado de quatro idiotas de graça, como uma espécie de promoção de loja ruim, eu teria pensado duas vezes antes de sugerir esse plano.

Na segunda-feira foi até tranquilo. Namoro oficializado, fomos encarados pelo colégio inteiro, mas ninguém se aproximou - além do lixo do Gavin. Então na terça, senti que seria um dia daqueles quando cheguei no estacionamento da Maximus e Harry já me esperava na escadaria de entrada.

— O bando quer que você almoce com a gente hoje. - foi a primeira coisa que ele me disse.

Parei em sua frente.

— O bando?

— Meus amigos. - ele riu - Você não faz ideia de como foi difícil manter eles longe de você, ontem. Mas hoje não temos escapatória.

Grunhi. Meu objetivo era fazer Nicole arrancar os cabelos de fúria, ter que ficar de conversinha com a trupe de unicórnios punk não me teria nenhuma utilidade.

Subi a escada e entrei no prédio, ainda debatendo os prós e contras. Se me negasse, eles continuariam insistindo, porque é natural que conheçam o namorado de um amigo. Odiava ter que interagir com pessoas.

— O que, não está à altura do desafio? - Harry me alcançou com facilidade e passou um braço por meus ombros - Relaxa, Lou, eu pedi para eles pegarem leve com você.

O olhei de canto.

— Vai se ferrar, Cachinhos Dourados. Não preciso que ninguém pegue leve, eles podem fazer o pior que eu não vou nem me afetar. - acelerei o passo pelo corredor - Bando de Smurfs achando que me assustam.

Harry riu, mantendo o ritmo, colado em mim. Ele cheirava à couro, por causa da quantidade de roupa que usava desse material e seu braço ao meu redor era um peso aceitável então não o afastei.

— Você não está indo para uma guerra, Lou. - Harry falou - E, tecnicamente, você já conheceu eles, naquele dia no camarim da Red Riot.

Chegamos a minha sala. A classe já estava quase cheia, ninguém no seu devido lugar, mas amontoados em pequenos grupos, conversando. Ignorei a atenção óbvia que atraímos ao entrar. Fui direto para meu lugar, no fundo, e me desvencilhei de Styles, tirando o material de matemática da mochila.

— Eu posso pedir para você não matar nenhum deles? - Harry perguntou, sentando em cima da minha carteira, as pernas longas balançando no ar, porque aparentemente ele era incapaz de ocupar uma cadeira - Eu entendo que você considera outras pessoas existindo perto de você como uma provocação, mas meus amigos não.

— Quem se importa? - questionei.

— Eu não quero eles achando que você é uma pessoa terrível.

Revirei os olhos.

— Que pena seria se eles estivessem certos.

Harry gargalhou.

As pessoas ao redor ainda não tinham parado de olhar, fascinados por essa interação de outro mundo. Bastardos intrometidos. Coloquei meu tablet na mesa e me aproximei do garoto. Harry continuava sorrindo, mas seus olhos verdes adquiriram um tom curioso.

Apoiei uma mão na mesa perto da coxa dele e com a outra brinquei com seu brinco de espada.

— Eles estão encarando. - sussurrei, angulando meu rosto para perto do dele, meu nariz um fio de distância da sua bochecha.

Ouvi Harry inalar com força e ele assentiu, os cachinhos fazendo cócegas na minha pele. Seus dedos longos seguraram o cinto na minha calça, sem puxar, apenas manteve ali.

Rescue My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora