capítulo doze.

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N/A: o capítulo é grande, então relevem caso algum erro tenha passado despercebido.

Ps: peço que ouçam a música da mídia, principalmente quem não conhece, ou não sabe a tradução, para que entenda os sentimentos que o Harry sente ao ouvi-la.
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Fico parado no corredor por tempo demais. Alguns policiais voltaram às suas funções como se nada tivesse acontecido. Feyden me olha e me dá um aceno de cabeça como se compreendesse o que acabou de acontecer, enquanto Malik caminha até mim.

ㅡ Porra, o que foi isso? ㅡ Ele diz em choque. Ele não é o único.

ㅡ Eu não sei. ㅡ Digo com a voz trêmula, olhando para a cápsula em minha mão.

ㅡ Será que ele faria isso por mim se eu levasse um tiro? ㅡ Zayn solta uma risada baixa. ㅡ Achei do caralho.

Eu, no entanto, não rio. Fico absorto demais nas sensações que estou sentindo para achar qualquer coisa a respeito disso.

ㅡ Ele pode se prejudicar por isso, Zayn. ㅡ Digo. ㅡ Aquela operação nem é desse departamento. Eles estão detidos na delegacia de lá. Louis não deveria tê-los trazido pra cá pra fazer isso. E se algum policial denunciar ele por má conduta ou abuso policial?

Não sei nem porque estou ponderando tantas coisas, já que Louis não se deu ao trabalho de fazer isso.

ㅡ Quanto a isso, não se preocupe. ㅡ Zayn assegura. ㅡ Se Louis fez isso, é porque ele sabia exatamente os riscos que estava correndo. Louis não faria nada sem antes analisar todas as consequências.

Assinto, mas fico pensativo enquanto volto para a minha sala. Torço para que ninguém daqui, ou de lá, o odeie escondido. Me sentiria mal se Louis recebesse alguma notificação por conta deste caso, ou pior ainda, que fosse afastado do cargo por isso.

Rodo a cápsula nos dedos, como ele fazia e me sento em minha cadeira. Fico relutante, parte de mim quer ir até a sala dele para perguntar que diabos ele estava pensando, mas a outra parte prefere não tocar mais no assunto. Levanto o olhar e vejo o bloco de notas intacto em minha frente. Guardo a cápsula na gaveta apenas para pegar uma caneta para escrever. Viro a página, e com as mãos trêmulas começo:

Eu não sei o que sentir.
Meus pensamentos estão tão desorganizados que nem se eu tentasse organizá-los, eu conseguiria. Louis aguça em mim sentimentos que eu desconheço, e isso me assusta. Não sei porque ele guardou a cápsula da bala, não sei porque ele foi atrás de quem fez isso comigo, e apesar de me sentir aliviado, também sinto remorso. Fiquei apavorado ao ver ele desferindo os golpes com tanta calmaria e frieza, mesmo me sentindo grato por ele ter feito justiça por mim de alguma forma. (Mesmo que da forma errada).

Eu me arrependo de ter ido naquela operação, não pelo o tiro em si, já que só sobraram algumas poucas cicatrizes, mas por ter causado todo esse transtorno. Estou confuso.

Eu já disse que não sei o que sentir? Pois é, eu realmente não sei.

Fecho o bloco de notas e volto meus pensamentos para o computador em minha frente. Hoje será um dia longo...

*

Na sexta, já estou derrotado. Tenho dormido mal essa semana. Há sempre um pensamento ou outro que me invade antes de dormir. Dr. Antony sugeriu que eu procurasse um psiquiatra para que ele pudesse me passar algum remédio para acalmar minha ansiedade, mas preferi não fazer isso. Não quero me viciar em remédios, prefiro maneiras naturais. Minha mãe pelo visto, também prefere, já que me entupiu de sachês de chás que são supostamente feitos para dar sono. Spoiler: não dão. Pelo menos, não no meu caso.

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