Come back, I Still Need You (extra)

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Eis aqui um pós créditos que pode ser lido como um final alternativo também, espero que isso agrade. Acho que não ficou bom o suficiente, mas eu precisava fazer isso.

Eu escrevi essa parte ouvindo "Dust to Dust" by The Civil Wars, então sugiro que ouçam essa música enquanto estiverem lendo. Também há referências ao "Pequeno Príncipe".

Boa leitura. ♡

Come back, I still need you

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Come back, I still need you...

Você me deixou e agora eu não consigo sentir nada... acho que é isso que chamam de vazio.

Há quem diga que os nasceres-do-sol são como as promessas insólitas das rosas que florescem no jardim da solidão. Há também quem diga que os nasceres-do-sol são as frágeis e bondosas pétalas enquanto que os pores-do-sol são os espinhos candentes das rosas. Mas, acima de quaisquer descrições poéticas, os nasceres-do-sol são a personificação dos singulares momentos de esperança, dos recomeços, e, as vezes, dos instantes de sofrimento.

Eis aí um grande mistério:

A linha tênue que separa o drama dos nasceres e dos pores do sol se desfaz em questão de instantes, porque faz mais de um milhão de anos que essa linha tênue constrói as partes e os atos de uma tragédia grega, de um cordel encantado, dos rabiscos de um folhetim, e do desespero.

Jungkook suspirou devagar e pensou:
"Eu ainda preciso de você, Jimin."

Ele estava encostado em sua moto Harley enquanto assistia desalentado o nascer do sol. Carregando uma garrafa de álcool numa mão, e um coração vazio e triste na outra. Seus pensamentos sempre tinham o costume de pensar em Jimin, mesmo depois de tanto tempo.

Havia passado tanto tempo e Jeon ainda podia ouvir Jimin chorando baixinho ao telefone.

Todas as noites.

Ele quebrara o coração do único garoto que merecia ser feliz na vida.

E ele se odiava por isso.

Era por uma dessas manhãs em que as cores são cinzas e viciantes, onde o céu azul é pálido e saudoso, em que o rumor do vento se mistura com o rumor da saudade, onde a cadência do tempo é monótona e solitária, e o lamento dos arrependimentos na amurada do tempo é queixoso e insuportável. Era por um desses dias onde os nasceres-do-sol maltratavam a paz. A manhã parecia escurecer, como se toda a melancolia daquele coração vazio tivesse se refugiado dentro da manhã. O sol parecia velho e deveras pálido.

- Eu sei o quanto vocês eram amigos. - disse Yoongi, ao seu lado e fixou sua atenção nele esperando uma resposta ao que acabava de dizer. Jeon esboçou um meio sorriso triste e fitou-lhe sem emoção. Com um pesado suspiro, ele disse: "Sim"

- Sim - repetiu Yoongi, comovido.
Os pensamentos de Jungkook o atormentavam enquanto ele olhava para onde o sol nascia entre as colinas. Aquele lugar era aonde Jimin sempre ia com ele. Jeon costumava ir lá agora, sozinho.

Jungkook nunca fora demasiado sensível. Pelo contrário, ele nunca fora bom em expressar seus sentimentos. Mas, de pé ali naquele lugar, Jeon anteviu que, sob a luz pálida do sol, ele se acostumara com o desalento.

- Ele estava morrendo aos poucos por dentro. Eu pude ver isso... eu senti isso. - Yoongi sussurrou em voz baixa.

- Eu daria tudo para tê-lo amado da maneira que ele merecia. - murmurou Jeon, sem emoção. Entretanto, seus olhos estavam vermelhos.

Ele rejeitara a cirurgia. E aconteceu que Park Jimin, depois de ter florescido sangrando, abraçou as flores, as memórias de um apaixonado, e enfim, renunciou ao esquecimento. Porque Jimin finalmente compreendeu que todos os nasceres do sol vão todos na direção do pores do sol.

Park Jimin preferiu morrer ao ter que esquecer o amor.

- Eu... eu... tenho estado solitário por tanto tempo, desde que Jimin foi embora... em silêncio... em um maldito silêncio. - Jeon riu sem humor e ficou em silêncio por um instante. - Você esteve com ele até o final?

- Até o fim. - disse Yoongi, hesitante, parecendo fazer um grande esforço para pronunciar as palavras seguintes. - Jimin te amou até o ultimo momento. Ele queria que você soubesse disso.

Naquele momento, Jeon fechou os olhos enquanto sentia algo dentro dele se quebrando.

Ele achou que era o seu coração que terminara de quebrar por completo.

- Eu sei. - disse ele com uma voz embargada. - E eu ainda sinto a falta dele... todos os dias... e as vezes sinto que não tenho com o que continuar a viver.

Yoongi tossiu um pouco e deixou sair um pesado suspiro. Jeon olhou por um breve momento, e percebeu como Yoongi estava pálido e como parecia doente. Mas não disse nada, porque nada precisava ser dito. Ali dentro dos olhos fundos do mais baixo estava a verdade que ele tentara esconder de todos, especiamente de Jimin.

- Você o amava. - Jungkook afirmou, sem esperar por uma resposta. Mas Yoongi sorriu fracamente e devolveu mesmo assim.

- Sim. - foi tudo o que ele disse e ambos ficaram em silêncio. Nada poderia ser dito que pudesse melhorar o estado de espirito de Jeon, tampouco de Yoongi.

Ambos ficaram ali, lado a lado, cada um carregando um coração quebrado e viciados em assistir nasceres e pores do sol.

Porque não importava para onde olhassem, a paz se fora e só restava o vazio.

As flores estavam prestes a gritar para eles, ''Vocês não as ouve? O choro das rosas?" O pôr do sol as repetia em um sussurro meláncolico.

- Quando eu vi Jimin naquela noite, depois que ele desistiu da cirurgia e saiu correndo do hospital, parecia que eu tinha visto um fantasma. Jimin parecia... - acrescentou Yoongi.

- Por favor. Não. - Jeon o interrompeu. - Não consigo falar sobre aquela noite. Não posso nem pensar nele.

Porque Jimin se fora e Jeon sentia apenas tristeza por isso.

Park Jimin era o Pequeno Príncipe cuidando de sua querida flor.

As vezes Jungkook ainda olha o céu, e se pergunta: "Terá ou não terá Jimin encontrado sua flor". E ele percebe como não há nada mais doloroso do que a dor da perda e o peso do remorso.

E talvez se você olhar com atenção para o céu, dentro de um lugar onde as estrelas foram condenadas a solidão, você poderá ver um pequeno Príncipe, chamado Park Jimin, assistindo de novo, e de novo, os nasceres e os pores do sol, sussurando suas memórias de apaixonado a eternidade.

Provavelmente, esse doce garoto estará tão encantador e comovente que você, ao vê-lo, colocará as mãos no peito e suspirará:

- Ah, por que corações tão gentis sofrem assim?

Talvez você não suportará e sentira vontade de chorar pela morte de um garoto gentil com um bom coração. Mas não chore, Jimin não quer isso.
O que me traz à minha colocação seguinte:

Lá, morando entre as estrelas, tão longe, Jimin sempre estará cuidando de sua amada flor.

Jeon Jungkook.

Porque Jimin estava destinado a amá-lo para todo o sempre.

Mas se quiser, olhe para o céu e torça para que Jimin encontre sua querida flor. Porque se isso acontecer, esse Pequeno Príncipe poderá curar seu coração partido e sorrirá pela primeira vez depois de tanto tempo.
Porque isso será a prova de que em Serendipity ainda existe fé.

E porque de algum modo, todos estamos sozinhos, por tanto tempo.
Tanto tempo que o céu ainda chora pelas memórias de um apaixonado, chamado Park Jimin.

Heather *Jjk×Pjm*Onde histórias criam vida. Descubra agora