Capítulo 38

                                    

                                          
Amanda
                          
Subo as escadas correndo até o quarto, e vou ao banheiro. Visto meu roupão e começo a andar pelo quarto impaciente. 
O que o pai dele quer aqui? Ele parece odiar o pai. 
                          
Escuto Vicenzo falar alto.
                          
— Nunca mais fala assim dela! 
                          
Abro a porta do quarto e desço a escada parando nos primeiros degraus. De lá consigo ouvir os dois conversando na biblioteca. 
                          
— Estou lembrando da sua namoradinha do ensino médio, ela era uma vadiazinha muito gostosa, tão apertada, me da tesão só de lembrar daquela bunda. 
                          
As palavras do pai de Vicenzo me dão um embrulho no estômago, que homem asqueroso. 
                          
— Eu não sou mais a porra de um adolescente burro, eu te mato seu miserável. 
                          
 Vicenzo parece estar muito irritado.
                          
— Qual é o seu problema Vicenzo?? Como ousa. 
                          
— Meu problema é você! Sai da minha casa. 
                          
— Sua casa? Tudo que você tem fui eu que te dei. 
                          
— Isso não é verdade, muito do que tenho faz parte do meu fundo, deixado por minha mãe. 
                          
O que aconteceu com a mãe dele?
                          
— Você é um ingrato miserável Vicenzo.
                          
— Vou ser grato pelo o que? Por você ter matado minha mãe... Por ter me torturado, por ser um demônio e fazer da minha vida um inferno. 
                          
Ele matou a mãe do Vicenzo?! E torturou o próprio filho... Meu Deus esse homem é o próprio demônio.
                          
— Eu não matei aquela puta burra, ela se matou.
                          
— Você esquece que sou seu filho, sei que foi você... Mas sabe o que me consola, saber que você matou ela pra casar com outra, e acabou tendo que tratar um câncer, o que te deixou estéril.
                          
Sinto pena do Vicenzo... ser criado por um mostro e ainda ter que chamá-lo de pai.
                          
— Então você teve que assumir o papel de marido que jamais esqueceu sua primeira esposa... Quando na verdade você não se casou de novo para ninguém descobrir que você não pode ter filhos por infertilidade. 
                          
Estou muito nervosa, meu coração está acelerado... 
                          
— Você não vai atirar no seu filho... O que vão pensar né? Don Gambino matou seu próprio filho...
                          
Atirar???
Fico assustada e começo andar em direção a biblioteca.
                          
—Um Don sem filho, isso não é bom pai, la famiglia não gosta de ter um Don sem filhos, assim como não gosta de ter um Capo sem esposa. Estou resolvendo minha parte. 
                          
Estou me aproximando da porta quando sinto uma mão segurar meu braço, era Matteo. 
                          
— Me Solta, ele vai atirar no Vicenzo.