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Você dava levava o garfo até a boca devagar, comendo em silêncio enquanto os garotos conversavam animadamente sobre qualquer assunto, mas você não tinha interesse, na verdade, estava bem perdida dentro da própria mente.

Tsukishima era um babaca. Mas isso você sempre soube, desde antes mesmo de o conhecer. Arrogante, egocêntrico e um puta babaca. Mas depois do que ele havia feito mais cedo, você se perguntava o quão perturbada aquela cabeça era.

Ele não podia achar normal arrastar alguém para uma sala e simplesmente beija-la depois de se tratarem como gato-sapato. E você tinha certeza que ele disse algo para Konoha, já que o mesmo não quis nem olhar na sua cara depois e você ainda tentou falar com ele.

Se você pudesse, bateria em Tsukishima de todas as formas possíveis que já imaginara na cabeça.

Tudo bem, talvez não, era só um momento de raiva.

Ainda assim, te indignava como ele conseguia apenas sentar na ponta da mesa e conversar normalmente com os garotos, cortar as provocações de Bokuto e continuar com aquela pose de mandão ridícula. Você até se recusava de encara-lo, apenas isso fazia seu sangue subir.

Mas o que te deixava ainda mais furiosa, era saber que você não apenas consentiu o beijo, mas que havia gostado. Quem em sã consciência gostaria de trocar saliva com um cara tão escroto como esse?

— [Nome]. – Bokuto ;te chamou, balançando a mão na frente do seu rosto, você o encarou confusa. – Tudo bem? Terceira vez que eu te chamo.

— Ah... Terceira? Nem ouvi. – riu meio sem jeito. – O que foi?

— Perguntei se quer sobremesa?

Você deu risada, assentindo e se inclinando para o lado de Koutaro, podendo ter uma vista melhor do cardápio de sobremesas. Pediu a primeira coisa de chocolate que viu, voltando a ficar quieta.

Na saída, foi a primeira junto com Akaashi, já que nem você e nem ele, queriam pagar pela comida. O carro que havia trago vocês já estava ali, então você entrou, Kageyama iria junto – você vivia rezando para lá e para cá para ele não ver a quantia de dinheiro que havia gastado, pelo menos não até vocês voltarem ao Japão.

Quando a porta se abriu, olhou incrédula para o loiro que tomou posse do assento vazio, mandando o motorista voltar para o hotel como se nada tivesse acontecido.

— Que merda você tá fazendo aqui?

Essa era uma pergunta difícil para Kei responder. Nem ele sabia o certo, realmente, que merda ele estava fazendo ali?

— O que quer dizer com isso? O carro é meu.

— O que eu quero dizer? Tsukishima, você... – respirou fundo antes de falar, o fuzilando com o olhar. – Eu não sei o que você quer de mim. – o encarou seriamente.

Ele suspirou, arrumando os óculos e se inclinando na sua direção, automaticamente, você foi para trás, mas a porta do carro te impedir de afastar mais. De novo, ele estava tão perto.

— Eu também não sei o que eu quero de você. – disse ao pé do seu ouvido, sua respiração ficou pesada, tentou a controlar, mas não teve muito sucesso.

A boca dele roçou contra seu lóbulo, descendo pelo caminho do seu maxilar, você fechou a cara, tirando seu canivete da cintura e o colocando contra a jugular de Tsukishima. Ele lentamente rolou os olhos até o canivete, os voltando para você com um sorriso de lado no rosto.

— Deveria me assustar? – seu tom de voz saiu baixo. – Isso não vai funcionar como você quer. – ele se aproximou mais, fazendo a lâmina afundar um pouco mais na pele. – É bem ao contrário. – ele sussurrou em seu ouvido, te fazendo engolir seco.

— Não aguento mais isso. – você bufou, tirando o canivete do seu pescoço. – Esse joguinho estúpido que estamos é imaturo demais, seja direto.

Ele colocou um sorriso sarcástico no rosto, tomando levemente a cabeça para o lado.

— Que tal uma trégua? – você o encarou confusa quando ele disse. – Só por esses dias que estamos aqui, depois, nosso relacionamento vai ser somente profissional.

— O que quer dizer com essa trégua?

— Não se faça de burra... – ele murmurou, você estremeceu quando sentiu os dedos levantarem sua blusa, passando os dedos lentamente por sua barriga. – Sabe bem o que eu quero dizer.

Sua atenção havia sido completamente concentrada no toque dele contra sua pele, sua respiração falhava e você mal sabia o que responder.

— Se quiser, apareça no meu quarto depois da meia noite. – ele disse, se afastando e se sentando corretamente.

Você o olhou quase paralisada, mal conseguia raciocinar os próprios pensamentos agora, muito menos essas palavras. Quando se deu conta, já estavam na entrada do hotel. Saiu do carro, pegou o cartão chave do seu quarto na recepção e entrou no elevador, Tsukishima não havia ido junto.

Entrou no quarto, fechando a porta e respirou fundo. Não tinha ideia do que fazer. Raciocinando direito, se você não quisesse, com certeza não estaria em dúvida desse jeito. Se conhecia bem, Tsukishima mexia com você, não queria isso, mas não era algo que tivesse como escolher.

Na realidade, desde o dia da piscina, em que vocês quase se beijaram, ele vivia viajando na sua cabeça quando ela estava vazia, por isso, você gostava muito de se ocupar com qualquer coisa que fosse, por mais banal que seja. Pelo menos, agora descobriu que não era apenas você que sofria com isso. Ficava levemente feliz por acontecer com ele também.

Você vai trepar com ele?! – Kuroo gritou do outro lado da linha, você precisou afastar o telefone da orelha.

— Não! Quer dizer... Não sei. – deu risada. – Ele só me chamou, mas vai ser meio estranho aparecer lá do nada, tipo... ''Oi, vim te dar''.

Se ele te chamou, deve ter alguma coisa em mente. Sexo, provavelmente. – ele deu risada, você também. – Ah, mano... Quer saber? Vai. Ele é gostoso e quem sabe você não começa a receber tratamento especial daqui pra frente.

— Acho que ele não faria isso, ele mesmo disse que depois que voltarmos para o Japão, nosso relacionamento seria completamente profissional. – deu de ombros. – Mas acho que não tem contras.

Hm... Deixa eu pensar... Engravidar você não pode, então não corre risco... Talvez uma DST?

— Acho meio difícil um cara como ele ter DST. – respondeu, gargalhando alto.

— Tem razão... E se você se apaixonar, ein?

— Kuroo... Nos meus vinte e cinco anos de vida eu nunca me apaixonei, não vai ser agora e especialmente por ele.

Vai que você é meio masoquista e gosta de apanhar? – ele perguntou, te fazendo rir mais uma vez. – Então não existem contras, só prós. Vai lá, tem meu apoio.

Você respirou fundo, concordando com ele. Remi quis falar com você, então passou as horas seguintes conversando com a irmã e a ouvindo contar sobre a vida dela, você ficava feliz por pelo menos ela ter a chance de ter uma vida normal.

Depois que terminou de falar com ela, tomou um longo banho, lavou os cabelos e os secou quando saiu. Não sabia exatamente o que vestir, então apenas colocou um shorts preto soltinho e uma regata branca. Sinceramente, Tsukishima já tinha te visto em piores estados.

Já passava de meia noite quando se deu conta, então foi em direção ao elevador e apertou o botão da cobertura, indo direto para o quarto dele. Respirou fundo e bateu três vezes na porta.

𝐀𝐃𝐑𝐄𝐍𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, kei tsukishimaOnde histórias criam vida. Descubra agora