— Podem ir na frente vocês, eu tô acostumada a levar bronca dele. – você disse, não queria que desconfiassem.
Os dois assentiram e entraram na sala, enquanto você se encostou na parede, esperando alguns minutos se passarem. Seu corpo estava levemente dolorido e sua cara de ressaca era óbvia, esperava que Kei não enchesse o saco por isso. Quase dez minutos se passado, você entrou na sala.
— O que eu quero dizer, vocês precisam cortar mais gastos para... – Tsukishima parou de falar quando você entrou.
Ele te encarou, passando os olhos por todo seu corpo e fechando a cara, te fazendo arquear uma sobrancelha confusa.
— Está atrasada.
— Foi mal, eu precisei me trocar, né. – deu de ombros, se sentando ao lado de Koutaro, que te mandou uma piscadela e um sorriso divertido. – Não é minha culpa que me chamaram de última hora.
— Eu te chamei há quase meia hora, não sei que demora foi essa. – Kageyama disse.
— Por que você não cala su...
— Vamos voltar pro tópico, melhor, né não?! – Bokuto soltou um riso baixo, te dando um pequeno chute por debaixo da mesa. Tsukishima suspirou e voltou a falar sobre os orçamentos. Lentamente, Koutaro se inclinou até seu ouvido. – Você pode não gostar dele, mas ele ainda é seu superior, [Nome]... Tenha respeito.
— Mas ele...
— Ele faz o que quiser. Ele é um dos nove, você é inteligente, entenda isso. Eles já pegam leve com você.
Você se calou, Bokuto estava certo. Mas não é porque ele estava certo, que você o daria ouvidos.
Kageyama te fuzilou com o olhar, você só sorriu pequeno, voltando a escutar Tsukishima, que não parava de falar sobre dinheiro. Dinheiro, dinheiro, dinheiro, era só sobre isso que as vidas desses caras giravam em torno e era exaustivo ouvir sobre o dia todo, sinceramente, não aguentava mais. Deveria ter fugido enquanto dava tempo.
Durante a reunião, você os observava, era um tanto surpreendente em como os garotos ficavam na presença de Kei. Todos com a postura perfeita, com a atenção totalmente focada nele e quem havia ido para a festa com você ontem, estava fazendo de tudo possível para esconder o cansaço e a ressaca. Era impressionante.
Você não via Tsukishima como tudo isso, para você, ele tinha poder, mas estava um pouco longe de conseguir seu respeito dessa maneira.
A reunião acabou uma hora depois, suas pálpebras pareciam querer despencar de tanto sono que você estava. Quando o loiro os liberou, você se espreguiçou na cadeira enquanto os outros saíam da sala. Quando se deu conta, estava sozinha, então se levantou, não via a hora de cair na cama.
Saindo da sala, não sabia se tinha que trancar, então só fechou a porta. Sentiu uma mão tampar sua boca e outra te puxar pelo corredor vazio até entrar em uma salinha com alguns produtos de limpeza, você tentou se soltar, mas foi um pouco difícil.
— Mas que porra foi essa?! – bradou ao ver Tsukishima na sua frente. – Você quer morrer?
— O que aconteceu com seu pescoço? – ele perguntou sem nem se importar com o que você disse. Você o olhou sem resposta, levando a mão até o lugar.
— O que tem ele?
Tsukishima te olhou incrédulo, pegando o celular e o virando para você com a câmera frontal aberta. Seus olhos se arregalaram no mesmo momento em que viu as marcas roxas ali, os rolando até o semblante sério do loiro. Sentiu as bochechas esquentarem, pensando em se os outros haviam percebido também.
— Nada da sua conta. – cruzou os seus braços. – Você parece louco me arrastando desse jeito, se fizer isso de novo, eu corto sua mão fo...
Ele te beijou. De novo e do nada. Você demorou para ceder, mas quando o fez, o beijo se tornou necessitado e intenso, o corpo dele prensava o seu contra a parede e as mãos grandes de Tsukishima pararam nas suas bochechas.
Quando tomou consciência do que fazia, o empurrou com força, dando um tapa tão forte em seu rosto que o fez virar a cabeça.
— Eu não ligo quem você é, Tsukishima, não pode ficar me...
— Cala essa boca, garota. – ele segurou seu rosto com firmeza, prensando os lábios mais uma vez.
Agora sim você havia se surpreendido. Depois de um tapa desses, esperava que ele retribuísse. Então por que caralhos ele havia te beijado de novo? Dessa vez, era lento, suas línguas se entrelaçavam sem pressa alguma e os polegares acariciavam suas bochechas. Não havia conseguido o afastar dessa vez.
Quando se afastaram pela falta de ar, ele não fez nada, apenas te encarou por mais alguns segundos.
— Vou cobrar por esse tapa.
Tsukishima saiu da pequena sala rapidamente, ele precisava parar de agir por impulso, ainda mais quando se tratava de você, mas era tão difícil, ele só não sabia porquê. Andou até onde os garotos estavam, combinavam de irem comer em algum lugar.
Olhou Konoha, que mexia no celular um pouco distante dos outros e se aproximou por trás, tocando levemente em seu ombro, sem dar chance dele se virar, apenas se inclinou um pouco, deixando a boca na altura de seu ouvido.
— Akinori. – disse ele com o tom de voz comum. – Não encoste mais nela.
Konoha sentiu o coração parar por alguns segundos, sentindo um frio na espinha e a respiração de Tsukishima tão próxima ao rosto. Apenas respirou fundo e assentiu levemente, deixando Kei com um sorriso satisfeito no rosto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐀𝐃𝐑𝐄𝐍𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, kei tsukishima
Fanfictionart da capa @nassshi0927 no twitter! Onde por um erro seu, acabou nas mãos do imperador de uma das maiores máfias existentes, Kei Tsukishima. Ele se comprometeu a fazer sua vida um inferno, após matar um dos homens dele, era o que você merecia. Mas...