Visita

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Capítulo 3 da maratona
Se preparem em

Estava com os cabelos molhados, enrolada sobre a toalha de algodão, analisei meu reflexo no espelho.
Mas pálida que o normal, olheiras denunciando as noites mal dormidas, estava mais magra....

Papai me evitava.
Evitava falar de Jonas, eu não tinha notícias.
A fisioterapia era dolorido, cada processo.

- Precisa de ajuda?- Perguntou a enfermeira.

- Posso ficar sozinha?- Ela assentiu e saiu em silêncio.

Desde quando tudo virou essa melancolia?

- Julia- Elevei meu olhar.
E ali estava, Dimitri.
Era a primeira vez depois de dias, que o via.

Estava mais magro, parecia estar cansado.
Diferente das outras vezes, estava sem o sorriso debochado sobre os lábios.

Psicopatas também tinham consciência pesada?

- Como você está?- Perguntou.
Ele se aproximou, estava com pétalas brancas sobre as mãos.
Estava se tornando um costume rotineiro, ele esperava que eu o perdoasse apenas pela beleza das flores?

Optei pelo silêncio, penteei os cabelos, enquanto o mesmo me olhava fixamente.

- Trouxe um presente- Se ajoelhou ao meu lado.

- Não sou uma das suas putas, não sou comprada por objetos.

Eu escutei seu suspiro.

- O que você quer?- Questionei- Não veio aqui somente para isso, ver o meu sofrimento é conveniente para você?- Ele não respondeu- Veio me levar de volta ao cativeiro? Meu pai vai te achar...

- Como acha que entrei aqui?- Perguntou- Seu pai não obtém poder sobre mim.

O hospital estava com alguns homens espalhados, seguranças, ao qual não deveria ter tanta confiança assim.

- Veio me matar?

- Apenas conversar...

- Contrate um psicólogo- Neguei.

- Ela não me atenderia assim- Gesticulou.
Deslizei meus olhos pelo meu corpo, corei envergonhada. Estava de toalha em frente ao homem que me causou tanto mal.

Ele se levantou e pegou cobertos, colocou sobre minhas pernas.

- Não consigo prestar atenção- Sorriu de lado.

O diabo também conseguia sorrir?

- Tenho observado você- Disse- Está tendo um avanço bastante grande na fisioterapia.

- Não veio aqui, porque se preocupa com a minha saúde.

- Está errada, gostei do seu doutor...

- Miguel- Senti a garganta secar- Ele é um excelente profissional, mas não acho que agradaria você.

- Ele agrada a você?- Senti um leve aperto sobre a minha coxa.

- Meu pai agrada você?- Empurrei a cadeira para trás- Não quero você aqui...

- Gosta de repetir isso- Balançou a cabeça- Vim trazer notícias, seu amigo não é tão importante para você?

- Jonas?- A voz saiu em um sussurro- Como... Como ele está?

Eu tive medo da resposta, e se ele já estivesse morto? Afinal, já fazia tantos dias.

Ele colocou as mãos sobre o bolso, ele apreciava a tortura psicológica.

- Não gosto de joguinhos, só me fale...- Pedi e ele me encarou em silêncio.

Eu me levantei amparando se a cadeira, ainda não está recuperada. Mas não sentia dor, talvez fosse a famosa adrenalina.

- Você o matou?- Perguntei- Por Deus- Eu o empurrei, eu queria esbofeteia lo- Você se acha superior, não percebe o quão ridículo, você é? Esse é o seu plano? Não fui eu quem matou sua esposa, não fui eu quem condenei sua filha a morte. Droga- Eu tentei não chorar- Quer me destruir? Você já assassinou uma pessoa que eu amava, fez o mesmo com Jonas?- Gruni irritada- Eu te odeio, odeio o que está fazendo comigo.

Ele não reagiu, ficou apenas me olhando, sem qualquer reação.

- O que está acontecendo aqui?- A porta é aberta inesperadamente- Porque está gritando? Julia o que está fazendo de pé.

- Desculpe- Limpei as lágrimas com as palmas da mão.

- Ei, ei- Ele se apressou me auxiliando a se sentar- Está gelada- Ele pegou a manta jogada sobre o chão e cobriu meus ombros- Vou chamar uma enfermeira, para que possa te ajudar a se vestir.

- Eu estou bem...

- Não está- Interrompeu acariciando minhas bochechas- Está com dor?- Seu semblante era de preocupação.

- Estou bem, mesmo- Concordei.

Ele ignorou o fato de Dimitri estar ali, chamou a enfermeira que se apressou a me ajudar. Empurrou a cadeira até o banheiro, vestiu o pijama e me colocou de volta na cama.

- Como está se sentindo?- Ele verificou meus sinais vitais- Sua pressão está um pouco alta, vou pedir que lhe tragam algum medicamento.

- Um pouco sonolenta- Murmurei.

- Remarcamos nossa sessão de fisioterapia para amanhã- Disse- Estará melhor e descansada.

- Obrigada.

- Bem, amanhã te levarei para um lugar diferente- Disse- Vai se sentir melhor e motivada.

Ele era um bom homem, Miguel me fazia sentir que o mundo não era tão ruim.

- Imagino que o convite seja para todos- Dimitri perguntou, eu havia esquecido a sua presença, ele se aproximou e se colocou ao meu lado.

- O céus- Miguel balançou a cabeça constrangido- Sou o doutor Miguel, o senhor é?

- Dimitri- Esticou uma das mãos- Um amigo importante da família.

Amigo? Importante? Desde quando.

- Prazer- Miguel retribuiu- Bom, vou deixá-los sozinhos. Tenho alguns pacientes para visitar, até amanhã Júlia- Balançou a cabeça em um comprimento solene.

Eu me ajeitei sobre a cama, Dimitri segurou em uma das minhas mãos.

- Sinto muito pela dor que lhe causei- Ele tentou parecer sincero, eu deveria acreditar?- Jonas está bem- Respirei aliviada- Ele quer ver você.

- Pode me levar- Tentei levantar e ele me empurrou de volta para o leito.

- Quando estiver recuperada, precisa estar bem.

- Não entendo- Suspirei- O que você quer? Invadindo meu quarto, depois de tudo. Você não conseguiu me matar, está planejando fazer isso novamente?

- Tenho meus planos- Acariciou meus dedos- E neles não incluem sua morte, quero te entregar uma coisa- Ele colocou as mãos sobre o bolso.

Era uma bomba? Uma arma?
O céus me deixaram sozinha com um psicopata.

- Abre- Colocou o envelope sobre as minhas mãos.

Dois convites para um concerto de ballet, a clássica apresentação de a bela e a fera.

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