A DOR ESQUECIDA

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Anos atrás

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Anos atrás

A garotinha de chanel quase platinado pulou do sofá e correu, pela quarta vez, até a porta de entrada a abrindo, olhou para todos os lados e quando não viu sinal de ninguém se aproximando, voltou cabisbaixa para seu lugar acolchoado e se jogou ali. O pai, que mais assistia a ansiedade da filha por cima do livro em suas mãos do que lia o próprio, sorriu achando toda aquela movimentação engraçada.

— Parceira, fica tranquila. Sua tia nunca falta à um aniversário, logo ela está aqui.

— Mas papai, ela disse que estaria aqui às 13:30hrs da tarde, já são 14:00hrs. Duas horas, papai! — Acentuou levantando dois dedinhos finos no ar. — Sabe o que dá pra fazer com todo esse tempo? Muuita pipoca.

Stefan deu risada largando de vez o livro na mesinha de centro e esticou os braços indicando para a garota ir até ele, e assim que ela fez, a colocou em seu colo.

— Quem vê pensa até que a aniversariante é você.

— Papai, eu sei que você acha que é melhor ligar pra tia, e eu concordo. Então vamos ligar.

— E como você sabe que eu acho melhor ligar pra sua tia, sua espertinha? — A menina inspirou fundo e o encarou com o se fosse uma pergunta estúpida.

— Eu posso ver nos seu olhos, papai.

Lexi, que estava acabando de chegar, tinha escutado a conversa e não conseguiu segurar uma gargalhada divertida, ganhando a atenção dos dois. Sua sobrinha era um terror.

— Tia Lex! — Gritou a criança pulando do colo de seu pai para se pendurar no pescoço da tia, que a apertou de volta.

Ai, como senti saudade dessa pestinha. Sentiu minha falta, carinho?

A menina assentiu energeticamente com um enorme sorriso no rosto, mas depois de perceber que sua tia não carregava nada, franziu o cenho.

— Mas cadê meu bolo? — Stefan riu com a amiga enquanto trocavam um abraço apertado.

— Achei que fosse o meu bolo.

— Papai, é muito feio ser egoísta. — Levando as mãozinhas à cintura, Briana balançou a cabeça para o vampiro como se estivesse decepcionada com sua atitude.

Dias atrás, quando estavam assistindo um filme infantil na televisão, ela havia visto a mesma cena, onde uma mãe explicava para seu filho que ele deveria dividir seus brinquedos com os amiguinhos.

— Agora sei o quê você ama mais. — Anunciou Lexi dramaticamente.

— Eu gosto muitão de bolo, mas eu amo amo você, titia.

Lexi sentiu seu coração ficar quentinho e não se segurou, apenas pegou sua sobrinha no colo de novo e apertou forte dentro de um abraço, fazendo a menina resmungar. Stefan apenas as observava com um sorriso no rosto. Sabia que o aniversário poderia ser seu, mas o dia era das duas.

— Eu vou te dar todos os bolos de chocolate do mundo pelo resto da minha vida, carinho.

●●○

A loira levantou-se do sofá de uma vez sem entender qual era o problema com seu pai.

— Do quê está falando, pai? Isso é ridículo. Que brincadeira estúpida é essa? — Stefan continuou a encarando com aquela expressão de dor em seu rosto, estava atiçando os nervos da garota. — Fala, pai! Por que está fazendo isso?

— Aninha, eu nunca brincaria com algo assim.

Ele tinha contado à Briana o que Damon tinha feito assim que ela havia chegado em casa com sua amiga. Stefan tinha muita certeza que era a coisa certa a se fazer, entretanto, assim que as palavras saíram de sua boca ele se arrependeu amargamente. Se sentia horrível.

— Não, isso não é verdade. — Decretou enquanto sentia seus olhos arderem. — Não pode. Cadê a minha tia, pai?

— Bria — Ele se aproximou para tentar acalmá-la, mas a loira se afastou de suas mãos caminhando para o outro lado da sala. 

— Não me toque! Eu quero saber onde está minha tia.

Com sua vista embaçada de lágrimas Briana continuou olhando para seu pai. Só queria que ele dissesse que era uma brincadeira estúpida, um teste, qualquer coisa. Mas ele não disse. Ele não disse. Quando ela finalmente aceitou aquela verdade dolorosa, não conseguiu mais segurar os soluços angustiados que saltaram de seu peito. Sentiu um vazio enorme, e de repente era como se estivesse geando dentro da pensão. Aquele lugar era enorme demais pra ela. Suas mãos tremiam enquanto a loira se abraçava tentando fazer aquele frio passar.

Sua tia Lex estava morta. O homem por quem confessou estar apaixonada a tinha matado. Suas pernas perderam as forças e seus joelhos foram de encontro ao carpete, mas ela não sentiu nada ali, seu peito por outro lado, a estava matando.

— Não, não... 

Seus sussurros angustiados trouxeram as lágrimas de Stefan. O quê ele tinha feito? A dor de sua filha era demais para ele suportar. Pensou em se aproximar de novo, mas Octave tomou a frente e se abaixou ao lado da amiga a trazendo pros seus braços.

Shii — Sussurrou a garota que já tinha lidado com o luto antes. Ela sabia o que Briana estava sentindo agora. Levaria tempo e não ficava menos doloroso, mas você aprendia cada vez mais a suportar aquela dor. E ela sabia que Ana era forte o suficiente para superar. — Eu estou aqui com você. Você não está sozinha.

Bria finalmente saiu de seu casulo e rodeou a amiga com seus braços.

— Dói.

— Eu  sei. — Tave inspirou fundo para segurar suas próprias lágrimas.

— Você contou.

Stefan voltou-se para o irmão parado na entrada da casa sem acreditar que ele pudesse ter a audácia de aparecer ali novamente.

— Saia daqui, Damon. — Seus punhos tremeram. Ele ainda queria matar Damon, já não devia mais nada pra ele.

— Por quê? — A voz que soou baixa, veio de Ana, enquanto ela se afastava da amiga para encarar o vampiro que tinha lhe machucado como ninguém antes. Damon só continuou olhando para seus olhos vermelhos e o rosto delicado molhado de lágrimas, sem conseguir proferir nada em sua defesa. Então ela se levantou e cambaleante se aproximou dele. Seus olhos direto nos azuis. — Por quê?

Dessa vez a pergunta tinha vindo mais firme. Damon travou seu maxilar e engoliu em seco.

— Eu tinha que despistar os caçadores, ela foi um sacrifício necessário.

— Sacrifício? — Briana soluçou indignada, as lágrimas voltando aos seus olhos. — Assim como Vicki? Assim como qualquer outro, porque você não consegue se importar com nada ou ninguém? Quem mais vai precisar se tornar seu sacrifício necessário até que esteja feliz, Damon?

Ela não conseguiu mais continuar olhando pra ele. Só queria desaparecer.

E pensando assim, virou-se e subiu para as escadas em busca da solidão de seu quarto. Só queria chorar sozinha.

Stefan demorou alguns segundos para voltar a realidade. Se culpava pela dor da filha, tinha conseguido que ela visse quem Damon realmente era, mas o preço foi alto de mais. Quando escutou a porta batendo no andar de cima, usou sua velocidade sobrenatural para chegar lá, mas já era tarde. Ana havia se trancado dentro do quarto, e ele estava com medo que ela fizesse algo ruim contra si mesma.

— Ana, abre a porta. — Pediu batendo na madeira, mas não houve resposta alguma além dos soluços abafados. — Vamos conversar. Me deixe entrar... por favor.

Quando percebeu que ela não o faria, apenas encostou-se ali e deslizou até o chão. Não sairia dali até que pudesse encarar seu rostinho e dizer que tudo ficaria bem. Não sairia do lado dela até que tudo ficasse bem.

— Eu te amo muito. — Suspirou sentindo as lágrimas deslizarem por seu rosto gelado. — Me perdoa.

Parecia que um bom tempo havia se passado. Damon agora bebia um copo de bourbon sozinho na cozinha, odiava o que estava sentindo, odiava o que aquela garota o fazia sentir. Sabia que não era bom, mas nunca se sentiu mal por isso. Por que se sentia assim agora então?

Precisava terminar o que tinha vindo fazer nessa cidade e ir embora o mais depressa possível. Não poderia continuar ao lado dela, não quando ela o fazia sentir. Esse era um território perigoso.

Octave, ainda sentada na sala da pensão Salvatore, tinha decidido não informar sobre tudo aquilo para Steven. Ele ainda não tinha intimidade para intervir, mas sabia que se soubesse a dor que Briana enfrentava, seria a última coisa que pensaria, e logo estaria ali para acabar com a raça de Damon. Algo que seria fácil pra ele, já que era um vampiro com muitos seres mágicos na folha de pagamento. Não que se importava com o bem estar do vampiro por gostar dele, não gostava. Mas sabia que a presença dele era essencial para o futuro de Briana.

Os três seres sobrenaturais se assustaram quando escutaram barulhos de coisas quebrando vindo do quarto de Briana. Stefan se levantou pra bater na porta e notou Damon já ao seu lado, também escutou passos apressados subindo as escadas, não demoraria para Octave também estar ali.

— Briana! — Ele estava prestes a arrombar a porta quando Damon segurou seu braço.

— Tudo voltaria ao normal se nada tivesse acontecido.

Stefan fixou seu olhar no irmão mais velho sabendo do que ele estava falando.

— Do que está falando? — Tave questionou, mas foi ignorada quando mais uma vez os barulhos soaram alto junto com o choro de Bria.

Stefan não pensou em mais nada além de ter sua filha bem novamente.

— Faça. — Damon assentiu e desapareceu da vista dos dois.

— Você quer que ele apague as memórias dela. — Acusou a asiática. — Briana é mais forte do que você pensa. Não pode fazer isso.

— Ana é a minha filha. Vai ser o melhor pra ela.

Octave não pôde contestar.

— Você vai se arrepender amargamente um dia. Escute a vidente.

Ela não queria fazer parte daquilo, por isso, achou melhor ir embora.

Briana pisou em um dos cacos que outrora era seu abajur, mas não se importou com a dor, muito menos com o sangue que começou a pintar o tapete azul celeste. Estava procurando por mais alguma coisa que pudesse arrancar a raiva e frustração de seu peito, quando percebeu suas cortinas balançando e a presença em seu quarto.

Damon a encarou com suas sobrancelhas muito negras franzidas. Ela as achava charmosas, mas agora só sentia raiva. Queria arrancar aqueles olhos bonitos de seu rosto para que nunca mais precisasse vê-los ou sentir algo por eles.

— Você está uma bagunça, coelhinha.

— Sai do meu quarto. — Mandou entre suas lágrimas salgadas. — Eu te odeio.

Em menos de um segundo ele a segurava entre seu corpo e a parede. Briana soluçou surpresa, mas quando voltou a si, tentou inutilmente o empurrar pra longe.

— Você disse que gostava de mim.

— Eu retiro! Eu retiro tudo o que disse.

— Não pode. — Afundando seus dedos entre os fios loiros de Briana, ele imobilizou sua cabeça a segurando pela nuca. — Mas eu posso fazer a dor parar.

Quando Ana notou que com a outra mão ele retirou seu bracelete, se desesperou. Debateu seu corpo para se afastar, mas o dele estava a segurando muito apertado contra a parede.

— Não, eu não quero! Me solta.

— Briana me escuta. — Insistiu sentindo seu peito se apertar dolorosamente enquanto a assistia chorar.

— Não faz isso, eu não quero esquecer. Você não tem esse direito.

Ele pensou em desistir. Mas precisava, não entendia o porquê, mas precisava que ela não o odiasse. Que continuasse o vendo como um amigo, mesmo quando Stefan afirmava que ele era um monstro.

— Coelhinha, se acalma. — Ele compeliu logo sentindo todo o corpo dela desistindo de lutar.

— Por favor. — Murmurou sentindo seu corpo pesado, mesmo quando queria mandá-lo ficar longe. Mesmo quando queria correr, tudo que fez foi permanecer.

— Sua tia não morreu. Vocês se despediram e ela foi embora. Lexi decidiu fazer uma longa viagem e disse que vai ficar incomunicável por um tempo. Você ficou chateada, mas entendeu.

As lágrimas terminaram seu caminho pelo rosto avermelhado da garota, mas ela já não entendia porque estava chorando. Damon soltou seus cabelos, deslizando seu dedo pelo caminho molhado. Tinha chegado a conclusão que odiava ver Briana chorando, não queria mais presenciar aquilo.

— Damon...

— Vai ficar tudo bem. Descanse.

Suas pálpebras se fecharam preguiçosamente, e logo Damon teve que ampará-la para que não caísse no chão. Mais uma vez pegou seu corpo menor em seus braços e a carregou até sua cama a depositando ali.

Tudo vai voltar a ser com o era antes. Pensou enquanto retirava da frente do rosto feminino uma pequena mecha de cabelo loiro para que pudesse vê-la melhor.

Esperava que ela nunca mais se lembrasse daquele dia, mas, infelizmente, sabia que não seria possível.

Eita, eita, eita!! Lágrimas no parquinho

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Eita, eita, eita!! Lágrimas no parquinho.

Gente, amei escrever esse capítulo, cheio de lágrimas, sangue e suor. Kkkk Entendedores entenderão.

Sobre HP, vou começar a postar uma fic neste mundo. Sei que tenho várias fanfics para começar, mas decidi que as postadas aqui eu atualizarei depois de terminar White.

A fanfic vai se chamar Back for you e será OC e S. Snape. Talvez eu poste ainda hoje.

See you guys!!

White - D. Salvatore 1 √Onde histórias criam vida. Descubra agora