Capítulo 2

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Roma, Capital da Itália 

JOSH BEAUCHAMP

Ouço o som de tudo se quebrando ao meu redor, vidro se estilhaçando pelo chão, gavetas sendo reviradas, objetos sendo jogados ao chão, travesseiros sendo rasgados, uma completa destruição. Porém mesmo com o barulho e o caos ao meu redor, nada me atormenta mais do que o som de sua risada ecoando em minha mente, uma memória perdida.

Viro o copo de whisky em minha boca bebendo até a última gota, esse é dos bons vou ter que levar a garrafa comigo. É incrível a sensação na qual me encontro agora, em completa paz mas ao mesmo tempo com o caos reinando dentro de mim é como um equilíbrio perfeito, a bebida me faz ficar assim.

-Chefe?- Ouço Noah me chamar.

-O que?-Pergunto ainda de costas para ele enquanto observo a janela, a vista daqui é belíssima.

-Os homens vasculharam toda a casa mas não encontraram nada.- Aperto o copo de vidro em minhas mãos sentindo a raiva me consumir e o arremesso na parede fazendo com que elese estilhasse por inteiro.

-Nada! Nada...Nunca encontramos nada.- Exclamo me virando de frente para ele que me analisa apreensivo.

-Senhor talvez...-Ele faz uma pausa como se pensasse nas palavras seguintes.- Talvez seja hora desistir.

Desistir?

Essa palavra não existe em meu vocabulário.

Em passos rápidos me aproximo dele e minhas mãos agarram seu pescoço com força, o empurro para trás fazendo suas costas se chocarem contra parede e aperto ainda mais seu pescoço.

-Sou eu quem da as ordens por aqui, eu mando e vocês obedecem! Nada de palpites insignificantes sobre o que eu devo fazer ou não.-Profiro cada palavra sentindo o ódio me dominar e então solto seu pescoço e ele cai de joelhos a minha frente enquanto desesperadamente tenta respirar.

-Eu disse isso porque sou seu amigo.- Ele diz com dificuldade, me abaixo em sua altura e agarro seus cabelos com força.

-Se quer ser meu amigo de verdade tente entender minha dor e o motivo de eu estar fazendo tudo isso.- solto seu cabelo e me coloco de pé enquanto ajeito meu terno.

-Senhor?- Ouço me chamarem mais uma vez, olho em direção a porta do quarto e vejo Krystian com o celular em mãos.

- Espero que tenha me trazido boas notícias.- Digo caminhando em sua direção.

-Sim chefe, nosso contato em Washington ligou dizendo que seu plano deu certo,ela rastreou o endereço até o local planejado.- Por um breve momento sinto paz por alguns dos meus planos estarem dando certo.

-Isso é ótimo!- Respondo,  ele me entrega o celular e vejo a foto do meu alvo entrando na locadora de filmes ao lado de um homem estranho.

-Quem é esse homem?- Pergunto.

-É um dos agentes especias que compõe a equipe que ela trabalha.- Ele responde e eu devolvo o celular.

-Investigue sobre ele, quero saber tudo.- Digo em um tom de voz firme.

-Sim senhor mais alguma coisa?- Ele pergunta antes de se retirar.

-Sim, prepare o jato nós iremos para Washington os planos mudaram.- Ele assenti e logo se retira do quarto.

-Pense bem antes de envolver mais pessoas inocentes em sua loucura Josh.- Noah murmura massageando seu pescoço marcado por minhas mãos.

-Eu sei o que estou fazendo Noah, está comigo ou não? Sabe que pode ir embora a hora que quiser.- Falo caminhando em sua direção estendendo a mãos para ajudá-lo a se levantar.

-Eu não vou embora, somos família lembra?- Ele diz se colocando de pé ao meu lado.

-Sim! Nós somos família.- Respondo e então saimos do quarto.

- - -

Minutos depois já estavamos no jato prontos para decolar, sentado em minha poltrona olhando diretamente para a janela enquanto apreciava pela última vez a beleza de Roma levo o copo de Wiskhy até os lábios tomando mais um gole da bebida amarga que de certa forma no últimos anos tem adoçado minha vida. Olho para a mesa a minha frente onde estão alguns papéis importantes e um relatório cheio de informações preciosas que me levarão até a pessoa que me ajudará a concluir meu plano. Abro a pasta e observo sua foto mais uma vez, os cabelos cacheados caídos sobre seus ombros, a expressão séria e irritada, nunca a vi esboçar um sorriso verdadeiro sinto-me curioso para vê-lo pessoalmente, seus olhos castanhos mesmo através de uma foto fazem eu me sentir um tanto desconfortável, como se ela pudesse ver minha alma. Quando estou prestes a fechar a pasta Noah se senta na poltrona ao meu lado e eu jogo o relatório novamente sobre a mesa.

-Você não para de olhar pra essa foto.- Fala em um tom provocativo.

-Tem algo nessa mulher que me deixa intrigado.- Respondo com sinceridade.

-Cuidado pra não se apaix...-Antes que ele conclua a frase puxo minha arma e coloco bem em sua garganta.

-Pense bem antes de falar Merda! Você mais do que ninguém deveria saber que isso é impossível, ela é apenas um elemento importante na minha vingança.- Digo irritadao pressionando o cano da arma cada vez mais fundo em sua garganta.

-Tudo bem...Tudo bem eu já entendi.- Ele diz rapidamente, bufo irritado e retiro a arma de seu pescoço.

O jato particular finalmente decola, seguimos a viagem em silêncio e sinto-me um tanto agitado, amanhã estarei cara a cara com a mulher que tem me atormentado tanto nos últimos dois anos.






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