Dias solitários

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"Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure. – Vinicius de Morais."

Santana abriu seus olhos quando sentiu algo se mexer ao seu lado no colchão onde estava dormindo. Só não podia ser algum animal da fazenda, o pensamento lhe veio em mente. Ela procurou saber o que estava acontecendo e logo viu Josey se encolhendo o máximo possível para sentir o calor de sua mãe. Ela sorriu ao notar isso e deu um beijo na cabeça dele, assim o puxando para perto para que ele se aconchegasse em si. As únicas pessoas no mundo com quem ela realmente conseguia ser extremamente carinhosa eram seu filho e sua esposa. Falando nela, onde ela estava? Pensou a mulher.

A latina deu mais um beijo na cabeça de seu filho e se sentou para poder observar melhor a sala de estar que estava escura, visto que ainda era madrugada. Ela pegou seu celular que estava ao seu lado e viu as horas, logo vendo que já estava na hora de se levantar para poder ajudar seus mais novos conhecidos. Ela e Brittany estavam mesmo levando a sério o trabalho de cupido que teriam naquele grupo.

Santana se pôs de pé e viu que todos que estavam ali ainda estavam dormindo profundamente, assim como seu filho. Ela pôs os travesseiros ao redor dele e viu o menino se aconchegar em um deles. Ele era como ela, gostava de dormir sentindo alguma coisa aconchegante por perto. Ela sorriu com seu próprio pensamento e resolveu ir procurar sua esposa, visto que já estava ficando preocupada com sua ausência.

Até que, a mulher olhou para a porta e viu que a mesma estava entreaberta. Ela arqueou uma sobrancelha e acendeu seu celular para ter alguma luz para não acabar caindo em cima de alguém ou algo assim. A latina abriu a porta cuidadosamente, pois se alguém estivesse ali, não iria se assustar e logo viu Brittany sentada nos degraus de entrada da casa. Ela estava com seu fone de ouvido com um chifre colorido de unicórnio no centro, vendo vídeos em seu celular e comendo um cupcake, porém havia um prato já vazio ao seu lado. Santana negou com a cabeça assim que percebeu tal coisa e resolveu que já era hora de intervir, senão sua esposa iria acabar no hospital depois de tanto comer.

– Brittany Susan Pierce-Lopez! – A morena falou alto o suficiente apenas para que a outra mulher pudesse lhe ouvir mesmo que estivesse com fones de ouvido. Brittany arregalou seus olhos azuis e se tremeu dos pés a cabeça. Ela sabia que estava encrencada, pois Santana havia lhe chamado pelo nome completo. – O que você pensa que está fazendo?

A loira tirou os fones de seus ouvidos e lambeu os lábios para hidratá-los um pouco, logo se virando para trás para poder ver o rosto da mulher que estava prestes a lhe dar algum tipo de bronca. Ela apagou a tela de seu celular para se concentrar apenas na conversa e não se distrair como sempre fazia.

– Oi, Sant. Você está ainda mais bonita do que de costume. Como você consegue ficar bela até na madrugada? – Questionou Brittany que preferiu elogiar sua esposa, em uma tentativa de que ela esquecesse o que havia visto há poucos segundos, pois realmente não queria levar uma bronca por mau comportamento.

– Não mude de assunto, senhora Pierce-Lopez. – Mandou a morena que se aproximou da outra e viu a mesma baixar sua cabeça para o chão como se estivesse envergonhada por ter sido pega. Era engraçado porque, não importava quanto tempo passasse, Brittany continuaria parecendo uma criança adorável. A loira ficou mexendo um de deus dedos pelo chão, demonstrando que estava um pouco receosa da bronca que estava preste a levar. – Vem cá, Britt.

Santana estendeu suas mãos para que a outra mulher tivesse ajuda ao se levantar. Brittany olhou para aquelas mãos por alguns poucos segundos e as segurou para poder se levantar do degrau.

– Por favor, Sant, não precisa fazer nada. Eu juro que jamais vou comer doce algum. Um galo pode cantar nesse momento se eu estiver mentindo. – Garantiu Brittany que logo ouviu o canto de um dos galos. Ela soltou as mãos da morena e as pôs contra seu rosto para poder escondê-lo, visto que estava amedrontada e envergonhada.

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