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queres ser águia, Zé Ninguém, e é por isso que és comido pelos abutres. Tens medo das
águias, e é por isso que vives em grandes bandos e és comido em grandes bandos.
Porque algumas das tuas galinhas chocaram os ovos de abutre e os abutres foram então
os teus chefes contra as águias, as águias que desejariam ter-te levado mais longe, mais
alto. Abutres que te ensinaram a comer cadáveres e a contentar-te com alguns grãos de
trigo, a berrar: “Viva, Viva, Abutre!”. E apesar das tuas privações e da tua condenação aos
milhares, continuas a ter medo das águias que protegem os teus frangos.
dia o que a águia lhes trazia de alimento. Deixaram-se aquecer debaixo das suas asas
poderosas sempre que chovia ou trovejava, enquanto ela suportava a tempestade sem
qualquer proteção. Ou chegaram a atirar-lhe pedras pelas costas, nos piores dias.
Quando deu por isso, o primeiro impulso foi desfazê-los, mas, pensando melhor, encheu-
se de compaixão. Esperava ainda que algum dia haveria de surgir dos muitos frangos
míopes e cacarejantes uma pequena águia capaz de a acompanhar.
ovos de galinha? De começo a águia julga que está a chocar apenas pequenas águias
que virão a tomar volume idêntico ao seu. Mas o que acaba por sair são sempre frangos.
Desesperada, a águia espera que os frangos ainda possam vir a ser águias. O tempo
passa e o que finalmente surge são galinhas cacarejantes. Então, nasce na águia a
tentação de comer frangos e galinhas de uma assentada, e apenas uma pequena réstia
de esperança a impede de o fazer. A esperança de que um dia surja do bando de frangos
uma pequena águia capaz de sondar a distância a partir dos píncaros, de detectar novos
mundos, novas formas. de pensar e viver. E só esta esperança impede a triste e solitária
águia de devorar os frangos e galinhas, que nem sequer se dão conta de que uma águia
os sustenta e acolhe, que vivem num íngreme rochedo, bem acima dos vales perdidos.