Apollo
Deus Magnus Est
 
 
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DCLXVI
Eu sou o Sol, mas desde os primeiros alvoreceres de minha existência, minha infância foi marcada por tempestades internas e terrores insondáveis. Os medos que me assolaram naquelas primordiais etapas da vida não se desvaneceram com o passar dos anos; ao contrário, firmaram-se em minha alma, como sombras que não conhecem fim. Cada noite, que deveria ser de repouso, transformava-se em um campo de batalha interior, onde os espectros de minhas próprias angústias se erguiam para me devorar.

Na juventude, a revolta tomou conta de meu ser com a força de um furor lascivo. A tristeza foi o templo onde busquei abrigo. O ocultismo, com seus enigmas e promessas obscuras, tornou-se meu único consolo, e as festivas noites de minha cidade, com suas luzes vibrantes e seus ecos vazios, serviram de escape para minha alma atormentada. Mas, no fundo, eu sabia que aquilo não passava de uma fuga efêmera, uma tentativa vã de silenciar a dor que me consumia.

Na maturidade, um novo ser surgiria em meu caminho: a Lua. Ela chegou como um farol, suave e brilhante, iluminando a escuridão do meu espírito com sua luz etérea. Por um breve momento, senti-me em paz, como se a quietude da noite pudesse finalmente acalmar as tempestades dentro de mim. Amei-a com todo o fervor de um coração que, há muito, não conhecia a doçura do afeto. No entanto, o peso da minha própria tristeza, as correntes que ainda me prendiam a um passado tumultuado, tornaram-se insuportáveis até para a sua luz. E assim, a Lua partiu, deixando-me à deriva, como uma barca à mercê das ondas.

Ainda a amo, com uma paixão que jamais se apaga. O vazio que ela deixou é um abismo profundo, que parece expandir-se a cada dia que passa. Sinto sua falta — da sua luz serena, do calor silencioso que emanava de sua presença. O que restou de nós foi apenas a saudade, uma saudade imortal, que persiste, incansável, em cada poro de minha alma. E, assim, continuo a olhar para o céu, aguardando, talvez com a esperança tola de que ela retornará. Porque, mesmo após as tempestades, o amor que a Lua despertou em meu coração permanece, imutável e eterno.

E assim, sou eu, o Sol, um cigano errante, vagabundo de alma, ordinário aos olhos dos homens, mas extraordinário nas profundezas de minha própria busca. Minha vida é uma jornada sem fim, onde o vento do destino me empurra de um lugar a outro, levando-me pelas estradas da poesia, do vinho e das horas silenciosas. Sou um viajante das sombras e das luzes, devoto das coisas simples — o pão, o queijo, o vinho que embriaga e a poesia que liberta. Minhas mãos, calejadas pelas andanças, se oferecem à escrita, como um dom sagrado, e minha alma, marcada pelas cicatrizes da dor, não sabe viver sem a tristeza que me alimenta. Pois é na tristeza que encontro meu refúgio, na melancolia que me elevo e, na busca incessante pela beleza, continuo a trilhar o caminho que me foi destinado. Não sou mais do que um homem marcado pela vida, mas, na essência, sou um poeta — e é na poesia, no pão, no vinho e na eterna prostração que repousa o meu ser.

Eu sou o Sol?
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Edmund Blair Leighton - The Dedication (1908)
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DARK SOULS™ II: Scholar of the First Sin
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Gostosa Rolud@ 29 Oct, 2024 @ 12:18pm 
alem de homofobico e um lixo escroto. vai se tratar seu doente
Arjen 26 Sep, 2024 @ 6:49pm 
Hi, saw your post about trying to find someone to play with. If you can i would like to play with you.
Themissharmful 6 Jul, 2024 @ 9:07am 
Voce me pertenece
DarrellStk 6 Jul, 2024 @ 9:05am 
Nem mesmo Deus te salva de ser um pedaço de merda inútil.
ivyoptic 17 May, 2024 @ 8:14pm 
I-AťA-I 1 May, 2024 @ 6:43am 
rep bro is chill asf