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da linguagem ao refletir sobre os objetivos e a utilidade da fala. Num primeiro momento toma a linguagem a partir da dimensão humana; para num segundo, referir a linguagem interior, que ligada ao pensamento precede à verbalização, e investe numa concepção semiótica, que explora os signos linguísticos que servem à fé e se instituem pela razão iluminada. Tal especificidade articula esta pesquisa, principalmente, a pressupostos hermenêuticos estudados pelos teóricos da tradução, Steiner e Schleiermacher e com os filósofos que discutem a tradução, Ricoeur, Ladrière e Ortega y Gasset.
Certamente, não se pode mensurar a magnitude do conhecimento do professor Agostinho apenas por esta obra, que versa com o filho sobre postulados de base A interpenetração conceitual em De Magistro está intimamente ligada à vida integral de Agostinho, que na tradução, para evitar a incompletude do sentido, requisitou a análise intertextual com obras correlatas deste autor; as que a precederam e as que lhe sucederam, disponibilizadas entre um vasto acervo com mais de 400 sermões, 270 tratados teológicos, 9 diálogos filosóficos e 150 livros.
O fenômeno da intertextualidade exigiu um acentuado, mas necessário incremento de citações, interrelacionados com textos do corpus de tradução, às quais considerei corpus oriundos da fonte de De Magistro, que traduzi no corpo da dissertação, enquanto os textos originais foram alocados em notas de rodapé. Os intertextos derivam das obras: Soliloquiorum LIBRI II (386); Contra Academicos LIBRI III (386); De Beata Vita Liber I (386); De Dialectica Liber I (387); De Quantitate Anima Liber I (388); De Vera Religione Liber I (389 — 391); De Libero Arbitrio LIBRI III (388 — 395); Doctrina Christiana LIBRI IV (396 — 397); Confessionum LIBRI XIII (397 — 401); De Trinitaie LIBRI XV (399 — 419); De Civitate Dei LIBRI XXII (413 — 426); Retractationum LIBRI II (428) e, De Ordine LIBRI II (386).
Conexões intertextuais com a Sagrada Escritura, igualmente se fizeram necessárias, a que ponderei o mesmo