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Zauditu da Etiópia

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Zauditu
Negesta Nagastat

Zauditu
Imperatriz da Etiópia
Reinado 27 de setembro de 1916
1 de março de 1930
Coroação 27 de setembro de 1916
Antecessor(a) Lij Iyasu
Sucessor(a) Hailê Selassiê
Regente Tafari Makonnen
Nascimento 29 de abril de 1876
  Warreyimenu
Morte 2 de abril de 1930 (53 anos)
  Adis Abeba
Cônjuge Araya Selassie Yohannes (1882–1888)
Gugsa Welle (1900–1930)
Casa Salomónica
Pai Menelique
Mãe Weyziro Abechi de Wallo
Filha(s) N. Gwangul
N. Gugsa
Religião Igreja Ortodoxa Etíope

Zauditu (Zaoditu, Zewditu ou Zawditu) (29 de abril de 18762 de abril de 1930) foi Imperatriz da Etiópia de 27 de setembro de 1916 a 1 de março de 1930,[1] tendo sido a primeira mulher a reinar sobre aquele país, em tempos modernos.

Contexto histórico

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Vivia a Etiópia, durante o século XIX, um período de confronto entre os senhores feudais (denominados de “ras”) . O poder central, enfraquecido desde o século XVIII, jazia quase esquecido. As quatro maiores regiões da nação – Tigré, Amhara, Godjam e Choa, lutavam entre si pelo domínio. Ao lado disso, uma disputa religiosa entre os cristãos coptas e o avanço dos fiéis muçulmanos, servia para ainda mais dividir o país.

Quando restavam apenas dois rivais, no final do século XIX – o Tigré e Choa, surgiu um aventureiro que, dizendo-se descendente da Rainha de Sabá, e chamado Kassa, desposou a filha do ras de Gondar, governando, em 1854, este território e Godjam. Kassa, então, assumiu o nome de Teodoros (ou Tewodros), e depôs o último dos imperadores – Joanes III – assumindo o título de “Negus Negasti” – ou seja, “Rei dos Reis”. A ele se opuseram várias regiões, chefiadas pelo rei do Tigré.

Transferiu a capital para Magdala e, tendo obtido apoio dos franceses, então sob o reinado de Napoleão III, enfrentou a Inglaterra que, mandando uma expedição chefiada por Sir Robert Napier, conseguiu libertar o imperador deposto e provocou o suicídio de Teodoros.

A guerra civil continuou, saindo vitorioso o Ras do Tigré, que tornou-se Negus Negasti e assumiu (1872) com o nome de João IV. Este, ao contrário do usurpador Kassa, tinha sangue nobre, além de ser esclarecido.

Joanes enfrenta dificuldades externas, com as pretensões européias, sobretudo italianas, e internas, como revoltas e a oposição do Ras de Choa, Menelique, que apoiava os italianos, tendo assinado o “Tratado de Ucciali” com estes, em 1889. Em uma batalha na fronteira oriental, morre o Negus – e Menelique, com escopo ítalo-francês, torna-se o novo Negus.

Menelique II, pai de Zauditu

Menelique sofre infarto, em 1906, seguido de derrames que lhe paralisam os movimentos e impossibilitam a fala. Indicara, antes, como seu sucessor, o seu neto Lidj-Yassu (ou Lij Iyasu – sendo Lij um título para príncipe). Este, porém, declara-se muçulmano – o que leva o Conselho de Ministros (os “Rases”) a encontrar na filha de Menelique, Zauditu, uma sucessora capaz de frear o avanço dos maometanos. O abuna, líder religioso copta, excomungou o jovem herdeiro, que foge.

Zauditu era filha de Menelique com "Woizero" Abechu de Wallo, um casamento anterior ao com a Imperatriz Taitu, e foi criada como uma princesa embora, pelo tradicional sistema sucessório, jamais cogitasse ascender ao trono.

Em 1882 casou-se com um descendente de Joanes IV, o príncipe Gugsa.

Em 1907, com a deposição de Yassu, é coroada Imperatriz – a primeira da História etíope moderna. Como regente, foi nomeado Ras Tafari Makonnen.

Zauditu era diabética. Nos dois últimos anos de sua vida, a Imperatriz ficara cada vez mais reclusa e misantropa, tornando-se extremamente mística.

Durante seu império o país esteve dividido em três partidos principais, que na Corte em Adis Abeba (a “Nova Flor”, em amárico – fundada por Menelique) disputavam o poder: a aristocracia, chefiada pelo Ministro da Guerra, eminentemente conservador e com prestígio militar; os partidários do regente Ras Tafari, progressista, aberto aos estrangeiros e, finalmente, os partidários da própria Imperatriz que, neste jogo de poder, procurou manter o equilíbrio – e evitar a volta do sobrinho deposto – que em 1921 foi preso no Tigré.

Com o advento da I Guerra Mundial, Ras Tafari consegue inserir a Etiópia no cenário internacional. Com apoio de França e Portugal, consegue que o país faça-se representar na Liga das Nações, apesar da oposição de Inglaterra, Noruega e Austrália.

Sob a intercessão do Ras, Zauditu aboliu a escravidão em 1924. O exército foi modernizado, mas a administração nas zonas mais interiores continuava primitiva, de tal forma que a lei extinguindo os cativos não era ali respeitada.

O país enfrentou as pretensões italianas em seu território, avidamente disputado por este país.

Em 31 de março de 1930, durante lutas intestinas, seu esposo Gugsa morre, numa tentativa de depor o regente. Abalada, já com a saúde fragilizada pelo diabetes, Zauditu tem um colapso nervoso e físico, morrendo pouco tempo depois. Não deixou herdeiros, sendo sucedida pelo Negus Haile Selassie, o Ras Tafari.

Precedido por
Lij Iyasu
Imperatriz da Etiópia
1916 - 1930
Sucedido por
Hailê Selassiê

Referências

  1. «Empress Zewditu, Queen of Kings» (em inglês). Consultado em 27 de março de 2011 
  • Encyclopaedia Africana: Dictionary of African Biography, Volume 1: Ethiopia & Ghana, Pág, 156 (verbete – vide “ligações externas”)
  • CARVALHO, Delgado de. História Geral – Idade Contemporânea, Vol. 3, MEC, 1966.

Ligações externas

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