Yoshiko Okada
Yoshiko Okada 岡田嘉子 | |
---|---|
Okada em 1935 | |
Nascimento | 21 de abril de 1902 Hiroshima, Império do Japão |
Morte | 10 de fevereiro de 1992 (89 anos) Moscou, Rússia |
Nacionalidade | japonesa |
Ocupação | Atriz |
Período de atividade | 1923–1986 |
Yoshiko Okada (岡田嘉子 Okada Yoshiko?, 21 de abril de 1902 – 10 de fevereiro de 1992) foi uma atriz japonesa.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Yoshiko Okada nasceu em Hiroshima e estudou no curso de Arte e Design da Universidade Joshibi.[1] Sua estreia cinematográfica se deu com o filme Dokuro no mai de Eizo Tanaka.[2][1]
Na década de 1930, Yoshiko Okada era uma atriz renomada, fazia turnês com os maiores diretores japoneses de sua época, como Kenji Mizoguchi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Heinosuke Gosho. Ozu, inspirado pela sua atuação em Mata au hi made (1932), afirmou: "Ela estava excelente e não há dúvida de que há algo sensual em seus olhos".[3]
Tendo se apaixonado pelo diretor comunista Ryōkichi Sugimoto, o casal preparou sua fuga do Japão imperialista e militarista para ingressar na URSS onde esperaram conquistar sua liberdade artística e viver um novo amor, já que ambos eram casados. Eles cruzaram a fronteira da província de Karafuto, na ilha de Sakhalin, em 3 de janeiro de 1938, mas foram rapidamente presos pela polícia soviética. Sugimoto foi executado como espião em 20 de outubro de 1939, e Yoshiko Okada foi condenada a dez anos de trabalhos forçados na gulag.[4]
Solta no final de 1947, Yoshiko Okada trabalhou como locutora de japonês na Rádio Moscou na transmissão de literatura e teatro russo.[5] Ela estudou na Academia Russa de Artes Teatrais e atuou pela primeira vez na URSS em 1959 na peça Onna no issho, do dramaturgo Kaoru Morimoto, que ela mesma havia traduzido para o russo.[5] A peça foi apresentada no Teatro Mayakovsky e teve enorme sucesso.[5]
Em 1961, Yoshiko Okada codirigiu, juntamente com o cineasta russo Boris Buneev, o filme Ten Thousand Boys (Десять тысяч мальчиков) destinado ao público infantil e não portando a imagem estereotipada dos japoneses como inimigos, geralmente transmitida pelos filmes soviéticos.[5] O elenco foi formado por atores japoneses residentes na URSS, como a própria Okada e seu marido Shintaro Takiguchi, além de outros atores soviéticos de origem asiática.[5]
Yoshiko Okada voltou a morar no Japão em 1972 e apareceu em peças teatrais e em alguns filmes, incluindo um episódio da série Otoko wa Tsurai yo em 1976 e no filme de 1978, Kōtei no inai hachigatsu, de Satsuo Yamamoto.[6] Graças a perestroika implanta pelo governo Gorbachev, ela retornou à URSS em 1986.[6]
Ela morreu em Moscou em 10 de fevereiro de 1992, onde posteriormente seus restos mortais foram enterrados no cemitério Tama, em Tóquio.[7]
Yoshiko Okada apareceu em mais de cinquenta filmes entre os anos 1923 a 1986.[2]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]A filmografia de Yoshiko Okada foi retirada do banco de dados JMDb.[2]
- 1923: Dokuro no mai (髑髏の舞?) (dir. Eizō Tanaka)
- 1923: Chi no senrei (血の洗礼?) (dir. Osamu Wakayama)
- 1923: Dokujin (毒塵?) (dir. Kiyomatsu Hosoyama)
- 1923: Yama no higeki (山の悲劇?) (dir. Kensaku Suzuki)
- 1925: Machi no Tejinashi (街の手品師 Machi no Tejinashi?) (dir. Minoru Murata)
- 1925: Daichi wa hohoemu daiippen (大地は微笑む 第一篇?) (dir. Kenji Mizoguchi)
- 1925: Daichi wa hohoemu dainihen (大地は微笑む 第二篇?) (dir. Osamu Wakayama)
- 1925: Daichi wa hohoemu daisanhen (大地は微笑む 第三篇?) (dir. Kensaku Suzuki)
- 1925: Akutagawa kōshi no adauchi (芥川孝子の仇討?) (dir. Kōkichi Tsukiyama)
- 1925: Shirayuri wa nageku (白百合は歎く?) (dir. Kenji Mizoguchi)
- 1925: Shinpai gomuyō (心配御無用?) (dir. Kensaku Suzuki)
- 1925: Bokō no tameni (母校の為めに?) de Yutaka Abe
- 1925: Gaijo no suketchi (小品映画集?) (dir. Kenji Mizoguchi)
- 1925: Ningen (人間?) (dir. Kenji Mizoguchi)
- 1926: Shōri no mae ni (勝利の前に?) (dir. Genjiro Saegusa)
- 1926: Shinsei no aikō (新生の愛光?) (dir. Yutaka Abe)
- 1926: Ai no kikōshi (愛の貴公子?) (dir. Ritsu Kusuyama)
- 1926: Kyōkō to Shizuko (京子と倭文子?) (dir. Yutaka Abe)
- 1926: Nichirin: Zenpen (日輪 前篇?) (dir. Minoru Murata)
- 1926: Nichirin: Kōhen (日輪 後篇?) (dir. Minoru Murata)
- 1926: Kyōren no onna shishō (狂恋の女師匠?) (dir. Kenji Mizoguchi)
- 1926: Suketina bijin (素敵な美人?) (dir. Minoru Murata)
- 1926: Shinshū danji no iki (神州男児の意気?) (dir. Minoru Murata)
- 1927: Seiji no yūsha (正義の勇者?) (dir. Tomotaka Tasaka)
- 1927: Kare o meguru gonin no onna (彼を繞る五人の女?) (dir. Yutaka Abe)
- 1932: Jinbin (人罠?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1932: Chikyōdai (乳姉妹?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1932: Josei no kirifuda (女性の切札?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1932: Mata au hi made (また逢ふ日まで?) (dir. Yasujirō Ozu)
- 1932: Chūshingura: Akō Kyō no maki (忠臣蔵 前篇 赤穂京の巻?) (dir. Teinosuke Kinugasa)
- 1932: Chūshingura: Edo no maki (忠臣蔵 後篇 江戸の巻?) (dir. Teinosuke Kinugasa)
- 1932: Nasaku naka (生さぬ仲?) (dir. Mikio Naruse)
- 1933: Tōkyō no Onna (東京の女?) (dir. Yasujirō Ozu)
- 1933: Nakinureta haru no onna yo (泣き濡れた春の女よ?) (dir. Hiroshi Shimizu)
- 1933: Shojo-yo sayonara (処女よ、さよなら?) (dir. Heinosuke Gosho)
- 1933: Sasurai no otome (さすらいの乙女?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1933: Tōkyō ondo (東京音頭?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1933: Ramūru (愛撫?) (dir. Heinosuke Gosho)
- 1933: Chinchōge (沈丁花?) (dir. Hōtei Nomura)
- 1934: Kanraku no yo wa fukete (歓楽の夜は更けて?) (dir. Yoshinobu Ikeda)
- 1934: Tōyō no haha (東洋の母?) (dir. Hiroshi Shimizu)
- 1934: Tonari no Yae-chan (隣の八重ちゃん?) (dir. Yasujiro Shimazu)
- 1934: Ippongatana dohyōiri (一本刀土俵入り?) (dir. Teinosuke Kinugasa)
- 1935: Seppun jūjiro (接吻十字路?) (dir. Keisuke Sasaki)
- 1935: Mono iwanu ane (もの言はぬ姉?) (dir. Keisuke Sasaki)
- 1935: Reijin shakōba (麗人社交場?) (dir. Hiromasa Nomura)
- 1935: Eikyū no ai: Zenpen (永久の愛 前篇?) (dir. Yoshinobu Ikeda)
- 1935: Eikyū no ai: Kōhen (永久の愛 後篇?) (dir. Yoshinobu Ikeda)
- 1935: Tōkyō no yado (東京の宿?) (dir. Yasujirō Ozu)
- 1935: Tenpō Yasubei (天保安兵衛?) (dir. Minoru Inuzuka)
- 1936: Hatsusugata shusse kaidō (初姿出世街道?) (dir. Kyōtarō Namiki)
- 1937: Oshizu Reizō (お静礼三?) (dir. Tatsuo Ōsone)
- 1961: Ten Thousand Boys (Десять тысяч мальчиков) (dir. Boris Buneev e Yoshiko Okada)[5]
- 1976: Otoko wa tsurai yo: Torajirō yūyake koyake (男はつらいよ 寅次郎夕焼け小焼け?) (dir. Yōji Yamada)
- 1978: Orenji rōdo kyūkō (オレンジロード急行?) (dir. Kazuki Ōmori)
- 1978: Kōtei no inai hachigatsu (皇帝のいない八月?) (dir. Satsuo Yamamoto)
- 1986: Don Matsugorō no seikatsu (ドン松五郎の生活?) (dir. Shin'ichi Nakada)
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b «岡田嘉子». kotobank.jp (em japonês). Consultado em 13 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 9 de fevereiro de 2023
- ↑ a b c «Filmografia». JMDb (em japonês). Consultado em 25 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2023
- ↑ RICHIE, Donald (20 de julho de 1980). Ozu (em francês). Traduzido por Pierre Maillard. [S.l.]: Lettre du Blanc. OCLC 417413792
- ↑ KATO, Tetsuro (julho de 2000). The Japanese Victims of Stalinist Terror in the USSR (em inglês). [S.l.]: Hitotsubashi University
- ↑ a b c d e f MELNIKOVA, Irina (20 de agosto de 2012). Representation of Soviet-Japanese Encounters in Co-production Feature Films - Part 1. The Musical Harmony [Representação dos Encontros Soviético-Japoneses em Longas-metragens de Coprodução - Parte 1. A Harmonia Musical] (em inglês). [S.l.]: Doshisha University
- ↑ a b YAMAMOTO, Satsuo (3 de janeiro de 2017). My Life as a Filmmaker (em inglês). Traduzido por Chia-ning Chang. [S.l.]: University of Michigan Press. ISBN 978-0-472-05333-9
- ↑ «岡田嘉子». plala.or.jp (em japonês). Consultado em 13 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 10 de maio de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Yoshiko Okada. no IMDb.
- Yoshiko Okada (em japonês) no Japanese Movie Database