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Yochai Benkler

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Yochai Benkler
Yochai Benkler
Nascimento 1964 (60 anos)
Givatayim
Cidadania Estados Unidos, Israel
Alma mater
Ocupação economista, professor universitário, advogado, erudito jurídico, jurista
Distinções
Empregador(a) Universidade Harvard, Universidade de Nova Iorque
Obras destacadas A Riqueza das Redes
Página oficial
http://www.benkler.org/

Yochai Benkler (Givatayim, 1964) é um professor israelo-estadounidense da escola de direito na Universidade Harvard. Escreve sobre a Internet e a economia da sociedade em rede, bem como sobre a organização da sua infraestrutura.

A abordagem de Benkler se baseia nos bens culturais comuns, considerando a gestão de recursos nos ambientes em rede. Ele criou o conceito de produção por pares baseada nos bens comuns (en inglês, Commons-based peer production) [1] para descrever os esforços de colaboração baseados na partilha de informação, como nos casos do software livre e de código aberto e da Wikipédia.[2] Ele também utiliza o conceito de "economia da informação em rede", que se refere a um "sistema de produção, distribuição e consumo de bens de informação caracterizado por uma ação individual descentralizada levada a cabo através de meios amplamente distribuídos e não mercantis que não dependem de estratégias de mercado".[3]

Dentre suas obras, destacam-se o livro A Riqueza das Redes (em inglês: The Wealth of Networks) e o artigo Coase's Penguin, or, Linux and the Nature of the Firm, publicado em 2002.[4]

The Penguin and the Leviathan: How Cooperation Triumphs over Self-Interest

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Publicado em 2011, o livro rejeita a hipótese de que o egoísmo dirige o comportamento humano e acabou por moldar os sistemas sociais nos quais vivemos e trabalhamos. Benkler propõe uma alternativa, um modelo que enfatiza a cooperação e a colaboração. O pinguim do título (em português O Pinguim e o Leaviatã: como a cooperação triunfa sobre o interesse próprio) é uma referência ao sistema operacional Linux, cujo símbolo é o pinguim. O Linux é um sistema operacional cujo desenvolvimento resultou da colaboração de pessoas de todo o mundo. Já o Leviatã é alusivo à obra de Hobbes, que argumenta em favor de um governo com soberania absoluta. Segundo Benkler, Hobbes engendrou um monstro, a "imagem icônica de um estado de controle".[5][6]

The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom

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Publicado em 2006, o livro (cujo título, traduzido literalmente em português, é A riqueza das redes: como a produção social transforma os mercados e a liberdade) está disponível integralmente na Internet, sob licença Creative Commons não comercial[7] e inicialmente tinha a particularidade de ser editável, sendo que alguns leitores acrescentaram commentários e links à versão online. Segundo o autor, esse experimento serviria para provar que, no futuro, autores e leitores poderiam se interligar e até mesmo colaborar. [8] Em The Wealth of Networks, Benkler aborda o impacto social da Internet, com ênfase na ação social, individual ou coletiva. Faz um relato minucioso sobre os atuais meios de comunicação e informação relacionando-os com o Direito, tecnologia e redes.[9]. Segundo Dan Hunter,[10] a obra de Benkler oferece algo similar a uma Teoria Geral da Política de Informação na era das redes, abordando questões relativas a legislação e políticas para a Internet.

Network Propaganda: Manipulation, Disinformation and Radicalization in American Politics

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Publicado em 2018, o livro (cujo título, traduzido literalmente em português é Propaganda em Rede: Manipulação, Desinformação e Radicalização na Política Americana) escrito por Benkler, Robert Faris e Hal Roberts, discute se as redes sociais estão ou não destruindo a democracia. Aborda a eleição de Donald Trump em 2016 e todas as polêmicas envolvidas na sua campanha eleitoral, na qual as novas tecnologias tiveram um papel decisivo para a sua vitória e teriam sido responsáveis pela sensação de uma onda de "pós-verdade", quando a desinformação prospera. [11]

Benkler e visão econômica

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Em 2017, Benkler concedeu uma entrevista a El Diário, [12] na qual apresentou sua visão sobre a economia e a crise financeira. Segundo ele, a partir de 1980, em países onde a visão neoliberal predominava, especialmente os Estados Unidos e oReino Unido, ocorreu um grande aumento de desigualdade. Em cada um desses casos, verifica-se uma rejeição ao sistema existente, com a vitória de candidatos que propõem soluções baseadas no nacionalismo econômico e o ódio às minorias. Tanto a eleição de Trump como o Brexit estão relacionadas com uma ordem econômica baseada na liberalização sistemática, em benefício de uma pequena parcela da população. "A lógica do mercado reduz tudo a um preço e é insensível aos valores ou às motivações que não são inspirados pelos lucros.

Outro ponto abordado na entrevista é a discussão sobre quem organiza melhor a economia - o Estado ou o mercado. Para Benkler, é necessário revisar e reescrever todo o sistema econômico de acordo com novas regras, impulsionando valores como a colaboração. Em sistemas colaborativos, a tendência é de que as pessoas fiquem mais motivadas e compartilhem objetivos comuns. Segundo ele: "As organizações que estimulam nossos sentimentos de generosidade e cooperação são muito mais eficientes que aquelas que assumem que somos movidos apenas por interesse próprio."

A Internet possibilitou o surgimento de novas formas de produção criativa e com elas também surgiu a cultura da cooperação. Antigamente, ninguém imaginava ser possível porém atualmente essas formas tornaram-se uma tendência na economia e na sociedade. "Não se baseiam na propriedade privada e nas patentes mas, ao contrário, na cooperação livre e voluntária entre indivíduos interconectados por todo o mundo. É uma forma de bem comum adaptada ao século XXI: são bens comuns digitais".

Benkler afirma que a queda do comunismo fortaleceu a ideia de que os modelos baseados na organização coletiva conduziam à ineficiência e à tragédia - o que explica a tendência à desregulamentação da economia e a privatização, desde então. Os efeitos disso apareceriam na crise de 2008. Benkler apresenta a economia dos bens comuns como uma alternativa coerente à ideologia neoliberal, que, segundo ele, leva a um beco sem saída.

Como exemplo de bem comum apresenta, além dos bens comuns digitais, o modelo de gestão do espectro Wi-Fi. Apesar de existirem algumas normas, o seu espectro pode ser utilizado de forma livre por todos. Segundo Benkler, essa abertura e flexibilidade são incomuns no setor de telecomunicações. Como contraponto ele cita a frequência de rádio FM-AM, que requer licenças de usuário. Por conta disso, o Wi-Fi tornou-se indispensável nos setores mais avançados da economia como também no mundo acadêmico, cultural, musical e da informação, onde o conhecimento passou a ser considerado como um bem comum que pode e deve ser compartilhado de maneira livre.

Benkler afirma que o bem comum é imprescindível para qualquer economia. Sem acesso livre ao conhecimento e à informação, aos espaços públicos nas cidades, aos serviços públicos e à comunicação, não é possível organizar uma sociedade. Os mercados também dependem do livre acesso aos bens comuns para existir, ainda que depois tentem privatizá-los. Segundo Benkler, os bens comuns e os mercados podem coexistir lado a lado. A ideia de que uma empresa deve obter o máximo lucro para satisfazer os acionistas é preponderante porque a ideologia neoliberal domina a agenda política e a regulamentação, nos últimos 40 anos. "Quando uma sociedade coloca os bens comuns no centro, protege-os e contribui para seu crescimento, então podem conviver diversos modelos de organização econômica, tanto projetos de bens comuns, como privados, públicos e sem fins lucrativos. Uma economia baseada em bens comuns coloca as pessoas no centro, com suas diferentes motivações."

  • 2006 – Donald McGannon Award for Social and Ethical Relevance in Communications Policy Research[13]
  • 2006 – Public Knowledge IP3 Award[14]
  • 2007 – EFF Pioneer Award[15]
  • 2008 – The American Sociological Association Section on Communication and Information Technologies (CITASA) Book Award[16]
  • 2009 – Don K. Price Award[17]
  • 2011 – Ford Foundation Visionaries Award[18]

Referências

  1. Commons-based peer production (CBPP)
  2. Johnson, Steven (21 de setembro de 2012). «The Internet? We Built That». New York Times. The Harvard legal scholar Yochai Benkler has called this phenomenon 'commons-based peer production'. 
  3. Benkler, Yochai (2006). The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. New Haven, Conn: Yale University Press. p. 3. ISBN 0-300-11056-1 
  4. Benkler, Yochai. Coase’s Penguin, or, Linux and The Nature of the Firm, forthcoming 112 YALE L. J. (Winter 2002-03) V.04.3. Agosto de 2002)
  5. O Pinguim e o Leviatã (tradução da resenha de Julia Collins, publicada no Harvard Law Bulletin), gitsufba.net.
  6. The Penguin vs. the Leviathan (trecho do primeiro capítulo do livro), amazon.com.br
  7. Benkler, Yochai. The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom
  8. Digital Publishing Is Scrambling the Industry's Rules, nytimes.com, 5 de junho de 2006. Cópia arquivada em 12 de junho de 2024
  9. Benkler, Yochai. CORRESPONDENCE: A New Era of Corruption? The New Republic, 4 de março de 2009
  10. [1]
  11. Network Propaganda: Manipulation, Disinformation, and Radicalization in American Politics (apresentação do livro), amazon.com.br
  12. "Nosso modelo econômico se baseia em uma imagem equivocada do ser humano". Entrevista com Yochai Benkler. Por Bart Grugeon Plana. Matéria originalmente publicada por El Diario, em 9 de outubro de 2017; traduzida e republicada por IUH-Unisinos, 11 de outubro 2017.
  13. Donald McGannon Award for Social and Ethical Relevance in Communications Policy Research from The McGannon Center
  14. IP3 Awards Winners Announced from Public Knowledge
  15. Press release March 2007 of Electronic Frontier Foundation
  16. CITASA Book Award Arquivado em 2012-11-24 no Wayback Machine from American Sociological Association
  17. Science, Technology, and Environmental Politics Section Don K. Price Award Winners Arquivado em 2014-12-14 no Wayback Machine da American Political Science Association.
  18. Twelve Social Change Visionaries Are Honored by the Ford Foundation Arquivado em 2011-11-02 no Wayback Machine on fordfoundation.org

Ligações externas

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