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Tzacas

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com governante búlgaro Tzacas da Bulgária
Tzacas
Tzacas
Representação moderna no Museu Naval de Istambul
Emir de Esmirna
Reinado 1088 a 1093
Morte 1093
  Abidos
Religião Islão

Tzacas[1] (em grego: Τζαχᾶς), também conhecido como Chaca Bei (em turco: Çaka Bey),[nt 1] foi um comandante militar dos turcos seljúcidas do século XI que governou um Estado independente baseado em Esmirna. Originalmente em serviço bizantino, rebelou-se e apropriou-se de Esmirna, bem como uma vastidão de territórios costeiros do mar Egeu na Ásia Menor e as ilhas da costa em 1088–91. No auge de seu poder, declarou-se imperador bizantino e tentou assaltar Constantinopla juntamente com pechenegues. Em 1092, uma expedição naval bizantina comandada por João Ducas infligiu pesada derrota sobre ele e retomou Lesbos; no ano seguinte, foi morto traiçoeiramente por seu genro Quilije Arslã I.

Hipérpiro de Aleixo I

Muito pouco se sabe sobre sua vida, e boa parte provém de uma única fonte: a Alexíada da princesa bizantina Ana Comnena, filha do imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118). Foi também mencionado no Danishmendname do século XIII, o qual não é uma fonte muito fiável devido à natureza semilendária de seu material. Originalmente, segundo a Alexíada, Tzacas era um salteador que foi feito prisioneiro pelos bizantinos durante o reinado de Nicéforo III Botaniates (r. 1078–1081). Depois, entra em serviço bizantino e avança rapidamente nas fileiras do exército através do favor imperial, recebendo o título de protonobilíssimo e presentes dispendiosos. Porém, quando Aleixo I Comneno depôs contra Botaniates em 1081, Tzacas perdeu sua posição e fugiu do Império Bizantino.[2][3]

De cerca de 1088 em diante, utilizou sua base em Esmirna para lançar guerra contra os bizantinos. Construiu uma frota empregando artesãos cristãos, com a qual capturou Foceia e as ilhas egeias orientais de Lesbos (exceto a fortaleza de Metímna), Samos, Quios e Rodes. Uma frota bizantina sob o comando de Nicetas Castamonita foi enviada contra ele, mas Tzacas a derrotou em batalha.[3][4] Alguns estudiosos modernos especularam que suas atividades ao longo deste período podem ter estado em conjunção, e até mesmo coordenação, com dois rebeldes gregos bizantinos contemporâneos: Rapsomata no Chipre e Cárices em Creta.[2]

Em 1090/1091, os bizantinos, comandados pelo duque naval Constantino Dalasseno, recuperaram Quios.[5] Implacável, Tzacas refez suas forças e recomeçou seus ataques, proclamando-se imperador (basileu) e procurando concluir aliança contra Aleixo com os pechenegues na Trácia para um ataque conjunto contra Constantinopla.[2] Em 1092, Dalasseno e João Ducas, o novo grande duque, foram enviados contra Tzacas e atacaram a fortaleza de Mitilene em Lesbos. Tzacas resistiu por 3 meses, mas finalmente teve que negociar uma rendição da fortaleza. Durante seu retorno para Esmirna, Dalasseno atacou a frota turca, que foi quase destruída.[3][6]

Na primavera de 1093, Tzacas atacou o porto de Abidos no Mar de Mármara. Aleixo I convocou o sultão dos turcos seljúcidas Quilije Arslã I (r. 1092–1107), que era casado com a filha de Tzacas e era assim seu genro, para atacá-lo da retaguarda. O sultão avançou para Abidos, onde, sob pretexto de convidar o pai da sua esposa a um banquete, assassinou seu sogro.[2][7] Porém, em ca. 1097, um "Tzacas" — talvez filho do original — é relatado como ainda retendo Esmirna quando o exército bizantino sob João Ducas retomou-a.[2][3][8]

Notas

  1. A forma turca de "Tzacas" não aparece em quaisquer documentos históricos. O nome "Chaca" ou "Chaca Bei" prevalecem especialmente no turco moderno, após Akdes Nimet Kurat utilizá-lo em seu trabalho Chaka: Orta Zamanda İzmir ve Yakınındaki Adaların Türk Hakimi, Istambul, 1936.

Referências

  1. Rolando 1989, p. 365.
  2. a b c d e Mallett 2013.
  3. a b c d Brand 1991, p. 2134.
  4. Dawes 1928, p. 183.
  5. Dawes 1928, p. 183–187.
  6. Dawes 1928, p. 214–217.
  7. Dawes 1928, p. 219–220.
  8. Dawes 1928, p. 281.
  1. Brand, Charles M. (1991). «Tzachas». In: Kazhdan, Alexander. The Oxford Dictionary of Byzantium. Oxford e Nova Iorque: Oxford University Press. p. 2134. ISBN 978-0-19-504652-6 
  2. Dawes, Elizabeth A. (1928). The Alexiad. Londres, Inglaterra: Routledge & Kegan Paul 
  3. Mallett, Alex (2013). «Çaka Bey». In: Fleet, Kate; Krämer, Gudrun; Matringe, Denis; Nawas, John; Rowson, Everett. Encyclopaedia of Islam, 3rd Edition. Leida e Nova Iorque: Brill 
  4. Rolando, Emilio Díaz (1989). La Alexiada. Sevilha: Universidade de Sevilha. ISBN 8474054338