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Tratado de Turkmenchay

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Tratado de Turkmenchay
Tratado de Turkmenchay
Tratado de Paz entre a Rússia Imperial e o Império Persa
Tratado de Turkmenchay
Fronteira entre a Rússia e a Pérsia antes e depois do Tratado.
Local de assinatura Torkamanchay
Signatário(a)(s) Ivan Paskiévich (Rússia)
Abbas Mirza (Pérsia)
Partes Império Russo
Pérsia
Em vigor 22 de Fevereiro de 1828
Ceremónia da assinatura.

O Tratado de Turkmenchay (em russo: Туркманчайский договор, em persa: عهدنامه ترکمنچای) foi um tratado entre a Pérsia (actualmente o Irão) e o Império Russo, o qual acabou a guerra russo-persa de 1826–28.[1] Foi assinado a 10 de Fevereiro de 1828 em Torkamanchay, no Irão.[2] Pelo tratado, a Pérsia cedeu à Rússia o controlo de várias áreas na Transcaucásia: o Canato de Erevã,[3] o Canato do Naquichevão[4] e o que ainda restava do Canato taliche. A fronteira entre a Rússia e a Pérsia foi estabelecida no rio Araxes. Estes territórios compreendem actualmente a Arménia, as partes meridionais da República do Azerbaijão e a província de Iğdır (agora parte da Turquia).[5]

O tratado foi assinado pela Pérsia pelo príncipe Abbas Mirza e Alaiar Cã Assafe Adaulá, chanceler do Xá Fath Ali (da Dinastia Cajar), e pela Rússia pelo general Ivan Paskiévich. Tal como o Tratado do Gulistão de 1813, este tratado foi imposto pela Rússia, depois duma victória militar sobre a Pérsia.[1][4] Paskiévich ameaçou com ocupar Teerão em cinco dias a menos que o tratado fosse assinado.[6]

Graças a este tratado e o de 1813, a Rússia conquistara todos os territórios do Cáucaso do Irão, perfazendo hoje o Daguestão, o leste da Geórgia, o Azerbaijão e a Arménia, os quais tinham feito parte deste conceito por séculos.[7] Os territórios a Norte do Araxes foram persas até serem ocupados pelos russos no século XIX.[8][9][10][11][12][13]

Como consequência directa destes dous tratados, os antigo territórios persas tornariam-se russos os próximos cento e oitenta anos, à exepção do Daguestão, o qual continuaria a ser possessão russa até hoje.[14] Desta área, três estados independentes surgiriam depois da dissolução da União Soviética em 1991; a Geórgia, o Azerbaijão e a Arménia.[15] Por último, resultado da imposição dos dous tratados, dividiu os azeris e os taliches entre duas nações, o Azerbaijão e o Irão.[16][17][18]

Referências

  1. a b Ansari, Ali (16 de março de 2007). Confronting Iran: The Failure of American Foreign Policy and the Next Great Crisis in the Middle East and the Next Gre (em inglês). [S.l.]: Basic Books. ISBN 0465003834 
  2. Zonn, Igor S.; Kosarev, Aleksey N.; Glantz, Michael H.; Kostianoy, Andrey G. (26 de maio de 2010). The Caspian Sea Encyclopedia (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 9783642115240 
  3. Kirakosi͡an, Arman Dzhonovich (5 de novembro de 2016). The Armenian Massacres, 1894-1896: U.S. Media Testimony (em inglês). [S.l.]: Wayne State University Press. ISBN 081433153X 
  4. a b Geukjian, Ohannes (13 de maio de 2016). Ethnicity, Nationalism and Conflict in the South Caucasus: Nagorno-Karabakh and the Legacy of Soviet Nationalities Policy (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317140740 
  5. Betraio, Lorrie. Azerbhaijan: A Guide (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  6. Zirisnky, M. “Reza Shah’s abrogation of capitulation, 1927-1928” in The Making of Modern Iran: State and Society Under Riza Shah 1921-1941. Stephanie Cronin (ed.) London: Routledge, 2003, p. 81: “The context of this regime capitulations, of course, is that by the end of the reign of Fath Ali Shah (1798-1834), Iran could no longer defend its independence against the west... For Iran this was a time of weakness, humiliation and soul-searching as Iranians sought to assert their dignity against overwhelming pressure from the expansionist west."
  7. Fisher et al. 1991, pp. 329-330.
  8. Swietochowski, Tadeusz (1995). Russia and Azerbaijan: A Borderland in Transition. [S.l.]: Columbia University Press. pp. 69, 133. ISBN 978-0-231-07068-3 
  9. L. Batalden, Sandra (1997). The newly independent states of Eurasia: handbook of former Soviet republics. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 98. ISBN 978-0-89774-940-4 
  10. E. Ebel, Robert, Menon, Rajan (2000). Energy and conflict in Central Asia and the Caucasus. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 181. ISBN 978-0-7425-0063-1 
  11. Andreeva, Elena (2010). Russia and Iran in the great game: travelogues and orientalism reprint ed. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 6. ISBN 978-0-415-78153-4 
  12. Çiçek, Kemal, Kuran, Ercüment (2000). The Great Ottoman-Turkish Civilisation. [S.l.]: University of Michigan. ISBN 978-975-6782-18-7 
  13. Ernest Meyer, Karl, Blair Brysac, Shareen (2006). Tournament of Shadows: The Great Game and the Race for Empire in Central Asia. [S.l.]: Basic Books. p. 66. ISBN 978-0-465-04576-1 [ligação inativa]
  14. Saunders, Robert A.; Strukov, Vlad (13 de maio de 2010). Historical Dictionary of the Russian Federation (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 9780810874602 
  15. Noble, John; Kohn, Michael; Systermans, Danielle (1 de janeiro de 2008). Georgia, Armenia & Azerbaijan. Ediz. Inglese (em inglês). [S.l.]: Lonely Planet. ISBN 9781741044775 
  16. Minahan, James (1 de janeiro de 2004). The Former Soviet Union's Diverse Peoples: A Reference Sourcebook (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781576078235 
  17. King, David C. (1 de janeiro de 2006). Azerbaijan (em inglês). [S.l.]: Marshall Cavendish. ISBN 9780761420118 
  18. Croissant, Michael P. (1 de janeiro de 1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications (em inglês). [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780275962418 
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