Tirteu
Tirteu (em grego, Τυρταῖος - Tyrtaîos, na transliteração) foi um poeta lírico grego do século VII a.C.
Com seus cânticos de guerra, incentivou a coragem espartana, levando-os à vitória por ocasião da Segunda Guerra Messênia. Tirteu escreveu duas espécies de poesia: cantos de guerra e elegias em dialeto jônico. É mencionado por Platão no Livro I do diálogo Leis, 629 a et sq.[1]; II, 660 e[2], 667 a[3]; IX, 858 e[4].
Origem
[editar | editar código-fonte]No primeiro ano da Segunda Guerra Messênia, após uma batalha em Darae na Messênia, que foi inconclusiva[5] e após Aristômene ter provocado os lacedemônios, penetrando Esparta à noite[Nota 1] e colocando no tempo de Athena Chalkioikos as armas capturadas dos espartanos com a inscrição Oferta de Aristômene à Deusa, tomadas dos espartanos,[6] os espartanos receberam do Oráculo de Delfos que eles deviam arrumar um ateniense como conselheiro.[7]
Os espartanos enviaram mensageiros a Atenas, e comunicaram o oráculo, pedindo um homem para os aconselhar.[7] Os atenienses não queriam ajudar Esparta a conquistar boa parte do Peloponeso sem grandes perigos, mas também não queriam desobedecer o deus, então escolheram entre eles Tirteu, um professor de letras, que era considerado intelectualmente fraco e era coxo, e o enviaram a Esparta.[7]
Tirteu, ao chegar, recitou para os nobres e para todos que ele pudesse escolher os poemas em elegias e anapestos.[7]
Participação na Segunda Guerra Messênia
[editar | editar código-fonte]Tirteu esteve com os espartanos na batalha que ocorreu um ano depois de Darae; ele não participou da luta, mas incentivou os espartanos.[8] A batalha foi uma derrota para os lacedemônios, que quiseram terminar a guerra, mas Tirteu, recitando seus poemas, conseguiu dissuadí-los.[9]
Mais tarde, quando Aristômene pilhou a Lacônia e a Messênia (ocupada),[10] provocando escassez em Esparta e quase uma revolução, foi Tirteu que fez os espartanos acertarem suas diferenças.[11]
Aristóteles menciona o poema A Boa Ordem de Tirteu, composto quando alguns cidadãos lacedemônios foram arruinados pela guerra messênia e queriam a redistribuição da terra.[12]
Obras relacionadas
[editar | editar código-fonte]Fragmentos de Tirteu foram traduzidos do grego para o português por Rafael Brunhara, Vittorio de Falco e Aluizio Coimbra, Daisi Malhadas e Maria Helena de Moura Neves.
- BRUNHARA, R. As Elegias de Tirteu. São Paulo: Editora Humanitas, 2014
- FALCO, Vittorio de; COIMBRA, Aluizio F. Os elegíacos gregos de Calino a Crates. São Paulo, 1941
- MALHADAS, Daisi; MOURA NEVES, Maria H. De. Antologia de poetas gregos de Homero a Píndaro. Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976
Ligação externa
[editar | editar código-fonte]Biblioteca Clássica - fragmentos de Tirteu traduzidos do grego para o português Arquivado em 9 de julho de 2009, no Wayback Machine.
blog Primeiros Escritos - fragmentos de Tirteu traduzidos do grego para o português
Notas e referências
Notas
- ↑ Esparta não tinha muralhas, confiando na força dos seus soldados
Referências
- ↑ Platão (2004) [357-347 a.C.]. Leis. Col: Textos filosóficos, 55. Vol. I. trad., introd., notas Carlos Humberto Gomes. Lisboa: Edições 70. pp. 72–76
- ↑ Ib. [S.l.: s.n.] p. 144 (nota 124)
- ↑ Ib. [S.l.: s.n.] p. 159
- ↑ Platão (25 de junho de 2019). Leis - Vol. III. [S.l.]: Leya
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.15.4
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.15.5
- ↑ a b c d Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.15.6
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.16.2
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.16.6
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.18.1
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 4.18.3
- ↑ Aristóteles, Política, Livro V, VII