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Taurina

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Taurina
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC Taurine
Fórmula molecular C2H7NO3S
Identificadores
Número CAS 107-35-7
SMILES
Propriedades
Massa molar 125.14 g/mol
Densidade 1.734 g/cm³ (at -173.15 °C)
Ponto de fusão

305.11 °C

Farmacologia
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions Ácido isetiônico (2-hidroxietanossulfônico)
Ácidos sulfônicos relacionados Ácido etanossulfônico
Ácido 2-(N-morfolino)etanossulfônico
Homotaurina (3-aminopropanossulfônico)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A taurina, ou ácido 2-aminoetanossulfónico é um ácido orgânico, contendo enxofre, encontrado na bílis. É um dos aminoácidos não-essenciais mais abundantes do nosso organismo, especialmente no sistema nervoso central, nos músculos esqueléticos, no coração e no cérebro, bem como nos intestinos e ossos esqueléticos. É um aminoácido essencial para os gatos.[1][2] Age com a glicina e o ácido gama-aminobutírico como um neurotransmissor inibidor. É sintetizado, no fígado e no cérebro, a partir da metionina e cisteína, juntamente com a vitamina B6. É o único ácido sulfónico conhecido a ser produzido por meios naturais.[3]

Atua como emulsionante dos lípidos, no intestino delgado, promovendo a sua absorção intestinal, já que é um dos ácidos mais abundantes da bílis (o ácido quenodesoxicólico). A taurina age ainda como transmissor metabólico e fortalece as contrações cardíacas.

É usada em bebidas energéticas devido ao seu efeito desintoxicador, facilitando a excreção de substâncias que não são mais importantes para o corpo pelo fígado. Intensifica os efeitos da insulina, sendo responsável por um melhor funcionamento do metabolismo de glicose e aminoácidos. Pode aumentar os níveis de hormônios sexuais no organismo.[4]

A taurina não é incorporada em enzimas e proteínas, mas possui um papel importante no metabolismo dos ácidos da bílis.

A taurina pode ser ingerida em conjunto com a cafeína e bebidas energéticas e

Segundo estudo de Mitsutsugu Ono[5], a presença da taurina pode inibir a produção da enzima creatina quinase (CK) durante o exercício e pode inibir o acúmulo de proteínas plasmáticas em até 24 horas. Com base no estudo de Tatyana Dall' Agnol e Paulo Fernando Araújo de Souza[6] pode-se inferir que a suplementação com taurina não mostrou resultado ergogênico para a atividade física de maneira estatisticamente observável.

Efeitos Antioxidantes

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Ainda que o estudo de Mitsutsugu Ono[7] tenha sugerido que a presença da taurina pode neutralizar as concentrações de creatina quinase, que por sua vez é um marcador de lesão muscular, podemos fazer ilações no sentido de que a taurina pode de alguma forma contribuir de maneira oxidante ou na direção da recuperação muscular. Outros estudos também fazem afirmações positivas neste mesmo seguimento:

  • De acordo com um estudo de pós-graduação em bioquímca da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): A coadministração de creatina e piruvato e de taurina foi eficaz na prevenção das alterações provocadas pela administração de leucina sobre o estresse oxidativo e as enzimas da rede de fosforiltransferência, sugerindo que estes antioxidantes podem ter um papel protetor no cérebro. Rieger, Elenara, 2017
  • Bouckenooghe et al., 2006[8]; Cozzi, 1995[9]; Sturman, 1993[10] demonstraram que a taurina possui propriedades antioxidantes e exerce funções citoprotetoras e de vital importância para o organismo.
  • Kozumbo et al., 1992[11] afirma que a taurina possui habilidade de neutralizar o ácido hipocloroso (HOCl), um potente oxidante, e formar um composto estável, a taurina-cloramina (TnCl), sendo assim capaz de reduzir o dano ao DNA causado por compostos aromáticos de amina.
  • Segundo Kilic et al., 1999[12] e Oliveira et al., 2010 A taurina possui ação antioxidante e de "scavenger" contra a maioria das espécies oxidativas, como ânions superóxidos, óxido nítrico, peroxinitrito, radical peroxil. E também atua na inibição do retorno de macrófagos e neutrófilos durante a Respiratory Burst,

Outras aplicações na área da saúde

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Além de contar com uma vasta gama de referências literárias que corroboram o papel antioxidante da taurina, há também outras aplicações para essa substância:

  • A taurina tem sido usada no tratamento de doenças cardiovasculares, hepáticas e neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer, Parkinson e Huntington, como afirma o estudo de Sturman, 1993.[10]
  • Segundo Chesney, 1988 a taurina também é adicionada a fórmulas alimentícias de bebês prematuros e neonatos mantidos durante muito tempo em nutrição parenteral total

Referências

  1. Bouckenooghe T, Remacle C, Reusens B (2006). «Is taurine a functional nutrient?». Curr Opin Clin Nutr. 9 (6): 728-733 
  2. Brosnan J, buffalo bill Brosnan M (2006). «The sulfur-containing amino acids: an overview.». J Nutr. 136 (6 Suppl): 1636S-1640S. PMID 16702333 
  3. Tully, Paul S. Sulfonic Acids. In Kirk-Othmer Encyclopedia of Chemical Technology. John Wiley & Sons, Inc. Publicado online em 2000.
  4. Yang, Jiancheng; Lin, Shumei; Feng, Ying; Wu, Gaofeng; Hu, Jianmin (2013). «Taurine enhances the sexual response and mating ability in aged male rats». Advances in Experimental Medicine and Biology. 776: 347–355. ISSN 0065-2598. PMID 23392896. doi:10.1007/978-1-4614-6093-0_32 
  5. ONO, Mitsutsugu (1983). «On the Prospect for the Ideal Physique and Physical Fitness of Japanese». The Annals of physiological anthropology (4): 184–185. ISSN 0287-8429. doi:10.2114/ahs1983.2.184. Consultado em 20 de novembro de 2022 
  6. Agnol, Tatyana Dall'; Souza, Paulo Fernando Araújo de (abril de 2009). «Efeitos fisiológicos agudos da taurina contida em uma bebida energética em indivíduos fisicamente ativos». Revista Brasileira de Medicina do Esporte: 123–126. ISSN 1517-8692. doi:10.1590/S1517-86922009500200008. Consultado em 20 de novembro de 2022 
  7. ONO, Mitsutsugu (1983). «On the Prospect for the Ideal Physique and Physical Fitness of Japanese». The Annals of physiological anthropology (4): 184–185. ISSN 0287-8429. doi:10.2114/ahs1983.2.184. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
  8. Bouckenooghe, Thomas; Remacle, Claude; Reusens, Brigitte (novembro de 2006). «Is taurine a functional nutrient?». Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care (6): 728–733. ISSN 1363-1950. PMID 17053427. doi:10.1097/01.mco.0000247469.26414.55. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
  9. Cozzi, R.; Ricordy, R.; Bartolini, F.; Ramadori, L.; Perticone, P.; De Salvia, R. (1995). «Taurine and ellagic acid: Two differently-acting natural antioxidants». Environmental and Molecular Mutagenesis (em inglês) (3): 248–254. doi:10.1002/em.2850260310. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
  10. a b Sturman, J. A. (janeiro de 1993). «Taurine in development». Physiological Reviews (1): 119–147. ISSN 0031-9333. PMID 8419963. doi:10.1152/physrev.1993.73.1.119. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
  11. Parfett, C. L. J.; Pilon, R. (1 de abril de 1995). «Oxidative stress-regulated gene expression and promotion of morphological transformation induced in C3H/10T1/2 cells by ammonium metavanadate». Food and Chemical Toxicology (em inglês) (4): 301–308. ISSN 0278-6915. doi:10.1016/0278-6915(94)00141-A. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
  12. Timbrell, John A.; Seabra, Vitor; Waterfield, Catherine J. (1 de maio de 1995). «The in vivo and in vitro protective properties of taurine». General Pharmacology: The Vascular System (em inglês) (3): 453–462. ISSN 0306-3623. doi:10.1016/0306-3623(94)00203-Y. Consultado em 10 de janeiro de 2023 
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