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Tatiana Constantinovna da Rússia

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Tatiana Constantinovna da Rússia
Princesa da Rússia
Tatiana Constantinovna da Rússia
Nascimento 23 de janeiro de 1890
  São Petersburgo, Império Russo
Morte 28 de agosto de 1979 (89 anos)
  Convento do Monte das Oliveiras, Jerusalém, Israel
Cônjuge Constantino Alexandrovich de Bagration-Mukhransky
Alexander Vassilievich Korotchenzov
Descendência Teymuraz Constantinovich de Bagration-Mukhransky
Natália Constantinovna de Bagration-Mukhransky
Pai Constantino Constantinovich da Rússia
Mãe Isabel Mavrikievna (Isabel Augusta de Saxe-Altemburgo)

Tatiana Constantinovna da Rússia (em russo:Княжна Татьяна Константиовна), (23 de janeiro de 1890 - 28 de agosto de 1979) foi a terceira filha do grão-duque Constantino Constantinovich da Rússia e da sua esposa, a grã-duquesa Isabel Mavrikievna.

Tatiana, que partilhava o nome com a sua prima, a grã-duquesa Tatiana Nikolaevna Romanova, tinha oito irmãos e irmãs.

No dia 14 de julho de 1866, o imperador Alexandre III da Rússia modificou as leis da Casa Romanov, restringindo o título de grão-duque ou grã-duquesa apenas aos filhos e netos na linha masculina de um czar russo. Os descendentes mais afastados passariam a receber o título de príncipe ou princesa da Rússia. Assim, Tatiana, sendo apenas bisneta do czar Nicolau I da Rússia, foi princesa da Rússia desde o nascimento e recebia apenas o tratamento de "Alteza" em vez de "Alteza Imperial".

Na primavera] de 1911, Tatiana Constantinovna ficou noiva do príncipe Constantino Alexandrovich Bagration-Mukhransky (1889-1915), nascido na Geórgia e que servia no regimento da Guarda Imperial, tendo combatido e morrido durante a Primeira Guerra Mundial. Ela foi a primeira filha de um grão-duque russo a casar-se abertamente com um habitante de uma província subordinada ao Império Russo desde a ascensão da família ao trono em 1613. O seu ansioso pai falou com o imperador Nicolau II e a sua esposa Alexandra Feodorovna para que eles aprovassem a união, uma vez que o noivo de Tatiana não pertencia a nenhuma casa real dinástica. No dia 30 de Novembro de 1910 ele escreveu no seu diário que o czar e a czarina garantiram "nunca assumir o casamento dela com um Bagration como morganático uma vez que esta Casa, tal como a Casa de Orléans, descende de uma dinastia que já reinou".

Anteriormente, as esposas morganáticas de grão-duques Romanov tinham sido banidas da Rússia juntamente com os seus maridos. Alguns exemplos deste tratamento foram a condessa Sofia de Torby e o grão-duque Miguel Mikhailovich da Rússia bem como Olga Paley com o grão-duque Paulo Alexandrovich da Rússia. As mulheres Romanov apenas se atreveram a casar morganaticamente em segredo tal como a imperatriz Isabel da Rússia ou o segundo casamento da grã-duquesa Maria Nikolaevna da Rússia.

Tatiana e o seu príncipe georgiano casaram-se no Palácio de Pavlovsk no dia 3 de setembro de 1911. O czar Nicolau II esteve presente e, de acordo com uma tradição familiar em que o casal assinava o livro de casamento, Nicolau terá sugerido que o noivo assinasse como "príncipe Gruzinsky" (Príncipe da Geórgia), mesmo apesar de nesse país não poderem haver mais do que "nobres".

Tatiana e Constantino tiveram dois filhos:

  1. Teymuraz Constantinovich de Bagration-Mukhransky (21 de agosto de 1912 - 10 de abril de 1992); casado com Elena Stefanovna Racic, serviu pelo Exército da Jugoslávia durante a Segunda Guerra Mundial; foi director-executivo da Fundação Tolstoy, em Nova Iorque.
  2. Natália Constantinovna Bagration-Mukhransky (6 de abril de 1914- 26 de agosto de 1984); casada com Sir Charles Hepburn-Johnson, viveu grande parte da sua vida em Londres, embora tenha percorrido o mundo acompanhando o seu marido em viagens diplomáticas.

Após o rebentar da Primeira Guerra Mundial, Constantino alistou-se nas forças armadas russas e foi morto em combate em 1915. O irmão de Tatiana, Oleg, tinha também sido ferido em batalha e morrido no dia 29 de setembro de 1914 no Hospital Vitebsk em Vilnius. Outros três irmãos, João, Constantino e Igor, foram assassinados pelos bolcheviques em 1918.

Após perder o seu marido, Tatiana ficou muito achegada ao seu tio, o grão-duque Dmitri Constantinovich da Rússia. Após a Revolução de Fevereiro, ela ficou com ele no seu palácio onde se apaixonou pelo seu ajudante-de-campo, Alexandre Korochenzov (1877-1922). Aconselhada pelo seu tio, deixou a Rússia com Alexandre e os dois filhos. Foi isso que permitiu aos quatro escaparem, uma vez que Dmitri acabou também por ser fuzilado em São Petersburgo em janeiro de 1919.

Exílio e últimos anos

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Tatiana e Alexandre fugiram primeiro para a Roménia e, mais tarde, para a Suíça. Em novembro de 1921, os dois casaram-se em Genebra. Contudo, menos de três anos depois, Tatiana ficou viúva novamente quando Alexandre morreu em Lausanne.

A princesa criou os seus dois filhos sozinha e, depois de ambos crescerem e casarem, decidiu tornar-se freira, mudando o nome para Madre Tamara. Morreu no dia 28 de agosto de 1979, em Jerusalém, aos 89 anos.

Os antepassados de Tatiana Constantinovna da Rússia em três gerações[1]
Tatiana Constantinovna da Rússia Pai:
Constantino Constantinovich da Rússia
Avô paterno:
Constantino Nikolaevich da Rússia
Bisavô paterno:
Nicolau I da Rússia
Bisavó paterna:
Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia)
Avó paterna:
Alexandra Iosifovna
Bisavô paterno:
José de Saxe-Altemburgo
Bisavó paterna:
Amélia de Württemberg
Mãe:
Isabel Mavrikievna (Isabel Augusta de Saxe-Altemburgo)
Avô materno:
Maurício de Saxe-Altemburgo
Bisavô materno:
Jorge de Saxe-Altemburgo
Bisavó materna:
Maria Luísa de Mecklemburgo-Schwerin
Avó materna:
Augusta de Saxe-Meiningen
Bisavô materno:
Bernardo II de Saxe-Meiningen
Bisavó materna:
Maria Frederica de Hesse-Cassel

Referências

  1. The Peerage, consultado a 6 de Junho de 2013
  1. Casa Imperial Russa // Dicionário Enciclopédico Efron & Brockhaus: em 86 volumes (82 volumes e 4 adicionais). - São Petersburgo., 1890-1907.