Tanto Mar
"Tanto Mar" | |
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Canção de Chico Buarque do álbum Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo | |
Lançamento | 1975 |
Gravação | 1975 (instrumental) e 1978 |
Gênero(s) | MPB |
Composição | Chico Buarque |
"Tanto Mar" é uma canção do músico brasileiro Chico Buarque de Holanda composta em duas versões. A primeira data de 1975 e é uma saudação à Revolução dos Cravos.[1] A segunda, com letra modificada, foi gravada em 1978 juntamente com Cálice e Apesar de você.[2][3]
Primeira Versão
[editar | editar código-fonte]A primeira versão desta música data de 1975, numa altura em que o Brasil vivia sob o regime de ditadura militar. Esta versão era uma saudação à revolução do 25 de abril que tinha acontecido em Portugal, em 1974, e que tinha permitido instituir a democracia nesse país. Esta música fazia o paralelismo entre o período democrático que se tinha iniciado em Portugal e o periodo ditatorial que se vivia no Brasil. É por esse motivo que, no Brasil, a letra desta música foi censurada.[4][5][6] Numa fase inicial, e por ter sido censurada, esta música foi gravada apenas numa versão instrumental ao vivo, no Canecão. Já em 1975, surge também no álbum conjunto Chico Buarque & Maria Bethânia Ao Vivo.[7] Em 1975, a versão original desta letra foi gravada e estava disponível num single lançado em Portugal.[8][7][9]
Segunda Versão
[editar | editar código-fonte]A segunda versão desta música data de 1978, primeira vez em que foi possível gravá-la com letra. Todavia, a letra desta versão era diferente da primeira.[7] Esta versão retratava a crise que surgiu em Portugal aquando do 25 de Novembro de 1975 e referia-se ao enfranquecimento do período revolucionário que tinha iniciado, em Portugal, com a revolução de 25 de Abril de 1974.[4][5][8]
Esta versão aparece pela primeira vez no álbum Chico Buarque com o nome Tanto Mar (2ª edição – revista).[7] Foi compositor desta versão, Sérgio Buarque de Holanda, historiador e pai de Chico Buarque.[10]
Letras[6][8]
[editar | editar código-fonte]Primeira Versão (1975) | Segunda Versão (1978) |
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Sei que estás em festa, pá
Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo pra mim Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também que é preciso, pá Navegar, navegar Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim |
Foi bonita a festa, pá
fiquei contente 'inda guardo renitente, um velho cravo para mim Já murcharam tua festa, pá mas, certamente esqueceram uma semente nalgum canto de jardim Sei que há leguas a nos separar tanto mar, tanto mar Sei também como é preciso, pá navegar, navegar Canta a Primavera, pá cá estou carente manda novamente algum cheirinho de alecrim |
Referências
- ↑ Página Oficial: "Chico — Vida (1975)"
- ↑ HOMEM, Wagner. Histórias de canções: Chico Buarque, pgs. 136 — 138. Texto Editores Ltda (Grupo Leya). São Paulo (2009). ISBN 978-85-62936-02-9
- ↑ «"Tanto mar" | Memórias da Revolução | RTP». Memórias da Revolução. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ a b «Chico Buarque esperou quatro anos por um prémio que vale por "todos os anos", diz Marcelo. Laureado e Lula alertam para ameaça fascista». Expresso. 24 de abril de 2023. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ a b Correia, Gonçalo. «"Tanto Mar", Avante e uma história bonita, pá. Chico Buarque está de volta, 12 anos depois». Observador. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ a b «Tanto mar». Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ a b c d «Chico Buarque "Tanto Mar" (1975)». Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ a b c «Tanto mar II». Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «Chico Buarque fala e canta o 25 de Abril - Diálogos do Sul». 25 de abril de 2017. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «Chico Buarque e a Revolução dos Cravos». www.esquerdadiario.com.br. Consultado em 20 de abril de 2024