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Seoses (século V)

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 Nota: Para outros significados, veja Seoses.

Seoses (em persa médio: Siyāwaxš; em grego medieval: Σεόσης; romaniz.: Seóses) foi um oficial sassânida do final do século V e as primeiras décadas do VI, ativo durante o reinado do Cavades I.

Seoses (Σεόσης, Seósēs), Siauasc(is) (Σιαύασκ(ις), Siaúask(is)) ou Sábaris (Σάβαρις)[1] são as formas gregas do persa médio Siavaxe (⁠Siyāwaxš) e parta (Siyāwaš⁠), que derivavam do avéstico Siauarxã (Siiāuuaršan-; lit. "que possui garanhões pretos"). Foi registrado em armênio como Xavarxe (Շաւարշ, Šawarš),[2] corásmio como Xevexe (Šʾwš), em elamita como Xiamarxa (𒅆𒅀𒈥𒃻, ši-ia-mar-šá) e em árabe como Xiavaxe (سِيَاوَش, Siyāwaš).[3][4]

Seoses aparece pela primeira vez na década de 480, quando auxiliou Cavades a fugir do cativeiro, que lhe fora imposto por seu tio Balas (r. 484–488) e os nobres persas, em direção ao Império Heftalita, bem como ajudou-o a retomar seu trono em 488 pela força das armas.[5] Como recompensa, Seoses foi nomeado adrastadarã salanes, um título que lhe conferiu autoridade sobre todos os magistrados e sobre o exército inteiro; Procópio de Cesareia afirma que foi o primeiro e único a ostentar esta posição, o que é suspeito com base nas fontes disponíveis.[6]

Alguns anos após sua reconquista do trono real, Cavades foi derrubado devido ao golpe de Zamasfes (r. 496–498). Ele novamente fugiu junto dos heftalitas, que ajudariam-no a recuperar seu trono em 488 em troca de somas em dinheiro. Para quitar sua dívida, solicitou ajuda financeira ao imperador Anastácio I Dicoro (r. 491–518), mas ele recusou-se.[7] Como forma de obrigar os bizantinos, os persas declararam guerra em 502 e iniciaram o conflito, provavelmente por instigação de Seoses.[8] Em ca. 525/526, foi enviado com Mebodes para negociar com os oficiais bizantinos Hipácio e Rufino sobre a adoção de Cosroes como filho de Justino I (r. 518–527).[9]

A embaixada não teve resultados satisfatórios para os persas. Com o colapso das negociações, Mebodes acusou seu companheiro Seoses de ter sabotado a missão.[9] Muitas acusações foram feitas por Mebodes perante Cavades, o que fez com que Seoses fosse chamado para julgamento. Segundo Procópio, que relatou todo o episódio, o conselho persa, que era hostil a ele por sua posição anômala e seu temperamento natural, foi reunido para deliberar sobre a questão. Os juízes condenaram-no a morte e apesar de ser seu amigo, Cavades nada fez para poupar sua vida.[10] Segundo Henning Börm, sua execução deve ter ocorrido cerca de 530.[8]

Referências

  1. Justi 1895, p. 300.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 155.
  3. Colditz 2018, p. § 517, page 478.
  4. Mayrhofer 1979, p. § 282, page 75.
  5. Kaldellis 2001, p. 90.
  6. Sundermann 1986, p. 662.
  7. Greatrex 2002, p. 62.
  8. a b Börm 2013.
  9. a b Martindale 1992, p. 868.
  10. Procópio de Cesareia, 1.12.31-38.
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Շաւարշ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Colditz, Iris (2018). Iranische Personennamen in manichäischer Überlieferung [Iranian personal names in Manichaean tradition] (Iranisches Personennamenbuch, Band II, Faszikel 1). Viena: Editora da Academia Austríaca de Ciências 
  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Kaldellis, Anthony (2001). Prokopios as Classical Historian and Political Thinker. Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Mayrhofer, Manfred (1979). Die altiranischen Namen [The Old Iranian Names] (Iranisches Personennamenbuch, Band I, Faszikel 1). Viena: Editora da Academia Austríaca de Ciências