Salga de peixe
A salga de peixe é uma técnica de preservação do pescado fresco usando o sal comum (sem uso de resfriamento);[1] fazendo a remoção de água dos tecidos do animal e a parcial substituição por sal buscando assim retardar a decomposição da carne do animal.[1] Técnica muito usada nos ranchos de pesca situados às margens do rios da região paraense do Caeté, durante a longa temporada de pesca de beirada, onde é feita a secagem/salga e armazenamento do pescado.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A salga é uma antiga técnica de conservação e curagem do pescado, constatámos sua prática na época do Antigo Egito e da Mesopotâmia (4 mil anos a.C.).[3] Também continou a ser praticada na pré-história de Portugal, onde o pescado após a salga servia de moeda de troca com as comunidades do interior.[3]
No Brasil, na época do período colonial por volta da década de 1640, os misionários jesuítas foram as primeiras pessoas ligadas ao projeto colonial amazônida a se fazerem presente na então região de Viriandeua (atual município de Salinópolis).[4] Como ocorreu em quase todo o território brasileiro, religiosos apropriaram-se dos saberes indígenas para melhor explorar os recursos naturais locais e, entre as atividades produtivas já desenvolvidas por eles, a extração de sal e a salga de peixe chamaram mais a atenção dos jesuítas, pois viram nessas atividades a obtenção de lucro.[4]
Tipos
[editar | editar código-fonte]Existem dois métodos básicos de salga do pescado: o seco e o úmido. Onde a salga úmida é dividida em dois tipos: salga úmida em salmoura e, salga úmida mista.[1]
Processo químico
[editar | editar código-fonte]A salga é uma técnica milenar de preservação do pescado, pois o sal comum (sal de cozinha) usado em alta concentração penetra no pescado, forçando a água presente nos tecidos a sair, provocando a redução de sua umidade, levando assim à conservação do pescado.[3] Este processo também antecede os processos de secagem, defumação e, de marinação.[3] Pois um dos fatores que influi na decomposição do produto e no desenvolvimento bacteriano é justamente a atividade de água presente nos tecidos, utilizada por estas bactérias para o seu desenvolvimento. A adição de sal reduz a quantidade de água disponível difícultando esse desenvolvimento.[3]
Processo de salga
[editar | editar código-fonte]O procedimento inícia na lavagem e na evisceração do pescado fresco, seguido da salga seca/umida, finalizando com a embalagem e comercialização do produto salgado.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d «Vai processar e comercializar peixes? Conheça os tipos de salga». Centro de Produções Técnicas (CPT). Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ ALVÃO, ALAN CRHISTIAN QUADROS. Trabalhadores do mar em Quatipuru mirim, Tracuateua – PA : memórias, trabalho e ambiente costeiro (PDF). Col: PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA. [S.l.]: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
- ↑ a b c d e Machado, Thaís Moron; Tomita, Rúbia Yuri; Furlan, Erika (2 de outubro de 2017). «Pescado é saúde: salga, secagem e defumação by Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios - Issuu» (PDF). issuu.com (em inglês). ISBN 9788568492185. Consultado em 15 de setembro de 2023. Resumo divulgativo
- ↑ a b Marinho, Rogério Souza [UNESP (22 de agosto de 2017). «Pequenas cidades do nordeste do Pará: maritimidades da Amazônia» (PDF). Consultado em 18 de setembro de 2023. Resumo divulgativo