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Sabre de abordagem

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Sabre de abordagem

O sabre de abordagem (chamado "cutlass" em inglês e sable d'abordage em francês) é um sabre de uso naval, de dimensões curtas, de feição a facilitar o desembaraço do portador, no meio das enxárcias e cordoagem das embarcações à vela. Exibe certas caracteristícas semelhantes aos alfanges. [1]

Na época setecentista, foi amplamente utilizado por marinheiros e piratas, saindo de voga, a partir de inícios do século XIX, quando a abordagem, por seu turno, também se tornou uma táctica obsoleta na guerra naval.[2]

Em todo o caso, permaneceu em muitas partes do mundo associada à actividade naval, mormente como uma peça ornamental do uniforme de gala de inúmeras marinhas.[3]

Trata-se de um sabre de curtas dimensões com cerca de 76 centímetros de comprimento total, pesando cerca de 900 gramas a um quilo, de lâmina larga e de um só gume, a qual tanto pode ser curva como recta.[4]

O guarda-mão, às vezes em S, outras vezes em copo, normalmente era feito de latão, para resistir aos efeitos da salsugem.

Gravura de François l'Olonnais, empunhando um sabre de abordagem, na obra "De Americaensche Zeerovers",

Uso na pirataria

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Os sabres de abordagem são famosos por terem sido usados pelos piratas, há ampla documentação contemporânea nesse sentido, notavelmente do que respeita a tripulações de piratas de William Fly, William Kidd, Stede Bonnet.[5] O historiador francês Alexandre Exquemelin refere que o bucaneiro François l'Ollonais usava alfange já em 1667[6][2]. Estas armas eram usadas tanto para intimidar como para combater, amiúde não se carecendo de mais do que o esboço de desembainhar a lâmina para dissuadir os adversários a render-se.[7][8][9]

Referências

  1. Oakeshott, Ewart (1980). European Weapons and Armour. Guildford & London: Lutterworth Press. p. 140. ISBN 0-7188-2126-2 
  2. a b De Americaensche Zee-Roovers
  3. Wagner, Rick. «Focus on the M1917/M1941 Cutlass». The Swordcollector. Consultado em 19 de setembro de 2008 
  4. M. C. Costa, António Luiz (2015). Armas Brancas- Lanças, Espadas, Maças e Flechas: Como Lutar Sem Pólvora Da Pré-História ao século XXI. São Paulo: Draco. p. 55. 176 páginasséculo XXI&rft.date=2015&rft.genre=book&rft.pages=55&rft.place=São Paulo&rft.pub=Draco&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:book" class="Z3988"> 
  5. John Richard Stephens, ed. (2006). Captured by Pirates. New York City: Barnes & Noble. p. 6. ISBN 0-7607-8537-6. They immediately drew their weapons and, after beating us up severely with their cutlasses, drove us below. 
  6. (em inglês) Works by Alexandre Exquemelin at Internet Archive - includes an English translation of The Bouccaneers of America.
  7. Lawson, John Davis (1915). American State Trials. St. Louis: F.H. Thomas Law Book Co. p. 668. But as soon as they came up the shrouds, they clapped all hands to their cutlasses. Then I saw we were taken... 
  8. John Richard Stephens, ed. (2006). Captured by Pirates. New York City: Barnes & Noble. p. 9. ISBN 0-7607-8537-6. [N]ine or ten men of a most ferocious aspect armed with muskets, knives, and cutlasses . . .ordered Captain Cowper, Mr. Lumsden, the ship's carpenter, and myself to go on board the pirate, hastening our departure by repeated blows with the flat part of their cutlasses over our backs. 
  9. John Richard Stephens, ed. (2006). Captured by Pirates. New York City: Barnes & Noble. p. 40. ISBN 0-7607-8537-6. [T]he man who gave the order commenced beating me severely with the broad side of his cutlass.