Movimento Alternativa Socialista
Movimento Alternativa Socialista antes Ruptura/FER | |
---|---|
Sigla | MAS |
Líder | Liderança coletiva |
Fundação | Abril de 2000 Agosto de 2013 (legalizado pelo TC) |
Sede | Lisboa |
Ideologia | Socialismo Trotskismo |
Espectro político | Esquerda a extrema-esquerda |
Publicação | "Ruptura" |
Antecessor | Frente da Esquerda Revolucionária |
Cores | Vermelho |
Símbolo eleitoral | |
Página oficial | |
mas.org.pt | |
O Movimento Alternativa Socialista (MAS), antes Ruptura/FER, é uma organização política trotskista portuguesa e é o resultado da fusão entre a Frente da Esquerda Revolucionária (FER), e os jovens activistas do movimento estudantil (Ruptura).
História
[editar | editar código-fonte]O seu 1.º Congresso realizou-se em Abril de 2000 e o seu 5.º Congresso teve lugar em Lisboa em 2008. Os activistas do Ruptura/FER integraram o Bloco de Esquerda, animando a sua construção. Na Convenção Nacional do Bloco de Esquerda de 2007 ajudaram a impulsionar a Moção C junto com independentes (obtendo cerca de 15% dos votos). Na Conferência de Jovens do BE de 2007, o Ruptura/FER animou uma lista opositora (Lista B) que recolheu cerca de 33% dos votos, tendo então empenhado-se na construção de uma corrente própria ("Luta Socialista"), integrante do BE. No entanto, em Dezembro de 2011 a Ruptura/FER abandonou o BE,[1] e transformou-se em partido político, o "Movimento Alternativa Socialista".[2]
Integrou a LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional), corrente trotskista co-fundada por Nahuel Moreno, o Ruptura/FER tinha como partidos irmão, o PSTU no Brasil, o PRT-IR na Espanha (integra a Corriente Roja) ou o Partido d`Alternativa Comunista na Itália, entre outros. Em 2008 realizou-se o V Congresso do Ruptura/FER e o IX Congresso Mundial da LIT-QI.
Os seus principais trabalhos estruturais encontram-se no sector da Banca (onde os seus componentes junto com outros sectores animam a construção da Corrente MUDAR dentro do Sindicato de Bancários de Sul e Ilhas) e no movimento estudantil, onde no marco das lutas contra a privatização do Ensino Superior Público, os seus ativistas têm vindo a apresentar listas de oposição e movimentos, junto com outros estudantes, em várias faculdades ao longo dos últimos 15 anos (ISCTE, AAC, etc).
O Ruptura/FER afirma nos seus estatutos que: "luta contra a exploração capitalista e todas as formas de opressão do ser humano, por um regime de democracia socialista, pelo poder dos trabalhadores, que garanta a transição para o socialismo e o comunismo. Entendemos por socialismo uma sociedade em que o poder é exercido democraticamente pelos trabalhadores e por comunismo uma sociedade sem classes e sem estado. Isso implica o repúdio das "experiências" de gestão do capitalismo protagonizadas pela social-democracia (governos PS), quer dos regimes totalitários dominados por um partido único estalinista.
O MAS legalizou-se em agosto de 2013.[3] Uma primeira tentativa de legalização em março de 2013 havia sido rejeitada, uma vez que os seus estatutos violavam as premissas exigidas pelo Tribunal Constitucional.[4]
Em maio de 2017, o MAS (junto com o MAIS brasileiro) abandonou a LIT-QI, acusando a organização internacional de estar a fazer "uma revisão teórico-programática esquerdista, sectária e auto-proclamatória".[5] Em julho de 2023 aderiu à União Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional.[6]
Em 2024, devido à apresentação de uma queixa judicial pelo "histórico" do partido Gil Garcia, na sequência de conflitos internos entre a ala por ele encabeçada e a de Renata Cambra, o MAS viu-se impedido de concorrer às eleições legislativas antecipadas de 2024.[7] Esta exclusão do boletim de voto, ditada por uma deliberação a favor de Gil Garcia, marcaria o fim da disputa entre as duas facções pelo controlo do partido, com Renata Cambra e os com ela alinhados escolhendo abandonar o partido e fundar um novo: o Trabalhadores Unidos (TU), lançado em Setembro desse mesmo ano.[8]
Resultados Eleitorais
[editar | editar código-fonte]Eleições legislativas
[editar | editar código-fonte]Data | Líder | Cl. | Votos | % | /- | Deputados | /- | Status | Notas |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2015 | Gil Garcia | AGIR | 0 / 230 |
Extra-parlamentar | |||||
2019 | Gil Garcia | 21.º | 3 158 | 0,06 / 100,00 |
0 / 230 |
Extra-parlamentar | |||
2022 | Renata Cambra | 18.º | 6 494 | 0,11 / 100,00 |
0,05 | 0 / 230 |
Extra-parlamentar |
Eleições europeias
[editar | editar código-fonte]Data | Cabeça-d-Lista | Cl. | Votos | % | /- | Deputados | /- |
---|---|---|---|---|---|---|---|
2014 | Gil Garcia | 13.º | 12 442 | 0,38 / 100,00 |
0 / 21 |
||
2019 | Vasco Santos | 17.º | 6 641 | 0,20 / 100,00 |
0,18 | 0 / 21 |
|
2024 | Gil Garcia |
Eleições presidenciais
[editar | editar código-fonte]Data | Candidato apoiado |
1ª Volta | 2ª Volta | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Cl. | Votos | % | Cl. | Votos | % | ||
2016 | Marisa Matias | 3º | 469 814 | 10,12 / 100,00 |
|||
2021 | Marisa Matias | 5º | 165 127 | 3,96 / 100,00 |
Eleições autárquicas (os resultados apresentados excluem os resultados de coligações que envolvem o partido)
[editar | editar código-fonte]Data | Cl. | Votos | % | /- | Presidentes CM | /- | Vereadores | /- | Assembleias Municipais |
/- | Assembleias de Freguesias |
|
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2017 | 23.º | 943 | 0,02 / 100,00 |
0 / 308 |
0 / 2 074 |
Não concorreu | 0 / 2 074 |
|||||
2021 | 44.º | 889 | 0,03 / 100,00 |
0 / 308 |
0 / 2 074 |
0 / 6 461 |
Não concorreu |
Eleições regionais
[editar | editar código-fonte]Região Autónoma dos Açores
[editar | editar código-fonte]Data | Líder | Cl. | Votos | % | /- | Deputados | /- | Status | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2016 | Eduardo Jorge Pimentel Rodrigues Pereira | 13.º | 66 | 0,07 / 100,0 |
0 / 57 |
Extra-parlamentar | ||||
2020 | ||||||||||
2024 |
Região Autónoma da Madeira
[editar | editar código-fonte]Data | Líder | Cl. | Votos | % | /- | Deputados | /- | Status | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2015 | José Carlos Jardim | 9.º | 1 715 | 1,34 / 100,0 |
0 / 57 |
Extra-parlamentar | ||||
2019 | ||||||||||
2023 |
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT)
- Frente de Esquerda Revolucionária (FER)
- Bloco de Esquerda (BE)
Referências
- ↑ «"200 elementos vão abandonar" o Bloco de Esquerda e formar novo partido». Público. 9 de dezembro de 2011. Consultado em 11 de julho de 2012
- ↑ «Nasceu o MAS, para unir a esquerda contra a troika e parar a austeridade». Movimento Alternativa Socialista. 12 de março de 2012. Consultado em 11 de julho de 2012
- ↑ «O MAS vence o braço de ferro com o Tribunal Constitucional e já está legalizado!». Movimento Alternativa Socialista. 1 de agosto de 2013. Consultado em 6 de agosto de 2013
- ↑ «ACÓRDÃO Nº 232/2013». Tribunal Constitucional de Portugal. 24 de abril de 2013. Consultado em 10 de fevereiro de 2014
- ↑ «MAIS (Brasil) e MAS (Portugal) publicam declaração conjunta». Esquerda Online. 20 de maio de 2017. Consultado em 19 de janeiro de 2021
- ↑ «El MAS de Portugal solicita la integración a la UIT-CI». UIT-CI (em espanhol). 28 de julho de 2023. Consultado em 7 de junho de 2024
- ↑ Amaral Santos, João (9 de fevereiro de 2024). «MAS de Renata Cambra está impedido de concorrer às legislativas de 10 de março». Visão. Consultado em 20 de fevereiro de 2024
- ↑ «Visão | Renata Cambra avança para a criação de novo partido político». Visão. 19 de setembro de 2024. Consultado em 25 de setembro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]