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Revolta do dia 8888

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Revolta do dia 8888
Parte de Conflitos armados em Myanmar
Período 12 março 1988 (1988-03-12) – 21 setembro 1988 (1988-09-21)
Local  Burma
Causas
Objetivos Democracia
Características
Resultado
  • Promessas de eleições (resultados não foram honrados)
  • Renúncia do general Ne Win

A Revolta do dia 8888 (birmanês: ၈-၄လုံး ou ရှစ်လေးလုံး; também conhecido como a Revolta do Poder Popular[1]) foi uma série de marchas, manifestações, protestos[2] e motins[3] pró-democracia na República Socialista da União da Birmânia (atualmente conhecida como Mianmar). Os eventos importantes ocorreram em 8 de agosto de 1988, e devido a esta data (08/08/1988), é conhecida como a "Revolta do dia 8888".[4]

Revolta do dia 8888

Desde 1962, o país havia sido governado pelo regime do Partido do Programa Socialista da Birmânia como um estado de partido único, liderado pelo general Ne Win. A catastrófica via birmanesa para o socialismo tinha transformado a Birmânia em um dos países mais pobres do mundo.[5][6][7] Quase tudo foi nacionalizado e o governo misturou o estilo soviético de planejamento central com crenças supersticiosas.[7] Em um artigo publicado em uma edição de fevereiro de 1974, a Revista Newsweek, descreveu o regime como "uma amálgama ilógica de budismo e marxismo".[8]

A revolta foi iniciada por exatamente 8 888 alunos em Yangon durante o dia 8 de agosto de 1988. Protestos estudantis espalharam-se por todo o país.[5][9] Centenas de milhares de monges vestidos de ocre, crianças, estudantes universitários, donas de casa e médicos protestaram contra o regime.[10][11] A revolta terminou em 18 de setembro depois de um sangrento golpe militar pela Conselho de Estado para Restauração da Lei e da Ordem (SLORC). Milhares de mortes foram atribuídas aos militares durante esta revolta,[9][12][13] enquanto as autoridades de Mianmar apresentam a cifra de cerca de 350 pessoas mortas.[14][15]

Durante a crise, Aung San Suu Kyi surgiu como um ícone nacional. Quando a junta militar organizou uma eleição em 1990, seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, venceu 80% das assentos no governo (392 de 447).[16] No entanto, a junta militar se recusou a reconhecer os resultados e colocou Aung San Suu Kyi em prisão domiciliar. O Conselho de Estado para Restauração da Lei e da Ordem teria uma mudança cosmética do Partido Programa do Socialista da Birmânia.[10]

Referências

  1. Yawnghwe (1995), pp. 170
  2. Ferrara 302–3
  3. "Hunger for food, leadership sparked Burma riots". Houston Chronicle. August 11, 1988.
  4. Tweedie, Penny. (2008). Junta oppression remembered. Reuters.
  5. a b Burma Watcher (1989)
  6. *Tallentire, Mark (September 28, 2007). The Burma road to ruin. The Guardian.
  7. a b Woodsome, Kate. (October 7, 2007). 'Burmese Way to Socialism' Drives Country into Poverty Arquivado em 2012-12-08 na Archive.today. Voice of America.
  8. Smith (1991)
  9. a b Ferrara (2003), pp. 313
  10. a b Steinberg (2002)
  11. Aung-Thwin, Maureen. (1989). Burmese Days Arquivado em 23 de fevereiro de 2006, no Wayback Machine.. Foreign Affairs.
  12. Fogarty, Phillipa (August 7, 2008). Was Burma's 1988 uprising worth it?. BBC News.
  13. Wintle (2007)
  14. Ottawa Citizen. September 24, 1988. pg. A.16
  15. Associated Press. Chicago Tribune. September 26, 1988.
  16. Wintle, p. 338.

Livros e jornais

  • Boudreau, Vincent. (2004). Resisting Dictatorship: Repression and Protest in Southeast Asia. Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-83989-1.
  • Burma Watcher. (1989). Burma in 1988: There Came a Whirlwind. Asian Survey, 29(2). A Survey of Asia in 1988: Part II pp. 174–180.
  • Callahan, Mary. (1999). Civil-military relations in Burma: Soldiers as state-builders in the postcolonial era. Preparation for the State and the Soldier in Asia Conference.
  • Callahan, Mary. (2001). Burma: Soldiers as State Builders. ch. 17. cited in Alagappa, Muthiah. (2001). Coercion and Governance: The Declining Political Role of the Military in Asia. Stanford University Press. ISBN 978-0-8047-4227-6
  • Clements, Ann. (1992). Burma: The Next Killing Fields? Odonian Press. ISBN 978-1-878825-21-6
  • Delang, Claudio. (2000). Suffering in Silence, the Human Rights Nightmare of the Karen People of Burma. Parkland: Universal Press.
  • Europa Publications Staff. (2002). The Far East and Australasia 2003. Routledge. ISBN 978-1-85743-133-9.
  • Ferrara, Federico. (2003). Why Regimes Create Disorder: Hobbes's Dilemma during a Rangoon Summer. The Journal of Conflict Resolution, 47(3), pp. 302–325.
  • Fink, Christina. (2001). Living Silence: Burma Under Military Rule. Zed Books. ISBN 978-1-85649-926-2
  • Fong, Jack. (2008). Revolution as Development: The Karen Self-determination Struggle Against Ethnocracy (1949–2004). Universal-Publishers. ISBN 978-1-59942-994-6
  • Ghosh, Amitav. (2001). The Kenyon Review, New Series. Cultures of Creativity: The Centennial Celebration of the Nobel Prizes. 23(2), pp. 158–165.
  • Hlaing, Kyaw Yin. (1996). Skirting the regime's rules.
  • Lintner, Bertil. (1989). Outrage: Burma's Struggle for Democracy. Hong Kong: Review Publishing Co.
  • Lintner, Bertil. (1990). The Rise and Fall of the Communist Party of Burma (CPB). SEAP Publications. ISBN 978-0-87727-123-9.
  • Lwin, Nyi Nyi. (1992). Refugee Student Interviews. A Burma-India Situation Report.
  • Maung, Maung. (1999). The 1988 Uprising in Burma. Yale University Southeast Asia Studies. ISBN 978-0-938692-71-3
  • Silverstein, Josef. (1996). The Idea of Freedom in Burma and the Political Thought of Daw Aung San Suu Kyi. Pacific Affairs, 69(2), pp. 211–228.
  • Smith, Martin. (1999). Burma - Insurgency and the Politics of Ethnicity. Zed Books. ISBN 978-1-85649-660-5
  • Steinberg, David. (2002). Burma: State of Myanmar. Georgetown University Press. ISBN 978-0-87840-893-1
  • Tucker, Shelby. (2001). Burma: The Curse of Independence. Pluto Press. ISBN 978-0-7453-1541-6
  • Wintle, Justin. (2007). Perfect Hostage: a life of Aung San Suu Kyi, Burma’s prisoner of conscience. New York: Skyhorse Publishing. ISBN 978-0-09-179681-5
  • Yawnghwe, Chao-Tzang. Burma: Depoliticization of the Political. cited in Alagappa, Muthiah. (1995). Political Legitimacy in Southeast Asia: The Quest for Moral Authority. Stanford University Press. ISBN 978-0-8047-2560-6
  • Yitri, Moksha. (1989). The Crisis in Burma: Back from the Heart of Darkness? University of California Press.

Fontes Adicionais

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