Ramal de Montemor
Ramal de Montemor | |
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Ponte de Almansor, junto a Montemor-o-Novo. | |
Informações principais | |
Área de operação | Concelho de Montemor-o-Novo, em Portugal |
Tempo de operação | 1909–1989 |
Interconexão Ferroviária | L.ª Alentejo, em T. Gadanha |
Especificações da ferrovia | |
Extensão | 12,8 quilómetros |
Bitola | 1668 mm (Bitola Ibérica) |
Ramal de Montemor | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Ramal de Montemor, também conhecido como Ramal de Montemor-o-Novo ou Linha de Montemor-o-Novo, foi um lanço ferroviário que ligava as estações de Torre da Gadanha e Montemor-o-Novo, em Portugal. Entrou ao serviço em 2 de Setembro de 1909[1], e foi encerrado em 1989.[2]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Traçado e obras de arte
[editar | editar código-fonte]O Ramal unia a estação de Torre da Gadanha, na Linha do Alentejo, à cidade de Montemor-o-Novo, numa distância total de 12,815 km.[3] Tinha um apeadeiro, que servia a localidade de Paião. A maior infra-estrutura no Ramal era a Ponte de Almansor, que cruzava o curso de água com o mesmo nome junto à estação de Montemor-o-Novo.
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em 1972, existiam vários serviços ferroviários directos, com composições mistas, entre Montemor-o-Novo e o Barreiro, com transbordo fluvial até ao Terreiro do Paço, em Lisboa, e dois comboios diários do mesmo tipo entre Montemor-o-Novo e Torre da Gadanha.[nota 1] Em 1984, os serviços directos entre Torre da Gadanha e Montemor-o-Novo tinham já sido suprimidos, sendo apenas feitas duas ligações por dia, uma ascendente e outra descendente, entre Montemor-o-Novo e o Barreiro.[4]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em 1897, o Barão de Matosinhos foi autorizado a construir várias linhas no sistema americano, com a via assente sobre estrada; uma destas linhas ligaria Sines à estação ferroviária de Casa Branca, seguindo a Estrada Distrital 179, a partir de Alcácer do Sal, com passagem por Pinheiro e por Montemor-o-Novo.[5]
Planeamento, construção e inauguração
[editar | editar código-fonte]O financiamento para a construção deste caminho de ferro foi obtido de forma semelhante ao utilizado pelo Ramal do Montijo, ou seja, a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo obteve, ao abrigo de um decreto de 12 de Junho de 1907, a quantia de 170 000 $ para este projecto.[1] O ramal foi aberto em 2 de Setembro de 1909, tendo gerado no princípio um elevado rendimento, pelo que o empréstimo foi distratado por um decreto de 1 de Maio de 1911.[1]
Décadas de 1910 a 1930
[editar | editar código-fonte]Em 1917, foram suprimidos vários comboios na rede do Sul e Sueste, incluindo no ramal de Montemor, devido à falta de carvão provocada pela Primeira Guerra Mundial.[6]
Em 30 de Maio de 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses determinou a criação de carreiras de autocarros nos percursos dos ramais de Montemor, Seixal e Montijo, enquanto que o transporte de mercadorias seria feito por dois comboios diários.[7]
Declínio, encerramento e conversão em ecopista
[editar | editar código-fonte]Em 1970, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses iniciou uma série de estudos sobre os seus eixos de tráfego mais reduzido, incluindo o Ramal de Montemor, de forma a decidir se compensava a manutenção dos comboios, recebendo indemnizações do estado.[8]
O Ramal foi encerrado em 1989.[2] Em Maio de 2005, já tinham sido retirados os carris e o balastro, e a vegetação já tinha parcialmente invadido o antigo canal da via, mas os edifícios do Apeadeiro de Paião e das Estações de Montemor-o-Novo e Torre da Gadanha ainda se encontravam em bom estado de conservação. Nesta altura, existia um projecto para a conversão do antigo canal ferroviário na Ecopista Montemor-o-Novo - Torre da Gadanha.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). Lisboa: Gazeta dos Caminhos de Ferro. p. 91-95. Consultado em 7 de Novembro de 2024 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b «Cronologia». Comboios de Portugal. Consultado em 7 de Agosto de 2019
- ↑ «Direcção-Geral de Caminhos de Ferro: Relatório de 1931-1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1109). 1 de Março de 1934. p. 127-130. Consultado em 7 de Novembro de 2024
- ↑ Caminhos de Ferro Portugueses (3 de Junho de 1984). «Horário de Verão 1984» (PDF). O Comboio em Portugal. p. 61. Consultado em 20 de Julho de 2010
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1186). Lisboa. 16 de Maio de 1937. p. 262. Consultado em 7 de Novembro de 2024 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 30 (700). 16 de Fevereiro de 1917. p. 62. Consultado em 7 de Novembro de 2024 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ MARTINS et al, 1996:259
- ↑ «El Problema de las Lineas Ferreas de Poco Trafico». Via Libre (em espanhol). Ano 7 (81). Madrid: Gabinete de Prensa y Difusión de RENFE. Setembro de 1970. p. 23
- ↑ MACHADO, João Reis; et al. (Maio de 2005). «Estudo Ambiental e Caracterização das Vias Verdes da Região do Alentejo: Relatório Final - Volume III» (PDF). Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo. 18 páginas. Consultado em 20 de Julho de 2010. Arquivado do original (PDF) em 5 de junho de 2010
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Segundo os horários de 9 de Abril de 1972 da operadora Caminhos de Ferro Portugueses
Ligações externas
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