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Quinta de São Vicente

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 Nota: Para consultar outros locais com a mesma designação, veja São Vicente.
Quinta de São Vicente
Informações gerais
Fim da construção Século XVIII
Património de Portugal
DGPC 5008229
SIPA 31654
Geografia
País Portugal Portugal
Localização Ferreira do Alentejo
Coordenadas 38° 04′ 06,69″ N, 8° 05′ 45,57″ O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

A Quinta de São Vicente é um complexo agrícola junto da vila de Ferreira do Alentejo, em Portugal, que inclui uma casa senhorial no estilo romântico.[1]

A Quinta de São Vicente é uma exploração agrícola, destinada principalmente à exploração de azeite.[2] Em 2008, ocupava cerca de 800 hectares, dos quais 700 eram de olival, e tinha um lagar, um laboratório, uma loja e escritórios.[2] Destaca-se principalmente a grande casa senhorial, no estilo romântico, decorada com terraços, arcadas e colunatas, e que inclui vários painéis de azulejos.[3] A Quinta também possui um jardim, que é alimentado por canais de água que funcionam por gravidade.[4]

O complexo inclui uma barragem própria, que na década de 1970 era utilizada pela população da vila como um local de pesca e de recreio.[5] Com efeito, chegou a ser considerada como um dos principais pontos para a pesca fluvial no concelho.[6]

A Quinta de Vicente foi construída no século XVIII por uma importante família da região, os Passanha, que veio de Itália para Portugal no século XVI, e que em 1738 instalaram-se no Alentejo.[3] O complexo sofreu grandes obras de modificação nos séculos XIX e XX.[7] A quinta também se destacou pela sua produção queijeira, como foi relatado no Guia de Portugal, editado em 1927.[8]

Na década de 1940, a Quinta foi abrangida na Campanha do Trigo, um programa do Estado Novo para desenvolver a produção cerealífera no Alentejo.[4] Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, que restaurou a democracia em Portugal, os proprietários da quinta refugiaram-se no estrangeiro, tendo a propriedade sido ocupada.[4] O complexo foi posteriormente abandonado, tendo sido reabilitado em 2003, pelo administrador da empresa Taifas, João Filipe Passanha, que veio da Bélgica para Portugal.[2]

Em 2010, a empresa Taifas, que explora a Quinta de São Vicente, ganhou o prémio para o melhor azeite maduro frutado do mundo.[9] Em Março de 2011, o jornal Público noticiou que o Itinerário Principal n.º 8, então em planeamento, iria passar pela propriedade, dividindo-a ao meio.[10] João Filipe Passanha criticou esta medida, que iria levar ao abate de seis mil oliveiras, interrupção de caminhos de acesso ao lagar, e à demolição de várias infra-estruturas de rega, levando a um avultado prejuízo financeiro.[10] Além disso, a presença de uma auto-estrada também iria destruir a imagem da quinta, algo de muito importante para manter o prestígio da marca do azeite.[10] Em 2012, foram interrompidas as obras na auto-estrada, devido à falta de meios financeiros.[11] Em 2018, foi organizada uma visita à Quinta de São Vicente, no âmbito do Festival Terras sem Sombra.[7]

Referências

  1. MACHADO, Alexandra (14 de Junho de 2011). «Herdeiros Passanha faz negócio é na exportação». Jornal de Negócios. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  2. a b c LOURENÇO, Luís (6 de Junho de 2008). «Família Passanha aposta forte no azeite» (PDF). Correio Alentejo. Ano 3 (112). Beja: JOTA CBS – Comunicação e Imagem Lda. p. 10. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  3. a b «A Quinta: História». Herdeiros Passanha. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  4. a b c «Petróleo verde». Visão. 21 de Abril de 2011. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  5. «Ferreira, 40 anos atrás» (PDF). Revista de Ferreira (1). Ferreira do Alentejo: Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. Abril de 2017. p. 40. Consultado em 13 de Abril de 2024 
  6. SARAMAGO, 2007:567-568
  7. a b RODRIGUES, Elisabete (2 de Maio de 2018). «Festival Terras sem Sombra percorreu um roteiro de sentimentos em Ferreira do Alentejo». Sul Informação. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  8. «Ferreira do Alentejo». Guia de Portugal: Estremadura, Alentejo, Algarve. Série Guia de Portugal. Volume 2 de 7. Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian. 1991 [1927]. p. 161. 699 páginas. ISBN 972-31-0545-4 
  9. DIAS, Carlos (29 de Março de 2011). «IP8 vai cortar ao meio olival que produz o melhor azeite do mundo». Público. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  10. a b c LOURENÇO, Luís (29 de Março de 2011). «Estradas: Futura A26 entre Sines e Beja vai cortar ao meio herdade que produz dos melhores azeites do mundo». SIC Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  11. SALVADO, Sandra; PITEIRA, Sara (30 de Janeiro de 2015). «As estradas sem saída de um Alentejo adiado». Rádio Televisão Portuguesa. Consultado em 21 de Maio de 2019 
  • SARAMAGO, Alfredo (2007). Livro-Guia do Alentejo. Lisboa: Assírio e Alvim. 727 páginas. ISBN 978-972-37-1290-2 

Ligações externas

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