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Quetiapina

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Estrutura química de Quetiapina
Quetiapina
Aviso médico
Nome IUPAC (sistemática)
2-(2-(4-dibenzo[b,f][1,4]thiazepine- 11-yl-1-piperazinyl)ethoxy)ethanol
Identificadores
CAS 111974-69-7
ATC N05
PubChem 5002
DrugBank APRD00675
Informação química
Fórmula molecular C21H25N3O2S 
Massa molar 383.5099 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade 100% in 1,5 h
Metabolismo Hepático
Meia-vida 6 horas
Excreção Renal
Considerações terapêuticas
Administração Oral
DL50 ?

Quetiapina, também conhecida pelo nome comercial Seroquel, pertence a uma classe de neurolépticos conhecidos como antipsicóticos atípicos, que têm se tornado mais populares nas duas últimas décadas, usados como alternativa aos antipsicóticos típicos, como o haloperidol. A quetiapina foi desenvolvida pelo laboratório inglês AstraZeneca.

A quetiapina é indicada ao tratamento de esquizofrenia, agindo neste caso como um antipsicótico, bem como para as fases maníacas e depressivas associadas ao transtorno de humor bipolar, e neste caso como um estabilizante de humor, em monoterapia ou como coadjuvante.[1]Por vezes é utilizado off label, muitas vezes como um agente de acréscimo, para tratar essas condições como transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, síndrome das pernas inquietas, o autismo, o alcoolismo,[2] síndrome de Tourette,[3] e tem sido usado por médicos como um sedativo para pessoas com distúrbios do sono ou ansiedade [4].

Em estudos comparativos, a quetiapina demonstrou ser tão eficaz quanto outros agentes antipsicóticos, tais como clorpromazina e haloperidol.[2][3]

Em estudos clínicos, a quetiapina tem demonstrado ser efetiva como monoterapia ou em terapia adjuvante na redução dos sintomas de mania em pacientes com mania bipolar.[4][5][5]

Em dois estudos clínicos (BOLDER I e II), os quais incluíram pacientes com transtorno bipolar I, bipolar II e pacientes com ou sem curso com ciclagem rápida, a quetiapina tem demonstrado ser efetiva em pacientes com depressão bipolar.[6][7]

A segurança e a eficácia da quetiapina não foram avaliadas em crianças e adolescentes.

Todos os agentes antipsicóticos comercializados são antagonistas dos receptores dopaminérgicos D2. Acredita-se que o bloqueio desses receptores em várias partes do cérebro fundamenta não somente a sua eficácia clínica como também alguns de seus efeitos colaterais.

Do mesmo modo que bloqueiam receptores D2, a quetiapina e outros antipsicóticos atípicos apresentam uma afinidade por receptores serotoninérgicos 5-HT2 que é pelo menos tão alta quanto a sua afinidade pelos receptores D2.[8][9]

Acredita-se que a atividade dos antipsicóticos atípicos possa resultar de uma modulação balanceada das vias neuronais tanto serotonérgicas quanto dopaminérgicas.[10][11]

Em particular, acredita-se que a eficácia de agentes atípicos no tratamento dos sintomas negativos e cognitivos da esquizofrenia seja mediada pela modulação serotonérgica no córtex pré-frontal.

A quetiapina tem alta afinidade pelo receptor da histamina (H1) e acredita-se que ele intervenha na sonolência relatada por alguns pacientes no início do tratamento. Em doses mais baixas, bloqueia completamente os receptores de H1 sem atingir o bloqueio do receptor D2.

A quetiapina, após o processo hepático de metabolização, produz cerca de 20 metabólitos, a maioria deles inativo. No entanto, há a norquetiapina, metabólito da quetiapina responsável pelos efeitos antidepressivos, que apresenta importante efeito antagonista em bomba de recaptação de noradrenalina com alta afinidade por esta estrutura. Além disso, há também afinidade e antagonismo pelo receptor 5HT2A, como a quetiapina, que também contribui para propriedades antipsicóticas e ansiolíticas.[12]

Efeitos colaterais

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Os efeitos colaterais mais comuns com o uso da quetiapina são: inicialmente boca seca, seguida de tontura, astenia leve, obstipação, taquicardia, hipotensão ortostática e dispepsia.

Em menor escala, podem ocorrer: ganho de peso, síncope, síndrome neuroléptica maligna (febre com rigidez muscular e dificuldade de respirar), leucopenia, neutropenia e edema periférico.[1]

Apresentações

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A quetiapina está disponível em comprimidos nas apresentações de libertação imediata com as seguintes dosagens: 25mg, 100mg, 150mg, 200mg e 300mg e de libertação prolongada com as seguintes dosagens: 50mg, 150mg, 200mg, 300mg e 400mg[13]

Referências

  1. a b Bula de Seroquel®.
  2. a b Peuskens J, Link CGG. A comparison of quetiapine and chlorpromazine in the treatment of schizophrenia. Acta Psychiatr Scand 1997; 96: 265-273.
  3. a b Copolov DL, Link CGG, Kowalcyk B. A multicentre, double-blind, randomized comparison of quetiapine and haloperidol in schizophrenia. Psychol Med 2000; 30: 95-105.
  4. a b Vieta E, Mullen J, Brecher M, Paulsson B, Jones M. Quetiapine monotherapy for mania associated with bipolar disorder: combined analysis of two international, double-blind, randomised, placebo-controlled studies. Curr Med Res Opin. 2005 Jun;21(6):923-34.
  5. a b Bowden et al. A randomized, double-blind, placebo-controlled efficacy and safety study of quetiapine or lithium as monotherapy for mania in bipolar disorder. J Clin Psychiatry. 2005 Jan;66(1):111-21.
  6. Calabrese JR, Keck PE Jr, Macfadden W, Minkwitz M, Ketter TA, Weisler RH, Cutler AJ, McCoy R, Wilson E, Mullen J. A randomized, double-blind, placebo-controlled trial of quetiapine in the treatment of bipolar I or II depression. Am J Psychiatry. 2005 Jul;162(7):1351-60.
  7. Thase ME, McFadden W, Weisler R et al for the Bolder II Study Group. Efficacy of quetiapine monotherapy in bipolar I and II depression: a double-blind, placebo-controlled study (The BOLDER II Study). J Clin Psychopharmacol 2006;26:600-609.
  8. Goldstein JM. Preclinical profile of Seroquel (quetiapine): an atypical antipsychotic with clozapine-like pharmacology. In: Holliday SG, Ancill RJ, MacEwan GW, eds. Schizophrenia: Breaking Down the Barriers. John Wiley & Sons Ltd, Chichester, 1996: 177-208.
  9. Goldstein JM. Atypical antipsychotic drugs: beyond acute psychosis, new directions. Emerging Drugs 1999; 4: 127-151.
  10. Abi-Dargham A, Laruelle M, Aghajanian GK, Charney D, Krystal J. The role of serotonin in the pathophysiology and treatment of schizophrenia. J Neuropsychiatry Clin Neurosci 1997; 9: 1-17.
  11. Kapur S, Remington G. Serotonin-dopamine interaction and its relevance to schizophrenia. Am J Psychiatry 1996; 153: 466-476.
  12. McIntyre et al. A preclinical and clinical rationale for quetiapine in mood syndromes. Expert Opin. Pharmacoter. 2007 (8)9: 1211-1219.
  13. «Resumo Das Características Do Medicamento - Seroquel/Seroquel XR» (PDF). Agência Europeia do Medicamento