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Progressão musical

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Na música, a Progressão musical, ou Marcha musical,[1][2] é a repetição imediata, em diferentes níveis de altura, de uma determinada passagem melódica ou harmônica, denominados progressão melódica e, progressão harmônica respectivamente. O primeiro motivo é chamado de modelo. Cada um dos outros motivos que imitam o modelo é chamado de reprodução.

Tipos de Progressões

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As progressões podem ser classificadas como:

  • Ascendentes: se a primeira nota da reprodução for de grau superior à primeira nota do modelo;
  • Descendentes: se a primeira nota da reprodução for de grau inferior à primeira nota do modelo;
  • Modulantes: se lhes são aplicadas alterações fora da escala, que provoquem modulação;
  • Não-modulantes: se não lhes são aplicadas alterações fora da escala;
  • Regulares: Se as reproduções iniciam sempre em graus imediatos (ex. dó-ré-mi/ré-mi-fá/mi-fá-sol)
  • Irregulares: Se as reproduções iniciam em graus não imediatos (ex. dó-fá-mi-ré/fá-si-lá-sol)

Pelo menos uma repetição é necessária, para que se configure uma progressão e o modelo deve ser baseado em algumas notas melódicas ou dois acordes sucessivos. Embora sejam, estereotipicamente, associadas à música barroca, este recurso de composição é empregado largamente em toda a história da música ocidental.

Progressão harmônica

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Há uma diferença entre um acorde maior e um menor. Os acordes maiores são compostos de uma terça maior acrescido de uma quinta justa,exemplo: dó-mi-sol, e o acorde menor é composto por uma terça menor e uma quinta justa, exemplo: lá-dó-mi.

Pegue-se uma sequência de acordes qualquer de uma música, como por exemplo o padrão I, IV, V (C F G C). Isto é uma progressão de acordes. Se essa sequência for tocada várias vezes consecutivas, experimentando diferentes ritmos e batidas, será possível observar que todos os acordes se encaixam perfeitamente.

Há um apelo entre os acordes, um acorde criando uma tensão maior ou menor. Este "apelo" é comumente denominado de tensão, ou seja, certos acordes conduzem a uma tensão crescente, acumulando tensão. Quando se volta à Tônica (acorde de C, no exemplo) esta tensão é liberada. Ouvindo algumas músicas é possível perceber essa tensão se acumulando em determinados trechos, até atingir um clímax (com certa frequência a parte mais alta), para ser em seguida liberada. Esta progressão tomada como exemplo, que é uma das mais comuns nos dias atuais, é denominada de progressão I IV V, (aquela citada no exemplo acima) e tem justamente estas características de acúmulo de tensão e posterior liberação.

Ela é denominada I IV V porque é composta dos acordes nos graus I, IV e V de uma escala musical, neste caso a de C. Veja abaixo:

C I D II E III F IV G V A VI B VII C VIII

Na escala de D, por exemplo, ela teria a seguinte formação: D G A D.

Uma outra progressão bastante comum é a I III IV. Que na escala de C resultaria em C Em F. Na escala de E a progressão seria E G#m A. Experimente com esta progressão em diferentes escalas e com diferentes batidas.

A progressão de blues também é algo muito importante e deve ser estudada. Um grande número de canções baseia-se em progressões típicas e relativamente fáceis de serem aprendidas, pelas quais é possível "tirar" músicas e "levar" outras sem conhecer sua composição. As progressões constituem-se apenas numa base que permite inúmeras variações, e não em regras fixas. Os grandes músicos são justamente aqueles que, de certa forma, desrespeitam essas progressões, sem quebrar a harmonia do conjunto musical, ou seja, a tensão é acumulada e quebrada por meio de uma progressão não convencional de acordes utilizando-se da criatividade.

Um famoso exemplo popular de uma progressão descendente e não modulante é encontrada no refrão do cântico de Natal "Angels we have heard on high" (Les anges dans nos compagnes, originalmente)(em português: Surgem anjos proclamando), conforme exemplo abaixo. O motivo melódico de um compasso é transposto para baixo num intervalo de 2ª e o aspecto harmônico se comporta igualmente, conforme o ciclo de quintas.


A progressão ascendente, modulante ocorre no dueto de Abubeker e Fátima no 3º ato da ópera Prisioneiro do Cáucaso de César Cui (compare com a passagem similar da canção Dó-ré-mi (Dó, um dia, um lindo dia) de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein, composta quase 100 anos depois).




O coro(5) "For unto us a Child is born" (Pois um menino nos nasceu, na versão portuguesa) de "O Messias" de Händel aplica tanto a progressão melódica quanto harmônica, como pode ser visto no exemplo seguinte. Nessa redução para coro, as linhas do soprano e o contralto reiteram um motivo melódico florido de quatro tempos de semicolcheias na palavra "born". Mais sutis, embora presentes, estão as progressões harmônicas.

  1. de Queiroz, José (8 de maio de 2020). Harmonia Tradicional. [S.l.]: Clube de Autores 
  2. Galeno, Juvenal (1868). Principios geraes de harmonia ao alcance de todos. [S.l.]: Imprensa nacional