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Portal:Oriente Médio/Artigo Destacado

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Bandeira do Irã.
Bandeira do Irã.
Irã (português brasileiro) ou Irão (português europeu) (em persa: ايران, transcr.: Iran, pronunciado: [ʔiːˈɾɑn] (escutar)), oficialmente República Islâmica do Irã/Irão e anteriormente conhecido como Pérsia, é um país localizado na Ásia Ocidental. Tem fronteiras a norte com Arménia, Azerbaijão e Turquemenistão e com o Cazaquistão e a Rússia através do Mar Cáspio; a leste com Afeganistão e Paquistão; ao sul com o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã; a oeste com o Iraque; e a noroeste com a Turquia. Composto por uma área de 1 648 195 quilômetros quadrados, é a segunda maior nação do Oriente Médio e a 18.ª maior do mundo. Com mais de 77 milhões de habitantes, o Irã é o 17.º país mais populoso do mundo.

O país é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo, que começa com a formação do reino do Elão em 2 800 a.C. Os povos iranianos medos unificaram o país no primeiro de muitos impérios que se iriam seguir em 625 a.C., após a nação se tornar no principal poder cultural e político dominante na região. O Irã atingiu o auge de seu poder durante o Império Aquemênida, fundado por Ciro, o Grande em 550 a.C. e que, na sua maior extensão, compunha grandes porções do mundo antigo, que se estendiam do vale do Indo, no leste, à Trácia e Macedônia, na fronteira nordeste da Grécia, tornando-se num dos maiores impérios que o mundo já vira. Os aquemênidas entraram em colapso em 330 a.C. após as conquistas de Alexandre, o Grande, mas o país alcançou uma nova era de prosperidade após o estabelecimento do Império Sassânida em 224 d.C., sob o qual o Irã se tornou uma das principais potências da Europa Oriental e da Ásia Central nos quatro séculos seguintes.


Guerras bizantino-árabes.
Guerras bizantino-árabes.
As guerras bizantino-árabes foram uma série de conflitos armados entre os califados árabes e o Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) que ocorreram entre os séculos VII e XII. Foram iniciadas durante as primeiras conquistas muçulmanas do expansionismo dos califados Ortodoxo e Omíada e continuaram na forma de disputas fronteiriças persistentes até ao início das Cruzadas. Em consequência destas guerras, os Bizantinos, a quem os Árabes chamavam Rûm ou Rumes (Romanos), perderam uma parte considerável do seu império, nomeadamente todos os territórios do Levante e Norte de África e inclusivamente uma parte considerável da Anatólia. A capital bizantina, Constantinopla chegou a ser cercada em duas ocasiões, a primeira em 674 e a segunda em 717.

O conflito inicial ocorreu entre 634 e 718, terminando no segundo cerco árabe a Constantinopla, que marcou a rápida expansão árabe na Anatólia. No entanto, a região continuou a ser ocasionalmente fustigada por razias árabes e os conflitos reacenderam-se no final do século VIII, continuando nos séculos seguintes e só terminando em 1169. A ocupação do sul de Itália pelos Abássidas no século IX e X não teve tanto êxito como a da ocupação da Sicília.

Abu Ali Almançor Taricu Aláqueme (Abū ʿAlī al-Manṣūr Tāriqu al-Ḥākim), chamado de Aláqueme Biamir Alá (em árabe: الحاكم بأمر الله; romaniz.: al-Ḥākim bi-Amr Allāh; lit. "Governante por comando de Deus [Alá]") ou somente de Aláqueme,Haquino ou Haquim, foi o sexto califa fatímida e o décimo-sexto imame ismaelita, governando entre 996 e 1021. Aláqueme foi o primeiro governante da dinastia dos fatímidas que nasceu no Egito. Era filho do seu antecessor, o califa Alaziz. Foi proclamado herdeiro em 993, após a morte do seu irmão mais velho Maomé e sucedeu ao pai em 996 quando tinha apenas onze anos, com o poder de fato nas mãos de seu vizir Barjauã até ao ano 1000.

Aláqueme é uma figura importante para diversas denominações xiitas ismaelitas do islão, como os 15 milhões de nizaris e, em particular, para os 2 milhões de drusos residentes no Levante cujo epônimo fundador, Adarazi, proclamou-o como uma encarnação de Deus (Alá) em 1018. Na literatura ocidental ele é geralmente chamado de "o califa louco", primordialmente por causa da dessecração fatímida de Jerusalém em 1009, embora alguns acadêmicos (como Willi Frischauer e Heinz Halm) contestem esse epíteto considerando-o parcial.

Vista à distância do local da batalha de Jarmuque.
Vista à distância do local da batalha de Jarmuque.
A batalha de Jarmuque (em árabe: معركة اليرموك; romaniz.: maerakat al-Yarmuk/Yarmuq), também citada em grego como Hieromiax (Ἱερομύαξ) ou Iermucas (Ιερμουχάς), foi uma grande batalha entre as tropas árabes do Califado Ortodoxo e os exércitos do Império Bizantino. Envolveu uma série de combates que duraram seis dias, de 15 a 20 de agosto de 636, travados perto do rio Jarmuque, a sudeste do mar da Galileia, no que é atualmente a fronteira entre a Síria e a Jordânia e não muito longe das fronteiras do Líbano e Israel.

O resultado da batalha foi uma vitória total muçulmana que acabou com o domínio bizantino na província romana da Síria. É considerada uma das batalhas mais decisivas da história militar e foi o ponto mais alto da primeira vaga das conquistas islâmicas que se seguiram à morte de Maomé, prenunciando o rápido avanço muçulmano no Levante, que na altura era cristão.

O imperador bizantino Heráclio tinha enviado uma expedição numerosa para o Levante em maio de 636, com o objetivo de travar o avanço muçulmano iniciado dois anos antes e de recuperar os territórios perdidos. À medida que o exército bizantino se aproximava, os Árabes retiraram da Síria e reagruparam todas as suas forças nas planícies de Jarmuque perto da Arábia, onde, depois de terem recebido reforços, derrotaram as tropas bizantinas numericamente superiores. A batalha é considerada uma das maiores vitórias de Calide ibne Ualide e cimentou a sua reputação como um dos maiores estrategos e comandantes de cavalaria da história.

O Antigo Egito em sua extensão máxima durante o período conhecido como Império Novo, por volta de 1 450 a.C.
O Antigo Egito em sua extensão máxima durante o período conhecido como Império Novo, por volta de 1 450 a.C.
O Antigo Egito foi uma civilização do Antigo Oriente Próximo do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as civilizações do Vale do Nilo, do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o Mar Mediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a oeste, o Deserto Oriental Africano a leste e a primeira catarata do Nilo a sul. Foi umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade.

A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 100 a.C. com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu nos três milênios seguintes. Desenvolveu-se historicamente em três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários. Atingiu seu auge no Império Novo (ca. 1550–1069 a.C.), uma era cosmopolita na qual, graças às campanhas militares do faraó Tutemés III, o Egito dominou uma área que se estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do Nilo, até o rio Eufrates, tendo entrado num lento declínio depois disso. O Egito foi dominado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 30 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou uma província, após a derrota da faraó Cleópatra (r. 51–30 a.C.) na Batalha de Alexandria.

A Pirâmide de Unas (em egípcio antigo: Nefer asut Unas, significando "Belos são os locais de Unas") é uma pirâmide egípcia de laterais lisas construída no século XXIV a.C. para o faraó Unas, o nono e último governante da Quinta Dinastia. É a menor das pirâmides do Império Antigo, porém mesmo assim importante devido à descoberta dos Textos das Pirâmides, feitiços para o pós-vida do faraó inscritos nas paredes das câmaras subterrâneas. Eles foram inscritos pela primeira vez na Pirâmide de Unas e isto tornou-se uma tradição repetida nas pirâmides de governantes posteriores até o final do Império Antigo e meados do Império Médio, quando derivaram-se nos Textos dos Sarcófagos e depois formaram a base para o Livro dos Mortos.

Unas construiu sua pirâmide entre os complexos de Tireis e Djoser em Sacará. Um longo passeio foi construído entre o templo do vale em um lago próximo a fim de criar uma conexão com o complexo. Esse passeio tinha paredes elaboradas cobertas com um teto que tinha uma fenda em uma seção para que a luz pudesse entrar, assim iluminando as imagens. Um uádi longo foi usado como caminho. O terreno era difícil de transacionar e continha edifícios antigos e superestruturas de tumbas. Estes foram derrubados e reaproveitados como base do passeio. Uma grande parte do passeio de Djoser foi reutilizada para aterro. Tumbas que estavam no caminho tiveram suas superestruturas demolidas e foram pavimentadas, preservando suas decorações. Duas tumbas da Segunda Dinastia, que acredita-se pertencerem a Boco, Queco e Binótris, estavam entre aquelas que ficaram sob o passeio. O local foi depois usado para vários enterros de oficiais da Quinta Dinastia, indivíduos da Décima Oitava à Vigésima Dinastias e uma coleção de monumentos da Época Baixa conhecidos como "tumbas persas".


Palmira (em aramaico: ܬܕܡܘܪܬܐ‎; romaniz.: Tedmurtā; em árabe: تدمر‎; romaniz.: Tadmor) foi uma antiga cidade semita, situada num oásis perto da atual cidade de Tadmor, na província de Homs, no centro da Síria, 215 km a nordeste da capital síria, Damasco. Fundada durante o Neolítico, a cidade foi documentada pela primeira vez no início do segundo milénio a.C. como uma paragem de caravanas que atravessavam o deserto Sírio. A cidade aparece nos anais dos reis assírios e é possível que seja mencionada na Bíblia hebraica. Foi incorporada no Império Selêucida (séculos IV a.C.I d.C.) e posteriormente no Império Romano, sob o qual prosperou.

A localização estratégica da cidade, aproximadamente a meio caminho entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates, fez dela num ponto de paragem obrigatório para muitas das caravanas que percorriam importantes rotas comerciais, nomeadamente a Rota da Seda. A riqueza da cidade possibilitou a edificação de estruturas monumentais. No século III a.C., Palmira era uma metrópole próspera e um centro regional, com um exército suficientemente poderoso para derrotar o Império Sassânida em 260, durante o reinado de Odenato, que foi assassinado em 267. Odenato foi sucedido pelos seus jovens filhos, sob a regência da rainha Zenóbia, que começou a invadir as províncias romanas orientais em 270. Os governantes palmirenos adotaram títulos imperiais em 271. O imperador Aureliano (r. 270–275) derrotou a cidade em 272 e destruiu-a em 273, na sequência de uma segunda rebelião fracassada. Palmira foi um centro de menor importância durante os períodos bizantino, Ortodoxo, omíada, abássida e mameluco e os seus vassalos. Os Timúridas destruíram-na em 1440 e a partir ficou reduzida a uma pequena aldeia, que pertenceu ao Império Otomano até 1918, depois ao Reino da Síria e ao Mandato Francês da Síria. O local da antiga cidade foi definitivamente abandonado em 1932, quando os últimos habitantes foram transferidos para a nova aldeia de Tadmur. As escavações sistemáticas e em larga escala das ruínas foram iniciadas em 1929. Em maio de 2015, Palmira ficou sob o controlo do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que destruiu vários monumentos da antiga cidade.


O saque de Amório (ou cerco de Amório ou queda de Amório) pelo Califado Abássida em meados de agosto de 838 foi um dos eventos mais importantes na longa história de conflitos entre bizantinos e árabes. A campanha abássida foi liderada pessoalmente pelo califa Almotácime (r. 833–842) em retaliação a uma campanha lançada pelo imperador bizantino Teófilo (r. 829–842) em território do Califado no ano anterior. Almotácime tinha como objetivo Amório (em latim: Amorium), uma cidade fortificada na parte ocidental da Ásia Menor (atual Anatólia), e cidade-natal da dinastia reinante bizantina e, na época, uma das maiores e mais importantes cidades do Império Bizantino. O califa conseguiu reunir um exército excepcionalmente grande e o dividiu em duas partes: uma delas penetrou profundamente em território bizantino na Ásia Menor enquanto que a outra, mais ao norte, derrotou as forças bizantinas lideradas por Teófilo na Batalha de Anzen. As tropas abássidas então convergiram para Ancira, que encontraram abandonada e, após saquear a cidade, o exército árabe marchou para o sul em direção a Amório, onde chegou em 1 de agosto. Confrontado por intrigas em Constantinopla e por uma revolta do grande contingente curramita no exército, Teófilo não conseguiu auxiliar a cidade.

Amório contava com poderosas fortificações e uma grande guarnição, mas um traidor revelou um ponto fraco nas muralhas, o que permitiu que os abássidas concentrassem ali seus ataques até conseguirem abrir uma brecha. Incapazes de romper as linhas do exército sitiante, o comandante daquela seção da muralha tentou, secretamente, negociar com o califa. Ele abandonou seu posto, o que deu uma vantagem aos árabes, que entraram na cidade e a capturaram. Amório foi sistematicamente destruída e jamais recuperou sua antiga prosperidade. Muitos de seus habitantes foram massacrados e o resto foi levado como escravo. A maior parte dos sobreviventes foi solta após uma trégua em 841, mas os oficiais mais importantes foram levados para a capital do califa em Samarra e executados após se recusarem a se converter ao islã. Eles são celebrados pela Igreja Ortodoxa como os 42 mártires de Amório.

Abu Muhammad Hasan al-Kharrat (em árabe: حسن الخراط Ḥassan al-Kharrāṭ; 1861–25 de dezembro de 1925) foi um dos principais comandantes rebeldes sírios da Grande Revolta Síria contra o Mandato Francês. Suas principais áreas de atividades estavam em Damasco e na região de Ghouta.

Em Damasco, como então qabaday (líder dos jovens locais) do bairro al-Shaghour, al-Kharrat juntou-se com Nasib al-Bakri, um nacionalista de uma das famílias mais influentes da área. Em gosto de 1925, via convite de Al-Bakri, al-Kharrat uniu-se à revolta, formando o grupo de combatentes de al-Shaghour e outros bairros nas imediações. Este liderou o ataque contra Damasco, capturando brevemente a residência do alto-comissário francês Maurice Sarrail, antes de ser retirado por meio de intensos bombardeios dos franceses.


Cirilo de Alexandria (c.375 ou 378444) foi Patriarca de Alexandria quando a cidade estava no auge de sua influência e poder no Império Romano. Um dos Padres gregos, Cirilo escreveu extensivamente e foi protagonista nas controvérsias cristológicas do final do século IV e do século V. Foi uma figura central no Primeiro Concílio de Éfeso, em 431, que levou à deposição do patriarca Nestório de Constantinopla. Ele é listado entre os Pais e os Doutores da Igreja, e, por sua reputação no mundo cristão, é conhecido como "Pilar da Fé" e "Selo de Todos os Pais". Entretanto, os bispos nestorianos no Segundo Concílio de Éfeso o declararam herético, rotulando-o como um "monstro, nascido e criado para a destruição da Igreja".
Efrém da Síria ou Efrém, o Sírio (em siríaco: ܐܦܪܝܡ ܣܘܪܝܝܐ; romaniz.: Mor/Mar Afrêm Sûryāyâ; em grego: Ἐφραίμ ὁ Σῦρος; romaniz.: Ephraem Syrus; c. 3069 de junho de 373) foi um prolífico compositor de hinos e teólogo do século IV, venerado por cristãos do mundo inteiro, especialmente pela Igreja Ortodoxa Síria, como um santo. Nascido em Nísibis, foi discípulo de Tiago de Nísibis na famosa escola da cidade.

Escapando do avanço do exército sassânida, fugiu para Edessa onde lecionou por muitos anos. Autor de uma grande variedade de hinos, poemas e sermões de exegese bíblica, em verso e em prosa. Suas obras são exemplos de uma teologia prática voltadas para defesa da igreja em tempos turbulentos e tornaram-se tão populares que, por séculos após a sua morte, autores cristãos escreveram centenas de trabalhos pseudepígrafes em seu nome.