O Anarquismo é a tentativa de erradicar a dominação. Isto inclui não apenas tais formas óbvias como o estado-nação, com o seu uso rotineiro de violência e a força da lei, e a empresa, com a sua irresponsabilidade institucionalizada, mas também tais formas internalizadas como a patriarquia, racismo, homofobia. É também a tentativa de expor a forma como a nossa filosofia, religião, economia, e outras construções ideológicas desempenham a sua função primária, que é a de racionalizar ou naturalizar - fazer parecer natural - a dominação que impregna a nossa forma de vida: a destruição do mundo natural ou dos povos indígenas, por exemplo, não provêm do resultado de decisões activamente feitas ou acções procuradas, mas em vez disso, assim nos convencemos a nós próprios, de uma manifestação de selecção Darwinista, ou vontade de Deus, ou exigência económica. Além disso, o Anarquismo é a tentativa de olhar até para aquelas partes do nosso dia-a-dia que aceitamos como dados, como parte do universo, para ver como elas, também, dominam-nos ou facilitam a nossa dominação de outros... Mais fundamentalmente, eu veria o Anarquismo como sinónimo de anti-autoritarismo.
John Zerzan, Running on Emptiness: The Pathology of Civilization