Pomba-do-cabo
Pomba-do-cabo | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Daption capense (Linnaeus, 1758) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Subespécies | |||||||||||||||
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A pomba-do-cabo (nome científico: Daption capense) é uma espécie de ave marinha que habita o hemisfério sul. É o único membro do gênero Daption.[3]
Durante a época de reprodução, as pombas-do-cabo se alimentam na plataforma da Antártida e durante o inverno vão mais ao norte, até Angola e as ilhas Galápagos. Procriam em muitas ilhas da Antártida e ilhas subantárticas, algumas indo até as Ilhas Auckland, as Ilhas Chatham e Ilha Campbell.
Taxonomia e etimologia
[editar | editar código-fonte]A pomba-do-cabo é o único membro conhecido do gênero Daption e, por sua vez, é membro da família Procellariidae e da ordem Procellariiformes. Parece haver um subgrupo dentro da família que consiste nos Macronectes, os membros do gênero Fulmar, o Thalassoica antarctica e o Pagodroma nivea.[4]
Todos os Procellariiformes compartilham certas características de identificação. Primeiro, possuem passagens nasais que se ligam ao bico superior, chamadas naricórnios. Produzem um óleo estomacal composto de ésteres de cera e triglicerídeos que é armazenado no proventrículo. Isso pode ser pulverizado para fora de suas bocas como uma defesa contra predadores e como uma fonte de alimento rica em energia para os jovens e adultos durante seus longos voos.[5] Por fim, possuem também uma glândula de sal que fica situada acima da passagem nasal e ajuda a dessalinizar seus corpos, devido à grande quantidade de água do mar que ingerem.[6]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]Há duas subespécies reconhecidas:
- Daption capense capense (Linnaeus, 1758) - ocorre na Antártida, nas ilhas subantárticas, da ilha Geórgia do Sul até a ilha Heard;
- Daption capense australe (Mathews, 1913) - ocorre na região que abrange os mares temperados até os mares antárticos entre a Australásia e a Antártida; também encontrada nas ilhas ao redor da Nova Zelândia.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Daption é derivado do grego antigo para "pequeno devorador", e o nome Cape é devido ao local onde o espécime-tipo foi coletado. Por fim, pintado é o espanhol de "pintado", por conta de sua plumagem. Um de seus outros nomes, pomba-do-cabo, é devido ao hábito de bicar a água para se alimentar.[2] A palavra petrel é derivada de São Pedro e da história de sua caminhada sobre as águas. Isso se refere ao hábito da espécie de aparentemente correr na água para decolar.[7]
Descrição
[editar | editar código-fonte]É um petrel de aparência única. Tem a cabeça e o pescoço pretos, o ventre e o peito brancos, e a parte inferior das asas é branca com uma borda preta. Suas costas e asas superiores são pintadas de preto e branco, assim como sua cauda, que também tem uma faixa preta. Quando totalmente crescidas, suas asas medem 86 cm (34 in) e têm 39 cm (15 in) de comprimento.[2][8]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]Dieta
[editar | editar código-fonte]Sua dieta é composta por 80% de crustáceos, peixes e lulas. O krill é o seu crustáceo favorito, o qual obtém por apreensão da superfície, bem como mergulhando debaixo d'água e filtrando-os.[2][8] Também são conhecidos por seguir navios e comer resíduos comestíveis e carcaças jogadas ao mar. São agressivos enquanto se alimentam e cospem óleo de estômago nos competidores, até mesmo da sua própria espécie.[2]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]É um pássaro colonial e nidifica em penhascos ou terreno plano a um quilômetro do oceano.[2] Tende a ter colônias menores do que outros petréis.[8] Seus ninhos são formados com seixos e são colocados sob uma rocha pendente para proteção,[2][8] ou em uma fenda.[8] Em novembro, coloca um único ovo claro transparente, que é incubado por 45 dias por ambos os sexos. O ovo geralmente mede 53 por 38 milímetros.[9] Defende seu ninho cuspindo óleo do estômago. Os mandriões, em particular, atacam ovos e filhotes da espécie. Após a eclosão, o filhote é chocado por dez dias até que possa se termorregular, e em seguida ambos os pais auxiliam na alimentação. Os filhotes emplumam depois de mais 45 dias, por volta de março.[2]
Alcance e habitat
[editar | editar código-fonte]Durante a época de reprodução, a pomba-do-cabo se alimenta em torno da plataforma da Antártida e, durante o inverno, variam mais ao norte, até Angola e as Ilhas Galápagos. Reproduz-se em muitas ilhas da Antártida e nas ilhas subantárticas, alguns indo até as Ilhas Auckland, as Ilhas Chatham e a Ilha Campbell. Seus principais criadouros estão na Península Antártica, Geórgia do Sul, nas Ilhas Balleny, nas Ilhas Kerguelen, bem como nas ilhas do Mar da Escócia.[2]
Conservação
[editar | editar código-fonte]Tem um intervalo de ocorrência de 146 000 000 km2 (56 370 915 sq mi), e uma estimativa de 2009 aferiu que existiam 2 milhões de aves adultas desta espécie. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) a classificou como "espécie pouco preocupante."[10]
Referências
- ↑ Brands, Sheila (15 Aug 2008a)
- ↑ a b c d e f g h i ZipCode Zoo (16 Jul 2009)
- ↑ Brooke, M. (2004). "Procellariidae". Albatrosses And Petrels Across The World. Oxford, UK: Oxford University Press. ISBN 0-19-850125-0.
- ↑ Tree of Life (27 Jun 2008)
- ↑ Double, M. C. (2003)
- ↑ Ehrlich, Paul R. (1988)
- ↑ Gotch, A. T. (1995)
- ↑ a b c d e Harrison, C. & Greensmith, A. (1993)
- ↑ Hauber, Mark E. (1 de agosto de 2014). The Book of Eggs: A Life-Size Guide to the Eggs of Six Hundred of the World's Bird Species. Chicago: University of Chicago Press. p. 41. ISBN 978-0-226-05781-1
- ↑ BirdLife International (2012)
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Brands, Sheila (15 de agosto de 2008). «Systema Naturae 2000 / Classification – Genus Daption-». Project: The Taxonomicon. Consultado em 22 de fevereiro de 2009 [ligação inativa]
- Brands, Sheila (15 de agosto de 2008). «Systema Naturae 2000 / Classification – Daption capense». Project: The Taxonomicon. Consultado em 22 de fevereiro de 2009. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2007
- Brooke, M. (2004). «Procellariidae». Albatrosses And Petrels Across The World. Oxford, UK: Oxford University Press. ISBN 0-19-850125-0
- Clements, James (2007). The Clements Checklist of the Birds of the World 6th ed. Ithaca, NY: Cornell University Press. ISBN 978-0-8014-4501-9
- Double, M. C. (2003). «Procellariiformes (Tubenosed Seabirds)». In: Hutchins, Michael; Jackson, Jerome A.; Bock, Walter J.; Olendorf, Donna. Grzimek's Animal Life Encyclopedia. 8 Birds I Tinamous and Ratites to Hoatzins. Joseph E. Trumpey, Chief Scientific Illustrator 2nd ed. Farmington Hills, MI: Gale Group. pp. 107–111. ISBN 0-7876-5784-0
- Ehrlich, Paul R.; Dobkin, David, S.; Wheye, Darryl (1988). The Birders Handbook First ed. New York, NY: Simon & Schuster. pp. 29–31. ISBN 0-671-65989-8
- Gotch, A. F. (1995) [1979]. «Albatrosses, Fulmars, Shearwaters, and Petrels». Latin Names Explained A Guide to the Scientific Classifications of Reptiles, Birds & Mammals. New York, NY: Facts on File. pp. 191–192. ISBN 0-8160-3377-3
- Harrison, C.; Greensmith, A. (1993). Bunting, E., ed. Birds of the World. New York, NY: Dorling Kindersley. p. 50. ISBN 1-56458-295-7
- Tree of Life (27 de junho de 2008). «Procellariidae. Shearwaters, Petrels». Tree of Life Web Project. Consultado em 18 de março de 2009
- Trewby, Mary (2002). Antarctica: an encyclopedia from Abbot Ice Shelf to zooplankton. Auckland, New Zealand: Firefly Books Ltd. p. 46. ISBN 1-55297-590-8
- ZipCode Zoo (3 de julho de 2009). «Daption capense australe (Snare Cape Pigeon)». BayScience Foundation. Consultado em 20 de julho de 2009. Cópia arquivada em 9 de junho de 2012