Paulo Adalberto Alves Ferreira
Paulo Ferreira | |
---|---|
Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul | |
Período | 2012 até 2014 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Paulo Adalberto Alves Ferreira |
Nascimento | 4 de fevereiro de 1959 (65 anos) Santiago, Rio Grande do Sul |
Morte | Brasileiro |
Progenitores | Mãe: Maria Alves Ferreira Pai: Juventil Marques Ferreira |
Cônjuge | Tereza Campello |
Partido | PT (1985-presente) |
Paulo Adalberto Alves Ferreira, conhecido como Paulo Ferreira ou Ferreira (Santiago do Boqueirão, 4 de fevereiro de 1959), é um político brasileiro, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), foi preso durante a Operação Custo Brasil. É filiado ao PT desde 1985.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Amigo de José Dirceu e próximo de Lula, apesar de gaúcho era parte do grupo dominado por paulistas que comanda o partido há décadas.[2] Esta confiança lhe fez ser o escolhido para tesoureiro do partido, na sucessão de Delúbio Soares no auge do escândalo do mensalão em 2005, permanecendo até o início de 2010, quando transmitiu o posto a João Vaccari Neto para investir em sua própria campanha eleitoral.[2]
Concorreu com o apelido de Ferreira à deputado federal nas eleições de 2010, gastando 1,48 milhão de reais, obtendo 1,29 por cento dos votos, ficando como suplente.[2][3] Assumiu, como suplente, o mandato de deputado federal, na Legislatura em 14 de março de 2012, afastando-se em 17 de março de 2014.[1] Foi vice-líder do PT na Câmara entre 27 de março de 2012 e 12 março de 2013.[1]
Concorreu novamente nas eleições de 2014, desta vez como Paulo Ferreira, gastou 1,3 milhão de reais, obtendo 0,74 por cento dos votos, novamente ficando como suplente.[4][2] Tendo arrecadado apenas 863 mil reais, dizia que era um "deputado com dívidas".[2] Sem mandato, ocupou cargos de confiança no congresso, como assessor de Sibá Machado.[2]
Se apresentou à Justiça e foi preso em junho de 2016, durante a Operação Custo Brasil que buscava desbaratar um esquema acusado de fraudar um serviço de gestão de crédito consignado a funcionários públicos.[5][2] De acordo com as investigações, a empresa contratada para o serviço, o Grupo Consist, cobrava mais do que deveria e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos.[6] A propina paga entre 2009 e 2015 teria chegado a cerca de 100 milhões de reais.[6]
Paulo Ferreira permaneceu na cadeia, após ser determinada sua prisão na Operação Abismo, réu no processo que apura irregularidades nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.[7] As investigações apontaram que Paulo Ferreira utilizou uma madrinha de bateria, um cantor de escola de samba e seus próprios filhos como destinatários de dinheiro sujo do esquema.[8] Amigos de Ferreira na escola de samba Estado Maior da Restinga receberam depósitos de dinheiro que, segundo o Ministério Público, tinam origem na propina cobrada de empreiteiras que participavam de obras no Cenpes.[8] Paulo Ferreira financiou escolas de samba de Porto Alegre e blogs e em troca recebia matérias elogiosas a sua atuação no universo do carnaval e homenagens, apelidado “O Rei do carnaval” foi até enredo da escola de samba Academia de Samba Praiana em Porto Alegre.[9]
Detido no presídio de Tremembé foi libertado em fevereiro de 2017, depois de ter pago parcialmente a fiança de 200 mil reais.[7]
Foi citado na delação do ex-executivo do grupo Odebrecht (atual Novonor), Alexandrino de Alencar por receber 200 mil reais de doação via caixa dois para a campanha eleitoral de 2010. O repasse, além do pretexto da campanha, teria sido para manter um bom relacionamento com Tereza Campello, esposa de Paulo Ferreira e uma das coordenadoras do gabinete de Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil do Governo Lula.[10] Tereza foi depois ministra do Desenvolvimento Social durante o governo Dilma.[10]
Referências
- ↑ a b c «Página de Paulo Ferreira na Câmara Federal». Câmara dos Deputados. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ a b c d e f g Guilherme Mazui (4 de julho de 2016). «PT "esquece" ex-deputado gaúcho preso na Operação Custo Brasil». ZH Notícias. clicrbs. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ Fernando Rodrigues. «Ferreira (2010)». Políticos do Brasil. UOL Notícias. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ Fernando Rodrigues. «Paulo Ferreira (2010)». Políticos do Brasil. UOL Notícias
- ↑ «Justiça aceita denúncia e ex-ministro Paulo Bernardo vira réu». G1 São Paulo. globo.com. 4 de agosto de 2016. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ a b «Saiba quais são os alvos da Operação Custo Brasil». G1. Globo. 23 de junho de 2016. Consultado em 24 de junho de 2016
- ↑ a b Alana Fonseca e Thais Kaniak (2 de fevereiro de 2017). «Moro manda soltar ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, preso na Lava Jato». G1 Paraná RPC. globo.com. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ a b Reinaldo Azevedo (4 de julho de 2016). «Madrinha de bateria, cantor e filhos de ex-tesoureiro do PT receberam propina». Blog Reinaldo Azevedo. Veja. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ Cleide Carvalho e Ricardo Onofre (4 de julho de 2016). «Propina a ex-tesoureiro do PT teve até pagamento a blog e escola de samba, afirma Lava-Jato». O Globo. globo.com. Consultado em 14 de maio de 2017
- ↑ a b «Delações da Odebrecht: Paulo Ferreira é suspeito de receber R$ 200 mil para campanha em 2010». G1 Rio Grande do Sul. Globo.com. Consultado em 14 de maio de 2017