Passos de Ovar
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As Capelas dos Passos, também referidas como os Passos de Ovar ou Passos da Via Sacra de Ovar, são um conjunto de sete capelas tardo-setecentistas localizadas na freguesia de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã, da cidade e município de Ovar, distrito de Aveiro, em Portugal.[1]
Encontram-se classificadas como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 37.450, publicado no DG nº 129, de 16 de junho de 1946.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Trata-se de um conjunto exemplar de arquitetura religiosa ovarense, constituído por sete capelas edificadas no século XVIII, ligadas às cerimónias da Quaresma.
A devoção dos Passos de Ovar vem da primeira metade do século XV. Desde a fundação da Casa da Feira, em 1452, os seus titulares deram grande proteção à Irmandade dos Passos e, aos mesmos, deve-se a organização e aprovação da Instituição, como testemunham os estatutos da Confraria, reformados em 11 de setembro de 1727, onde se recorda:
- "E porque esta Irmandade foi erigida com a protecção dos Condes da Feira, que de presente se acham extintos, no caso que pelo decurso do tempo tornem a haver na Casa da Feira, os Irmãos da Mesa serão obrigados a oferecer à sua ilustre protecção esta Irmandade que era costume eleger para protectores dela aos sobreditos Condes; e isto no caso que haja Conde no Castelo e Casa da Feira, ficando sempre em seu vigor a forma da eleição e o mais disposto nos Estatutos."
As atuais capelas, em pedra e cal, foram edificadas entre 1747, ano em que foi concedido pelo rei o imposto de um real em cada quartilho de vinho que se vendesse em Ovar e seus termos, e concluídas em 1755, substituindo as anteriores, de madeira.
O percurso simboliza os Passos da Paixão de Cristo, representados em composições retabulares nas várias capelas. Inicia-se na Igreja Matriz de São Cristóvão, e prossegue por outros cinco nichos na zona histórica da cidade, terminando na Capela do Calvário, de maiores dimensões e precedida por uma ampla escadaria.
O Papa Inocêncio X concedeu-lhes graças e privilégios em 23 de novembro de 1840, o mesmo o fazendo o Papa Gregório XVI, a 8 de abril de 1892.
Características
[editar | editar código-fonte]As capelas, de programa construtivo e decorativo rococó, apresentam uma grande depuração e unidade estilística. Espalhadas pela cidade, são elas:
- Passo do Horto / Capela do Passo do Pretório (no interior da Igreja Matriz de Ovar);
- Passo da Queda / Passo do Horto (na rua Alexandre Herculano, junto ao edifício do Tribunal);
- Passo do Encontro (na rua Alexandre Herculano);
- Passo do Cireneu (no largo dos Bombeiros Velhos);
- Passo de Verónica (na praça da República);
- Passo das Filhas de Jerusalém (no largo Mouzinho de Albuquerque);
- Passo do Calvário (no largo dos Combatentes).
As figuras, em puro castanho, foram pintadas pelo mestre António José Pintor, artista natural da freguesia de Válega, a quem o Provedor de Esgueira recomendou se esmerasse na pintura.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Passos de Ovar na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural