Parque Estadual de Ilhabela
Parque Estadual de Ilhabela | |
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Categoria II da IUCN (Parque Nacional) | |
Vista geral do panorama da ilha, com a zona do parque ao fundo | |
Localização | |
País | Brasil |
Estado | São Paulo |
Mesorregião | Vale do Paraíba Paulista |
Microrregião | Caraguatatuba |
Localidade mais próxima | Ilhabela |
Dados | |
Área | [1] | 29 317,99 hectares (293,2 km2)
Criação | 20 de janeiro de 1977 (47 anos)[2][3] |
Gestão | Fundação Florestal[1] |
Coordenadas | |
O Parque Estadual de Ilhabela (PEIb) localiza-se no município-arquipélago marinho de Ilhabela, estado brasileiro de São Paulo. Foi criado em 20 de janeiro de 1977 através do decreto estadual nº 9.414 e apresenta área de 27,025 ha,[1] o que corresponde a cerca de 85% do território abrangido por esse arquipélago.
Além da fauna e flora, o PEIb abriga oito dos dezoito núcleos de comunidades tradicionais caiçaras de Ilhabela.
Objetivos
[editar | editar código-fonte]O PEIb tem como objetivo garantir a proteção dos remanescentes da Mata Atlântica que, por ser um dos biomas mais ameaçados do planeta, foi declarada reserva da biosfera pela Unesco.
História
[editar | editar código-fonte]Foi criado em 20 de janeiro de 1977 através do decreto estadual nº 9.414 após pedido da Sociedade Brasileira de Silvicultura, que enviou ao então governador um estudo técnico para a criação de uma reserva florestal.[4]
O parque, que nasceu com uma proposta de priorizar a fiscalização ambiental, nasceu com uma equipe de cinco funcionários, sendo quatro vigilantes e um administrador. Até 1996, a infraestrutura física se resumia a um escritório e uma casa para funcionários. Em 1994, chegaram mais onze funcionários operacionais e administrativos, mas o parque ainda carecia de melhores recursos financeiros e tecnológicos.[4]
No segundo semestre daquele ano, o parque foi escolhido para ser o projeto piloto do Projeto de Preservação da Mata Atlântica (PPMA), em cooperação com o governo da Alemanha. Com os recursos advindos da parceria, foi possível adquirir veículos e equipamentos necessários para melhorar as ações no local.[4]
Em 2004, foi criado o Conselho Consultivo, formado por representantes das autoridades competentes e da sociedade civil. Em 2006, foi formada uma Câmara Técnica de Ecoturismo para acompanhar o Projeto de Desenvolvimento do Ecoturismo na Mata Atlântica (SMA/BID). Mais tarde, em 2007, nasceram mais duas Câmaras Técnicas: Comunidades Tradicionais e Estrada dos Castelhanos. A primeira câmara foi reestruturada e passou a discutir a estruturação e fomento do ecoturismo em Ilhabela. A tal câmara passou a fazer parte do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) em 2011.[4]
Abrangência
[editar | editar código-fonte]Os limites do PEIb são estabelecidos por cotas altimétricas e inclui toda a região da Ilha de São Sebastião voltada para o Canal de São Sebastião, entre as pontas das Canas e da Sela.[5]
Tal limite é estabelecido pela cota altimétrica (200 metros de altitude). Toda a área acima dessa cota de altitude, portanto, pertence ao PEIb. Entre a ponta das Canas e a praia dos Castelhanos (na baia dos Castelhanos), o limite do PEIb se encontra na cota 100, o mesmo acontecendo no trecho da ilha que fica entre a ponta da Sela e a praia da Indaiaúba (na enseada das Enchovas). Entre as praias da Indaiaúba e da Figueira (abrangendo toda a península do Boi) o limite do parque se estende até o nível do mar.
Todas as demais ilhas e ilhotas do arquipélago de Ilhabela pertencem à área abrangida pelo PEIb, cuja administração é realizada pela Fundação Florestal, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Biodiversidade
[editar | editar código-fonte]Flora
[editar | editar código-fonte]O parque é predominantemente tomado pela Mata Atlântica, especificamente pela floresta ombrófila densa de terras baixas, florestas montanas, altomontanas e submontanas, entre outras. Até 2015, haviam sido catalogadas 131 famílias de espécies de fanerógamas, 364 gêneros e 642 espécies; assim, o parque contém 66% das famílias, 26% dos gêneros e 9% das espécies de fanerógamas do estado de São Paulo.[6]
Dentro das dezenas de espécimes da flora podemos destacar jequitibás, jatobás, o guapuruvus, o cedros, louro-pardos, bicuibas, figueiras, canela-moscadas, pau-d’alhos, pau d’arcos e ipês branco, amarelo e roxo.
Por possuir áreas de difícil acesso, o arquipélago de Ilhabela serve também como refúgio para inúmeras espécies de aves migratórias que lá encontram pousada e alimento, durante o intervalo de grandes jornadas que realizam todos os anos.
Fauna
[editar | editar código-fonte]Até 2015, haviam sido identificadas 459 espécies de vertebrados, sendo 51 são mamíferos, 314 aves, 41 anfíbios, 44 répteis, (sendo 5 marinhos) e 37 peixes[7], sendo 14 de água doce. 40 dessas espécies estão ameaçadas de extinção (7 mamíferos, 31 aves, 1 réptil e 1 anfíbio).[6]
Mamíferos como macaco-prego, jaguatirica e paca ainda são vistos, embora muito raramente. O caxinguelê, por outro lado, é bastante comum. Tucanos, maritacas, tiê-sangues, macucos, gaviões-pega-macacos, apuins-de-cauda-amarela, jacus e jacutingas, entre outros, compõem a avifauna do parque.
O cururuá é uma espécie de roedor endêmica da Ilha de São Sebastião e está ameaçado de extinção, não havendo nenhum dado preciso sobre o número de espécimes ainda encontrados na natureza.
As cinco espécies de tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil (Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Caretta caretta, Lepidochelys olivacea e Dermochelys coriacea) passam costumeiramente pelo arquipélago em busca de alimentos, tornando-as vulneráveis às atividades de pesca, pois acabam capturadas juntamente a peixes.[8] Outras espécies migratórias também passam pela ilha, como toninhas e botos.[8]
Referências
- ↑ a b c Parque Estadual de Ilhabel. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente. Página visitada em 29 de janeiro de 2014.
- ↑ Parque Estadual de Ilhabela. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente (Relatório Completo). Página visitada em 29 de janeiro de 2014.
- ↑ «Decreto nº 9.414, de 20 de janeiro de 1977». Cria o Parque Estadual de Ilhabela e dá providências correlatas. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. 20 de janeiro de 1977. Consultado em 29 de janeiro de 2014
- ↑ a b c d Plano de Manejo (resumo executivo) 2015, p. 59.
- ↑ Plano de Manejo (resumo executivo) 2015, p. 44.
- ↑ a b Plano de Manejo (resumo executivo) 2015, p. 41.
- ↑ Plano de Manejo (resumo executivo) 2015, p. 49.
- ↑ a b Plano de Manejo (resumo executivo) 2015, p. 50.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Parque Estadual de Ilhabela - Plano de Manejo - Resumo Executivo (PDF) (Relatório). Fundação Florestal/Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. Dezembro de 2015. Consultado em 17 de outubro de 2020