Palácio da Justiça (Lisboa)
O Palácio da Justiça de Lisboa é um complexo de edifícios judiciais localizado na Rua Marquês de Fronteira, Lisboa, Portugal. Tendo sido inaugurado em 1970, atualmente alberga vários dos juízos e outros órgãos do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, bem como serviços do Ministério Público.
Arquitetura
[editar | editar código-fonte]O edifício, de estilo brutalista, foi projetado pelos arquitetos Januário Godinho e João Andresen em 1962. As obras começaram em 1966 a cargo da empresa Edifer[1] e foram concluídas seis meses antes da data prevista. Do plano original que incluía quatro edifícios, foram construídos apenas os dos então tribunais Cível e de Polícia. À data da inauguração foram instalados, no edifício do Tribunal Cível, os serviços de 15 juízos cíveis e 7 varas cíveis, constituindo 22 núcleos.
História
[editar | editar código-fonte]A vontade de construir um Palácio da Justiça em Lisboa remonta a 13 de Agosto de 1926, data da portaria que cria uma comissão destinada ao estudo do projeto. Em 1927 sai a portaria nomeando os arquitetos Adães Bermudes e Leonel Gaia, como vogais da comissão de obras do Palácio da Justiça de Lisboa.[2]
Em 1967, o arquiteto Raul Lino ficou responsável pela coordenação de uma comissão artística com vista à inclusão de obras de arte neste novo equipamento que se teria de articular com a equipa de arquitetura. Para o pórtico de entrada, após uma sugestão de Raul Lino, foi atribuída a obra a três ceramistas: a Jorge Barradas foi destinada a concepção de quatro painéis, executados em 1969, intitulados "A Justiça", "O Juiz de Fora", "O Código" e "A Balança"; a Júlio Resende, seis painéis, alusivos à "Sapiência", "Verdade", "Fortaleza", "Serenidade", "Temperança" e "Prudência"; e a Querubim Lapa, seis painéis, intitulados "Adão e Eva expulsos do Paraíso", "o Direito que possibilita a Paz entre os Homens e a suas glórias", "Criação de um Código", "a prática da Justiça apoiada no Direito", "Esprito da Ordem" e "Temperança".[3] Por sua vez o arquitecto José Luís Cruz da Silva Amorim ficou responsável pelos estudos relativos ao mobiliário fixo e respectivos acertos arquitectónicos, bem como ao equipamento de mobiliário móvel[4][5]. Quem fez os ascensores foi a Sociedade portuguesa dos ascensores Schindler, Lda.[6]
Ocupação atual
[editar | editar código-fonte]O Palácio da Justiça alberga atualmente as seguintes unidades:
- Juízo Central Cível de Lisboa
- Juízo de Comércio de Lisboa
- Juízo do Trabalho de Lisboa
- Juízo Local Cível de Lisboa
- Unidade Central de Lisboa
- Procuradoria da República da Comarca de Lisboa
- Coordenação da Procuradoria da República
- Procuradoria do Juízo do Comércio de Lisboa
- Procuradoria do Juízo do Trabalho de Lisboa
- Tribunais
- Procuradoria da República do Tribunal Marítimo
- Tribunal da Propriedade Intelectual
- Procuradoria da República do Tribunal da Propriedade Intelectual
Referências
- ↑ História da Edifer no sítio da empresa
- ↑ Sistema de Informação para o Património Arquitectónico - Forte de Sacavém (27 Julho de 2011). «Palácio da Justiça de Lisboa». www.monumentos.pt. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ Ana Almeida (13 de Setembro de 2012). «O azulejo em Portugal nas décadas de 1950 e 1960 - Influência brasileira e especificidades locais». Vitruvius. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ «Palácio da Justiça de Lisboa». Restos de Coleção. 31 de Janeiro de 2012. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ «Decreto n.º 48106 (Autoriza a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a celebrar contrato para os estudos relativos ao mobiliário fixo a ligar à construção civil e respectivos acertos arquitectónicos e ao equipamento de mobiliário móvel dos tribunais cíveis do Palácio de Justiça de Lisboa)» (PDF). Diário da Republica 288/67 SÉRIE I. 13 de Dezembro de 1967. Consultado em 11 de janeiro de 2014
- ↑ «Decreto n.º 47894 (Autoriza a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais a celebrar contrato com para execução do fornecimento e montagem com a Sociedade Portuguesa dos Ascensores Schindler, Lda)» (PDF). Diário da Republica 206/67 SÉRIE I. 4 de Setembro de 1967. Consultado em 11 de janeiro de 2014[ligação inativa]