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Nutracêutica

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Sementes de Chia são tidos como ricas fontes de minerais, aminoácidos essenciais e ômega 3.

Nutracêutica é considerada por alguns como uma nova disciplina científica (por enquanto, o termo é mais utilizado em marketing que pela comunidade científica no seu todo), resulta da combinação dos termos "nutrição" e "farmacêutica" e estuda os componentes fitoquímicos presentes nas frutas, legumes, vegetais e cereais, dispondo-se a investigar as ervas, folhas, raízes (Plantas Medicinais) e cascas de árvores para descobrir seus benefícios à saúde e possíveis curas de doenças. O termo foi criado por Stephen DeFelice em 1989.

O termo nutracêutico vem da junção entre nutriente e farmacêutico, sendo definido como alimentos ou parte de alimentos que apresentam benefícios à saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Podem variar de nutrientes isolados, diferentes tipos de dietas, suplementos dietéticos, alimentos geneticamente modificados, produtos plant-based, produtos processados (cereais, sopas e bebidas) e entre outros.[1][2]

Seu objetivo principal é ser uma alternativa terapêutica ao fornecerem benefícios para uma melhora do estado nutricional e de saúde dos indivíduos atuando principalmente no balanceamento da microbiota intestinal. Porém, estudos comprovam que seu uso exagerado e sem acompanhamento especializado pode acarretar riscos ao corpo humano, como intoxicações, resistência a antibióticos pelo uso de probióticos ou distúrbios gastrointestinais como flatulência e cólica pelo uso de prebióticos[3] [4]

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não reconhece o termo “nutracêutico”, porém a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n°243 de 2018 apresenta a definição de substâncias bioativas, na qual é a que mais se aproxima da definição de nutracêuticos, isto é: “nutriente ou não nutriente consumido normalmente como componente de um alimento, que possui ação metabólica ou fisiológica específica no organismo humano”.[5]

Os nutracêuticos foram vistos pela primeira vez em 1989 pela Foundation for Innovation in Medicine (Nova Iorque, EUA) para dar nome a essa área de pesquisa biomédica.[4]

Os nutracêuticos nutritivos selecionados na época foram: fibra dietética, ácidos graxos poliinsaturados (como o óleo de peixe), proteínas, peptídeos, aminoácidos e cetoácidos, minerais, vitaminas antioxidantes e outros tipos de antioxidantes (glutationa, selen, etc.). Os pesquisadores aprofundaram em cada substância, para que assim conseguissem obter mais informações e evoluíssem rapidamente.

Um exemplo de componente nutracêutico que sofreu muitas transformações é a fibra alimentar, na qual no século XVII a palavra foi usada para as substâncias de origem vegetal, já no século XVIII, foi relacionada com a qualidade alimentar. Com as pesquisas, em 1976 desenvolveram técnicas para determinar a sua quantidade nos alimentos, mas em 1985 reconheceram o primeiro método oficial. E, por fim, somente em 2008 que se definiu a fibra alimentar. Ademais, no período hodierno elas são relacionadas com a produção de suplementos prebióticos, que auxiliam na melhoria do trato gastrointestinal.[6]

Em 2002, os nutracêuticos representavam um segmento de rápido crescimento da indústria de alimentos, em que o mercado estava estimado em U$30 bilhões, crescendo 5% ao ano. Atualmente, o mercado de nutracêutico na América do Norte foi projetado para registrar um CAGR de 6,4% de 2020 a 2025.[7]

Além disso, os profissionais de saúde consideram a prevenção e o tratamento com nutracêuticos como um instrumento na manutenção da saúde e para atuar contra algumas das doenças mais emergentes no mundo, como a obesidade e diabetes, promovendo assim uma boa saúde, maior tempo e qualidade de vida.[8]

Classificação

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Os nutracêuticos podem ser classificados em três categorias principais: fonte alimentar, propriedade funcional e natureza química.[3]

Termos Correlatos

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A principal diferença entre estes termos está na sua obtenção. Os nutracêuticos, por exemplo, são obtidos a partir do alimento, como o licopeno obtido do tomate, e que se apresenta na forma de cápsula. Já o suplemento alimentar é uma mistura de substâncias isoladas que juntas incorporam ao organismo os micronutrientes que estão em deficiência.[11]

Referências

  1. ANDLAUER, W.; FÜRST, P. Nutraceuticals: a piece of history, present status and outlook. Food Research International, Stuttgart, v. 35, n. 2-3, p. 171-176, 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0963-9969(01)00179-X>. Acesso em: 04/07/2022.
  2. DEFELICE, S. L. The nutraceutical initiative: a recommendation for U.S. economic and regulatory reforms. Genetic Engineering New, v. 12, n. 5, p. 13-15, Nova Iorque, 1992. Disponível em: <https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=US9183311>. Acesso em: 04/07/2022.
  3. a b c d GOMES, A. S.; MAGNUS, K.; SOUZA, A. H. Riscos e benefícios do uso de nutracêuticos para a promoção da saúde. Revista Saúde e Desenvolvimento, Curitiba, v. 11, n. 9, p. 57-75, 2017. Disponível em: <https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/778> . Acesso em: 06/07/2022
  4. a b MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, Passo Fundo, v. 3, n. 2, p. 109-122, 2006. Acesso em: 07/07/2022.
  5. a b BRASIL, Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n°243, de 26 de julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jul. 2018. Seção 1, p. 100. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34379969/do1-2018-07-27-resolucao-da-diretoria-colegiada-rdc-n-243-de-26-de-julho-de-2018-34379917>. Acesso em: 05/07/2022.
  6. SIQUEIRA, A. et al. Análise de fibra alimentar: um breve histórico. Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 2, 2017. Disponível em: <http://periodicos.ufc.br/eu/article/view/30602>. Acesso em: 05/07/2022.
  7. MORDORINTELLIGENCE.COM. Mordor Intelligence. Hyderabad, c2022. Disponível em: <https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/north-america-nutraceutical-market#>. Acesso em: 04/07/2022.
  8. SANTOS, J. R. M. P. dos; ALBERT, A. L. M.; LEANDRO, K. C. Importância de uma regulamentação específica com as definições e classificações dos produtos comercializados como suplementos alimentares, alimentos funcionais e nutracêuticos. Revista de Direito Sanitário, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 54-57, nov. 2018/fev. 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2316-9044.v19i3p54-67>. Acesso em: 04/07/2022.
  9. ANDRADE, V. L. A. et al. Obesidade e microbiota intestinal. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 25, n. 4, p. 583-589, 2015. Disponível em: <http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1875>. Acesso em: 07/07/2022.
  10. BRASIL, Ministério da Saúde. Alimentos funcionais. Biblioteca Virtual em Saúde, 2009. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/alimento-funcionais/>. Data de acesso: 06/07/2022.
  11. BISSON, M. P. Nutracêutica clínica, estética, esportiva e prescrição de fitoterápicos - Barueri, SP: Manole, 2020.