Armênia (província do Império Sassânida)
Parskahayastan Պարսկահայաստան Armênia persa | |||||
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Província do(a) Império Sassânida | |||||
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Armênia persa, 387-591 | |||||
Capital | Dúbio | ||||
Líder | Marzobã | ||||
Período | Antiguidade Tardia/Idade Média | ||||
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Armênia (em persa médio: 𐭠𐭫𐭬𐭭𐭩, Armin) ou Persarmênia (em armênio/arménio: Պարսկահայաստան; romaniz.: Parskahayastan), era província do Império Sassânida. O Reino da Armênia esteve sob suserania persa desde 252, no reinado do xá Sapor I (r. 240–270). Em 287, sob Narses I (r. 270–287), a dinastia arsácida é restaurada sob Tirídates III. Em 387, o imperador Teodósio I (r. 378–395) e Sapor III (r. 383–388) assinam a Paz de Acilisena segundo a qual o Reino da Armênia seria repartido entre o Império Romano e o Império Sassânida; a porção romana torna-se uma província após a morte do rei Ársaces III, enquanto a porção sassânida continuou a existir como um reino vassalo até 428, quando Artaxias IV é deposto e a dinastia é abolida pelo xá Vararanes V (r. 420–438).
A deposição do rei foi peticionada pela nobreza armênia e Vararanes nomeou Vemir-Sapor como marzobã do país (governador fronteiriço), o que iniciou o chamado Marzobanato da Armênia (em armênio/arménio: Մարզպանական Հայաստան; romaniz.: Marzpanakan Hayastan), um período no qual marzobãs, nomeados pelo xá, governaram a Armênia Oriental, em oposição a Armênia Ocidental, governada por príncipes armênios, e depois governadores, sob suserania do Império Bizantino. Esse período se encerra com a conquista muçulmana da Armênia no século VII e a criação do Emirado da Armênia sob suserania do Califado Ortodoxo.
História
[editar | editar código-fonte]Durante o reinado do imperador Teodósio I (r. 378–395), provavelmente em 387, o Império Romano, na tentativa de firmar uma paz definitiva com Sapor III (r. 383–388) do Império Sassânida, oficialmente dividiu o Reino da Armênia em duas na Paz de Acilisena, cada parte governada por um rei cliente.[1][2] Após a morte de Ársaces III (r. 378–389),[a] o rei cliente romano, a monarquia da porção romana foi abolida e a região redividida em várias províncias. Na porção persa, contudo, a monarquia persistiria até 428, quando Artaxias IV (r. 422–428) foi destronado pelo xá Vararanes V (r. 420–438).[3][4]
Os cadetes da família, por segurança, emigraram ao Império Bizantino.[5] Para governar a Armênia, os reis sassânidas nomearam governadores, ou marzobãs, geralmente escolhidos entre os nobres armênios. Este sistema duraria até o século VII. O imperador Heráclio (r. 610–641), ao travar sua guerra contra o Império Sassânida, conquista porções da Armênia em 627. Em 646, o título de marzobã foi transformado em príncipe e Constante II (r. 641–668) conservou o direito de nomeá-los.[6][7]
Governantes
[editar | editar código-fonte]Reis vassalos
[editar | editar código-fonte]- Hormisda I (r. 252–270)
- Narses I (r. 270–287)
- Cosroes IV (r. 387–392)
- Vararanes Sapor (r. 392–414)
- Sapor I (r. 415–420)
- Artaxias IV (r. 420–428)
Marzobãs
[editar | editar código-fonte]- Vemir-Sapor (428–442)
- Vasaces I (442–452)
- Adur Hormisda (Adrormisda) (452–465)
- Adar Gusnaspe (465–481)
- Isaque II Bagratúnio (481–482)
- Sapor Mirranes (482)
- Vaanes I Mamicônio (provisório) (482–483)
- Zarmir, o Azarapates (ocupação militar) 483
- Sapor de Rei (483–484)
- Vaanes I Mamicônio (segunda vez) (484–505/510)
- Bardas Mamicônio (irmão) 505/510-509/514
- marzobãs desconhecidos (509/514–518)
- Mecécio I Genúnio (518–548)
- Gusnaspe Vararanes (548/552–552/554)
- Tamsapor (552/554–560)
- Varasdates (560–564)
- Surena (564–572)
- Vardanes Vesnaspe (572–573)
- Glones Mirranes (573–575) (580?)
- Tamcosroes (577–579)
- Varaz Vezur (579)
- Palave (579–586)
- Afraates (586–590)
- Fraortes (590–591)
- Musel II Mamicônio (591)
- Fraortes (segunda vez) (591–592)
- Vários governadores (592–605)
- Simbácio IV Bagratúnio (599–607)/(604–611 ou 616/7)
- Saíno (611–613) (como pagospano)
- Xaraiempete (611–613) (como marzobã)
- Parsenasdates (613)
- Governador(es) desconhecido(s) (613–616)
- Nandar Gusnaspe (616–619)
- Sarablangas (619–624)
- Razates (624–627)
- Basterotes II Bagratúnio (628–634) (porção persa)
- Mecécio II Genúnio (628–635/637) (porção bizantina)
- Davi Sarones (635/637–638/640)
- Teodoro Restúnio (638/640–653)
- Basterotes II Bagratúnio (645/646)
- Possíveis marzobãs
- Vaanes III Camsaracano (por 10 anos)[8]
- Tigranes I Mamicônio[8]
Notas
[editar | editar código-fonte]- [a] ^ Não há consenso entre as fontes para o fim do reinado de Ársaces III, havendo três datas defendidas: 387,[9] 389[10][11] e 390.[12]
Referências
- ↑ Greatrex 2000.
- ↑ Woods 1999.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 233-224 (VI.i.265-267).
- ↑ Yarshater 1983, p. LVIII; 142; 145; 518; 529.
- ↑ Settipani 2006, p. 106-130.
- ↑ Lilie 2013.
- ↑ Martindale 1992, p. 1283.
- ↑ a b Bedrosian 1985, História.
- ↑ Lenski 2002, p. 185.
- ↑ Hacikyan 2000, p. 184.
- ↑ Kurkjian 2008, p. 113.
- ↑ Adalian 2010, p. 177.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Adalian, Rouben Paul (2010). Historical Dictionary of Armenia. Lanham, Marilândia: Scarecrow Press. ISBN 0810874504
- Bedrosian, Robert (1985). «John Mamikonean's History of Taron». Nova Iorque
- Dédéyan, Gérard (2007). Histoire du peuple arménien. Tolosa: Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Greatrex, Geoffrey B. (2000). The Background and Aftermath of the Partition of Armenia in A.D. 387. The Ancient History Bulletin. 14. [S.l.: s.n.]
- Hacikyan, Agop Jack (2000). The Heritage of Armenian Literature: From the Oral Tradition to the Golden Age. Detroit: Wayne State University. ISBN 0-8143-3023-1
- Kurkjian, Vahan M. (2008). A History of Armenia. Los Angeles: Indo-European Publishing. ISBN 1604440120
- Lenski, Noel Emmanuel (2002). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 978-0-520-23332-4
- Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). «#7298 Theodoros; #7293 Theodoros Rštuni». Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt
- Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Theodorus Rshtuni 167». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs. Les princes caucasiens et l'Empire du vie au ixe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Woods, David (1999). «Theodosius I (379-395 A.D.)». University College of Cork. Consultado em 16 de dezembro de 2015
- Yarshater, E. (1983). The Cambridge History of Iran. 3 (I). Cambridge: Cambridge University Press