Lucas 19
Evangelho segundo Lucas |
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Lucas 19 é o décimo-nono capítulo do Evangelho de Lucas no Novo Testamento da Bíblia. Ele reconta os últimos dias de Jesus antes de sua chegada a Jerusalém, o início de sua Paixão, inclusive os primeiros eventos já na cidade.[1][2]
Zaqueu
[editar | editar código-fonte]Zaqueu era o principal publicano em Jericó e só foi mencionado em Lucas (Lucas 19:1–10). Ele era um descendente de Abraão e um dos principais exemplos da missão pessoal terrena de Jesus de salvar os perdidos,[3] principalmente por que os publicanos eram considerados traidores por trabalharem para as autoridades romanas e não para a comunidade judaica, geralmente de forma bastante corrupta.
No trecho, Zaqueu sobe numa árvore para ver Jesus, que pede-lhe que desça, pois vai se hospedar em sua casa. O gesto provocou uma grande comoção, pois Jesus hospedar-se-ia na casa de um "pecador". Emocionado, o publicano doou metade de seus bens e se comprometeu a retribuir os que havia prejudicado. A resposta de Jesus foi:
“ | «Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto este também é filho de Abraão; porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.» (Lucas 19:9–10) | ” |
Parábola das Minas
[editar | editar código-fonte]Esta parábola, conhecida também como "Parábola dos Talentos", aparece em Lucas 19:11–27 (onde se usa o termo "minas") e em Mateus 25 (Mateus 25:14–30), usando o termo "talentos"). A diferença entre as duas versões é substancial.[4] Tradicionalmente, ela tem sido vista como uma exortação aos discípulos a usar seus dons dados por Deus a serviço de Deus e a assumir riscos pela causa do Reino de Deus.[4] Estes dons incluem habilidades pessoais ("talentos" no sentido usual), bem como a riqueza pessoal ("talentos" como unidade monetária).[4] A não utilização dos talentos, a parábola sugere, irá resultar em julgamento.[4]
Entrada triunfal em Jerusalém
[editar | editar código-fonte]Este é um evento da vida de Jesus, já no final do final de seu ministério, que é relatado pelos quatro evangelhos canônicos: em Lucas 19:28–40, Mateus 21 (Mateus 21:1–9), Marcos 11 (Marcos 11:1–10) e João 12 (João 12:12–15). A entrada marca o início do período conhecido como Paixão, que culminará com a crucificação e ressurreição de Jesus.[5][6][7][8]
Em Lucas, depois de passar por Betfagé e Betânia, já no Monte das Oliveiras, Jesus conseguiu, com a ajuda de seus discípulos, um jumentinho e forrou-o com as capas de seus discípulos. Já montado, aproximou-se da cidade e «Quando ele já ia chegando à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou jubilosa a louvar a Deus em altas vozes por todos os milagres que tinha visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! paz no céu e glória nas maiores alturas!» (Lucas 19:37–38), uma referência a Salmos 118:26.
Logo em seguida, já bem perto da cidade, Jesus chorou pela cidade (um evento conhecido como Flevit super illam (Lucas 19:40–44) e profetiza a destruição do Segundo Templo.
Jesus expulsando os vendilhões
[editar | editar código-fonte]Este episódio também ocorre nos quatro evangelhos canônicos: Marcos 11 (Marcos 11:15–19), Mateus 21 (Mateus 21:12–17), Lucas 19 (Lucas 19:45–48). Nos caso dos evangelhos sinóticos, o evento ocorre já na semana final de Jesus, mas em João 2 (João 2:13–16), o que leva alguns acadêmicos a postularem que se tratam na verdade de dois eventos separados, uma vez que o João relata mais de uma Páscoa.[9] Se for esta a hipótese correta, este evento seria a "Segunda Limpeza do Templo" e o evento em João, a "Primeira Limpeza do Templo".
Segundo Lucas, «Tendo entrado no templo, começou a expulsar os que ali vendiam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa será casa de oração, mas vós a fizestes um covil de salteadores.» (Lucas 19:45–46), uma referência a Jeremias 7:11. Lucas termina seu relato contando que Jesus passou a ensinar ali todos os dias e atraiu a fúria dos sacerdotes, que tramavam para matá-lo, mas não sabiam como pois ele era muito querido pelas multidões.
Texto
[editar | editar código-fonte]O texto original deste evangelho foi escrito em grego koiné e alguns dos manuscritos antigos que contém este capítulo, dividido em 48 versículos, são:
- Papiro 75 (c. 175-225)
- Codex Vaticanus (325-350)
- Codex Sinaiticus (330-360)
- Codex Bezae (c. 400)
- Codex Washingtonianus (c. 400)
- Codex Alexandrinus (c. 400-440)
- Codex Ephraemi Rescriptus (c. 450)
Ver também
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Precedido por: Lucas 18 |
Capítulos do Novo Testamento Evangelho de Lucas |
Sucedido por: Lucas 20 |
Referências
- ↑ Halley, Henry H. Halley's Bible Handbook: an abbreviated Bible commentary. 23rd edition. Zondervan Publishing House. 1962. (em inglês)
- ↑ Holman Illustrated Bible Handbook. Holman Bible Publishers, Nashville, Tennessee. 2012. (em inglês)
- ↑ Warfield, Benjamin Breckinridge. «Jesus' Mission, According to His Own Testimony». Monergism (em inglês). CPR Foundation
- ↑ a b c d Arland J. Hultgren, The Parables of Jesus: A Commentary, Eerdmans Publishing, 2002, ISBN 080286077X, pp. 271-281. (em inglês)
- ↑ The people's New Testament commentary by M. Eugene Boring, Fred B. Craddock 2004 ISBN 0-664-22754-6 pages 256-258 (em inglês)
- ↑ The Bible Knowledge Background Commentary: Matthew-Luke, Volume 1 by Craig A. Evans 2003 ISBN 0-7814-3868-3 page 381-395 (em inglês)
- ↑ The Synoptics: Matthew, Mark, Luke by Ján Majerník, Joseph Ponessa, Laurie Watson Manhardt 2005 ISBN 1-931018-31-6 pages 133-134 (em inglês)
- ↑ The Bible knowledge background commentary: John's Gospel, Hebrews-Revelation by Craig A. Evans ISBN 0-7814-4228-1 pages 114-118 (em inglês)
- ↑ The Bible knowledge background commentary by Craig A. Evans 2005 ISBN 0781442281 page 49 (em inglês)
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- «Lucas 19 em diversas versões da Bíblia». Bíblia Online
- Evans, Craig A. New International Biblical Commentary (em inglês). [S.l.]: Hendrickson Publishers. ISBN 0-943575-31-1