José Francisco da Terra Brum
José Francisco da Terra Brum | |
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Nascimento | 10 de março de 1776 Horta |
Morte | 22 de janeiro de 1842 (65 anos) Horta |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | terratenente, político |
Título | Barão de Alagoa |
José Francisco da Terra Brum (Horta, 10 de março de 1776 — Horta, 22 de janeiro de 1842), 1.º barão de Alagoa, foi um morgado, grande terratenente nas ilhas do Faial e Pico, vitivinicultor e comerciante exportador de vinhos, que se notabilizou pelo seu apoio à causa liberal durante a fase inicial da Guerra Civil Portuguesa.[1][2][3][4]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu na cidade da Horta, na ilha do Faial, filho do morgado Francisco Inácio Brum Terra e de sua mulher, Joaquina Clara de Noronha, filha de João Inácio Homem da Costa Noronha, da ilha Terceira, e de sua esposa Clara Mariana Xavier de Noronha Côrte-Real, uma família da melhor aristocracia local.[5] Casou com Francisca Paula Terra Brum da Silveira Leite de Noronha, sua prima, filha de João José Brum, morgado, doutor de capelo, fidalgo e cavaleiro da Casa Real, e de Mariana Victoria de Noronha, da nobreza da ilha Terceira. Com este casamento, oa grande morgado herdado dos pais reuniu o da sua consorte, ainda maior.[1][6]
Os antepassados de José Francisco, os Terras e os Brums, eram considerados das famílias mais antigas e ilustres do Faial.[7][8] José Francisco casou com Francisca Paula Brum e Silveira, cujos antepassados, os Silveiras, eram também membros importantes da aristocracia do Faial e detentores de um grande morgadio.[7][8]
Conhecido como o Morgado da Terra ou Barão da Alagoa, José Francisco da Terra Brum foi um dos morgados mais importantes das ilhas do Faial e Pico, tendo sido tenente-coronel de milícias, capitão-mor do Faial (por patente de 14 de março de 1818, por vaga deixada pelo seu primo Jorge da Cunha Brum Terra e Silveira), fidalgo cavaleiro da Casa Real por sucessão dos seus ascendentes (confirmada por alvará de 30 de abril de 1794), membro do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima (por carta régia de janeiro de 1834), cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi feito barão de Alagoa por decreto de 22 de dezembro de 1841.[9][5]
Durante a sua vida, Terra Brum tornou-se um dos maiores proprietários de terras do Faial. Como detentor de grandes propriedades rurais, era conhecido como o morgado.[7] As suas propriedades situavam-se ao longo da ribeira da Conceição e da chamada costa da Alagoa, na então periferia da cidade da Horta, no Faial. Também possuía e mantinha propriedades de viticultura na vizinha ilha do Pico, onde foi um dos maiores produtores de vinho verdelho.[7]
Foi um destacado adepto da causa liberal. Quando ocrreu a revolta liberal da Horta em 1820, fez parte da Junta Governativa da Horta. Com o seu prestígio e poder financeiro, dirigiu a organização dos batalhões de voluntários faialenses que se incorporaram no exército libertador, que protagonizou o desembarque no Mindelo.[5][7]
Em 1832, após a implantação do regime liberal nos Açores, foi nomeado por D. Pedro IV coronel de voluntários. Pelos serviços prestados à causa liberal, em 1834, foi-lhe dada a carta de conselheiro, em 1841, a rainha D. Maria II agraciou-o com o título de barão da Alagoa, em duas vidas, tomando como solar do título as terras que o agraciado detinha no lugar da Alagoa, junto à foz da ribeira da Conceição. Também possuía o grau de cavaleiro da Ordem de Cristo.[1][10]
Após a morte de José Francisco, em 22 de janeiro de 1842, seu filho mais velho, José Francisco da Terra Brum Júnior, tornou-se o 2.º barão de Alagoa. O segundo barão Terra Brum faleceu em 1844, extinguindo o título.[8] Em 1901, o rei D. Carlos restabeleceu o baronato a favor de Manuel Maria da Terra Brum, filho mais novo de José Francisco da Terra Brum que, tal como o seu pai, era um dos maiores viticultores do Pico e uma figura pública de relevo em ambos os lados do Canal Faial-Pico.[8]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c Enciclopédia Açoriana: «Brum, José Francisco da Terra».
- ↑ António Baptista (dir.), Album Açoriano, p. 450. Lisboa, 1903.
- ↑ Marcelino Lima, Famílias Faialenses (Subsídios para a história do Faial), título Terras. Horta, 1922.
- ↑ Mónica, Maria Filomena; Silveira e Sousa, Paulo, eds. (2009). Os Dabney: Uma Familia Americana nos Acores (The Dabneys: An American Family in the Azores). Lisbon: Tinta da China Edições. ISBN 978-989-671-006-4.
- ↑ a b c Martins Zuquete (1989): p. 212
- ↑ Martins Zuquete, Afonso Eduardo, ed. (1989). Nobreza de Portugal e do Brasil, Vol. 2 2nd ed. Lisbon: Editorial Enciclopédia.
- ↑ a b c d e Ribeiro (2007): p. 163
- ↑ a b c d Mónica and Silveira e Sousa (2009): p. 146
- ↑ Afonso Eduardo Martins Zuquete (dir.), Nobreza de Portugal e do Brasil, vol. 2 (2.ª edição). Editorial Enciclopédia, Lisboa, 1989.
- ↑ Ribeiro, Fernando Faria (2007). Em Dias Passados: Figuras, Instituições e Acontecimentos da História Faialense. Horta (Azores), Portugal: Nucleu Cultural da Horta.