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João Gumes

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João Gumes
João Gumes
João Gumes, em 1920
Nome completo João Antônio dos Santos Gumes
Nascimento 10 de maio de 1855
Caetité
Morte 29 de abril de 1930 (74 anos)
Caetité
Nacionalidade brasileiro(a)
Progenitores Mãe: Anna Luíza das Neves Gumes
Pai: João Antônio dos Santos Gumes
Parentesco Sônia Gumes Andrade (neta)
Cônjuge Antônia Dulcina Pinto Gumes (1884-1922)
Ocupação Jornalista, escritor, pesquisador
Principais trabalhos A Penna; O Sampauleiro
Religião espírita

João Antônio dos Santos Gumes (Caetité, 10 de maio de 185529 de abril de 1930) foi um escritor, rábula, jornalista e pesquisador brasileiro. Por sua produção de época e ideias inovadoras, é objeto de vários estudos acadêmicos e o jornal que fundou no final do século XIX constitui-se em importante acervo a registrar os primeiros anos da república, no interior do país.

Era filho do professor que lhe era homônimo João Antônio dos Santos Gumes e de Anna Luíza das Neves Gumes. Dentre os alunos do seu pai destacam-se Joaquim Manoel Rodrigues Lima, Plínio de Lima, as filhas do Barão de Caetité, dentre outros. Neste ambiente culto cresceu o jovem João Gumes.[1]

Não tendo condições materiais de, como os filhos das famílias abastadas, encetar estudos fora da cidade, já aos dezoito anos atua como professor e rábula. Em 1896 realiza sua primeira publicação, uma poliantéia em honra ao dr. Rodrigues Lima, que retornava à cidade após seu mandato como primeiro governador eleito da Bahia, intitulada "O Caetiteense".[1]

Depois de muito esforço, consegue realizar o sonho de dotar sua terra natal de um prelo, onde lança seu jornal e ainda diversas outras publicações.[2] Foi casado com a prima, Antônia Dulcina Pinto Gumes, em 1884, com quem teve dezesseis filhos; ela faleceu em 1922.[2] Gumes exerceu a função de mestre-escola em Monte Alto durante oito anos, único período de sua vida em que saiu de Caetité.[3]

Junto ao conterrâneo Aristides Spínola, funda, em 1905, o Centro Psychico de Caeteté, atual Centro Espírita Aristides Spínola, da qual foi o diretor até sua morte; ali ainda existe um dos quadros que pintou, este retratando Allan Kardec.[2]

Apesar de autodidata, foram de sua autoria os projetos do "Teatro Centenário" e do mercado público da cidade - belas construções já demolidas.[2] Atuou ainda como empresário, arquiteto, advogado provisionado, pintor, tradutor, coletor e outras atividades.[3]

Jornal A Penna

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Ver artigo principal: A Penna

A 5 de Março de 1897 funda o jornal A Penna - primeiro jornal do Sertão e segundo do interior baiano. Surgiu inicialmente em quatro páginas, depois ampliadas para seis, que eram compostas pelo editorial, artigos de fundo, editais, coluna social, notas diversas, etc. Seu tamanho era standard.[4]

No começo do século XX ficou algum tempo sem circular, sendo novamente publicado a partir de 15 de dezembro de 1911, e dali até depois de sua morte, sendo seguido no trabalho por dois de seus filhos: Sadi e Huol Gumes.[4]

Em 1917 Gumes se envolveu, nas páginas do periódico, em acerba polêmica com o bispo da diocese de Caetité, dom Manuel Raimundo de Melo, acerca do apoio dado pelo jornal ao Colégio Americano, entidade presbiteriana do pastor Henry John McCall.[4]

  • A vida Campestre
  • A Abolição
  • Intriga Doméstica
  • Origem do Nome Caeteté
  • Seraphina
  • A Sorte Grande
  • Pelo Sertão
  • Sampauleiros
  • Os Analphabetos.

Análise da obra

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Para Maria Lúcia Porto Silva Nogueira a obra literária de Gumes possibilita ao leitor conhecer a virada do século XIX para o XX e entrever "os pormenores do público-privado numa dinâmica impregnada pelos valores morais dominantes no período e afinados com forte tradição conservadora."[5]

João Gumes é Patrono nas Academias Caetiteense, Conquistense e Guanambiense de Letras. Quando de sua morte, sendo Presidente da Academia Brasileira de Letras Afrânio Peixoto, a entidade decretou luto em 10 de maio de 1930.[6]

No dia 7 de dezembro de 2020, lembrando os noventa anos de sua morte, a Câmara de Vereadores de Caetité deu o seu nome ao Teatro Municipal daquela cidade, num projeto de iniciativa popular que contou com representantes de várias entidades civis (tais como "Academia Caetiteense de Letras (ACL), Associação da Memória e Patrimônio Cultural (AMPC), Instituto D. Alberto, Associação dos Amigos do Museu do Alto Sertão, Arquivo Público Municipal, Museu da Imagem e do Som e do Conselho Municipal de Cultura"), foi subscrito pelo vereador Mário Rebouças e aprovado por unanimidade dos demais membros da casa legislativa.[7]

Referências

  1. a b SILVA, Pedro Celestino da. Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia - n.58 "Notícias Históricas e Geográficas do Município de Caetité" - IGHB, Salvador, 1932
  2. a b c d Helena Lima Santos (1996). Caetité, pequenina e ilustre 2ª ed. Brumado: Tribuna do Sertão. p. 144-146 
  3. a b Joseni Pereira Meira Reis (2010). «Instâncias Formativas, Modos e Condições de Participação nas Culturas do Escrito: o Caso de João Gumes (Caetité-BA, 1897-1928)» (PDF). UFMG. Consultado em 4 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 8 de março de 2022 
  4. a b c Jeremias Macário (2005). "A imprensa no sudoeste a partir de João Gumes" in: A Imprensa e o Coronelismo no Sertão do Sudoeste. Vitória da Conquista: UESB. p. 51 e seg. 
  5. Maria Lúcia Porto Silva Nogueira (2010). «A norma dos "bons costumes" e as resistências femininas nas obras de João Gumes (Alto Sertão Baiano, 1897-1930)» (PDF). Sapientia (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Consultado em 9 de novembro de 2016 
  6. FERNANDES, Sylvio Gumes. Caderno de Cultura Caetiteense, vol. 11, Caetité, 2003.
  7. Willian Silva (9 de dezembro de 2020). «Teatro Municipal de Caetité homenageará João Gumes nos 90 anos de sua morte». Sudoeste Bahia. Consultado em 9 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2020 
  • Maria Lúcia Porto Silva Nogueira (2015). Mulheres, história e literatura em João Gumes – Alto sertão da Bahia, 1897-1930. [S.l.]: Intermeios. 188 páginas. ISBN 978-8584990092 

Ligações externas

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  • Biografia in: Veredas da História, por Maria de Fátima Novaes Pires.